Fanfics - Justin Bieber

terça-feira, 30 de junho de 2015

Dangerous Life 2° - Capítulo 32 - My past

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Sebastian deu uma risada amarga.

- Você ainda acha que vai conseguir sair daqui? – ele perguntou ainda rindo.

- Você não sabe do que eu sou capaz. – disse o olhando com desprezo. – Só uma chamada e você está fodido, Matarazzo.

- Qual é? Vai convocar seus soldadinhos de chumbo? – ele perguntou rindo. – Me admiro seu amado Bieber não ter descoberto.

- Eu sei ser discreta quando eu quero.

- Agora a pergunta que não quer calar, como conseguiu ser a presidente da Máfia Russa?

- Это вас не касается. – disse e sorri.

Sebastian me olhou confuso.

- Quer dizer que a vadia também fala Russo? Fala comigo direito porra, quer que eu ande com um tradutor?

- Eu disse que não te interessa, seu imbecil. – rosnei o olhando.

- Claro que interessa, o que é seu, será meu. – Sebastian disse.

- Мудак. (Imbecil) – disse.

- Pare de falar comigo em Russo, vadia. – ele disse com raiva.

Dei risada o olhando.

- Vamos, responda.

- Нет. (Não.)

- Desaprendeu a falar inglês? Então a levem para o porão e deem um tratamento vip até ela aprender. – Sebastian disse rindo.

Os dois armários, vulgo seguranças, me pegaram bruscamente pelos braços, me deixando em pé, mais sem me soltar.

- Depois eu apareço lá, querida. – Sebastian disse tocando em meu queixo com a mão ensanguentada.

Virei o rosto. Nojento!

Fui arrastada para o porão. Nem tive o trabalho de descer as escadas, porque eles simplesmente me jogaram lá de cima, fui rolando escada a baixo, parece que meus ossos estavam sendo triturados, a cada degrau que eu rolava. Cheguei ao chão com muita dor, nem consegui me mover.

- Acho que depois disso, ela não vai precisar mais do tratamento vip. – um deles disse entre risadas.

E acabei apagando.

(...)

- Acorda vagabunda. – ouvi e jogaram um balde de água gelada em mim.

Eu estava do mesmo jeito que caí, senti uma forte dor no tornozelo. Que ótimo, eu torci. Gemi de dor tentando me sentar, tudo no meu corpo doía, sem exceções. Olhei para cima e vi Vick alí sorrindo com as mãos na cintura, sorrindo como se fosse superior a mim.

- Sabe, eu não sou tão ruim assim, vim te trazer algumas notícias. – ela começou a falar andando pelo porão.

Me mantive sentada no chão.

- Justin está louco atrás de você. É divertido ver o desespero dele, sem ao menos ter uma pista onde você possa estar. – ela disse e deu risada.

Nesse momento imaginei como Justin estaria. Isso me machucava mais do que qualquer pancada.

- E o Jason? – ela gargalhou. – Não para de chorar perguntando por você. Tadinho do garoto. – ela disse com desprezo.

Respirei fundo. Meu Jason estava sofrendo. Oh céus.

- Eles vão sofrer ainda mais. As buscas em Los Angeles são inúteis, nunca irão descobrir onde você está, mais se quiser, posso ir consolar o Bieber. Ele deve estar tão frágil...

Ela disse dando as costas para mim, provavelmente indo embora.

- Você vai consolar o capeta, sua piranha. – murmurei e dei uma rasteira nela.

Obviamente com a perna que o meu pé não estava machucado. Vick caiu no chão, fazendo um barulho no piso de madeira, antes que ela conseguisse se levantar, fui para cima dela e apertei com força em seu pescoço.

- Uma coisa que você deve aprender, nunca dê as costas para seu inimigo, сука
(vadia). – disse sorrindo e apertando ainda mais aquele pescoço de galinha que ela tem.

Vick segurou em meus pulsos, tentando soltar minhas mãos de seu pescoço. Tentativa falha.

- Há muito tempo que eu queria fazer isso. – disse a olhando, enquanto seus olhos estavam esbugalhados olhando para cima.

Ela estava com a boca aberta em buscar de ar. Ela batia os pés no chão, tentando sair de baixo de mim. Tirei uma mão do seu pescoço e segurei em seus cabelos com força, batendo sua cabeça no chão.

- Socorro! – a vadia conseguiu gritar.

- Diga logo suas últimas palavras. Repassarei para o patife do seu pai. – disse apertando ainda mais seu pescoço.

Vick se debatia em buscar de ar. Se ela acha divertido o sofrimento de Justin e Jason, eu acho divertido ela morrendo em minhas mãos. Ouvi abrirem a porta e rapidamente desceram as escadas, me tirando de cima da Vick, que começou a tossir. Vagabunda!

- A amarrem. – ouvi Sebastian mandar.

Me pegaram e me colocaram em uma cadeira, amarrando meu tronco junto a mesma.

- Filha, você está bem? – Sebastian agachou-se perto da Vick, que ainda torcia com as mãos no pescoço massageando.

Gargalhei.

- Essa vadia tentou me matar, pai. – ela disse com dificuldade.

- Eu só estava me defendendo. – disse irônica rindo.

- Sua desgraçada! – Sebastian gritou e veio até a mim, acertando tapas em meu rosto. – Eu só não te mato agora mesmo, porque eu ainda tenho meus planos, se não, você iria dar um salve para o capeta.

- Nem pra me matar você tem coragem. Cafetão de merda, ainda por cima é covarde. Mata logo, filho da puta. – o provoquei.

Sebastian puxou a sua arma e apontou para a minha testa.

- Puxa logo a merda desse gatilho. – disse.

Sebastian destravou a arma.

Quero dizer, que Jason e Justin, eu amo vocês.

- Não pai, ela vai se arrepender por isso. Ela não merece morrer agora, merece sofrer. – a puta da Vick levantou-se.

- Acho que se eu tivesse apertado mais um pouquinho esse pescoço, não teria que estar ouvindo essa voz de puta. Poxa. – fingi decepção.

- Isso é apenas o começo do seu sofrimento. Você vai pedir para morrer. – Sebastian disse
.
- Você que vai suplicar pela morte, Matarazzo. Já imagino as inúmeras formas de tortura, sabe, lá na Rússia temos uma método maravilhoso. Vocês vão gostar de conhecer. – disse sorrindo.

- Isso é o que veremos. – ele disse me olhando superior.

- Quando a morte bater em sua porta, não fuja, ela vai te encontrar onde estiver. – disse calmamente o olhando.

Sebastian me olhou por alguns segundos e saiu juntamente com a Vick.  Me deixaram amarrada na cadeira e saíram. Vamos Mellanie, pense. Coisa pior você já passou na Rússia e saiu viva.

O que eu mais queria saber como foi que esse filho da puta descobriu isso. Ninguém em Los Angeles sabia disso, ninguém mesmo. Nem Lilly que está comigo quase desde o começo. E isso me preocupa, caso ele resolva abrir a boca vão todos ficar com ódio de mim. Mas eu simplesmente não podia contar. Eu jurei que não contaria.

Confesso que disse umas inverdades, eu não menti, só omiti algumas coisas. Não era exatamente verdade quando eu disse que consegui meu império com o dinheiro que Hugo havia deixado naquela casa caindo aos pedaços. O dinheiro que aquele imbecil guardava não dava nem pra pagar a gasolina de possíveis carregamentos. Mas deu pra me manter por alguns dias.

Sem estudos, sem ninguém e sem nada, o único jeito era me distrair em uma balada. Já que se eu ficasse enfurnada em casa, ficaria louca de tanto pensar no que o Justin fez comigo ou então a casa cairia sobre minha cabeça. Só queria esquecer um pouco os problemas, então fui para a uma boate, bem badalada. Me certifiquei de que não era uma das boates do Justin, porque se ele me encontrasse, ele ia acabar com a minha vida por ter fugido de lá.

Me lembro como se fosse hoje quando cheguei àquela boate.

Pior coisa que tem é sair sozinha sem conhecer ninguém.

Peguei aquela fila enorme e entrei na boate mostrando minha identidade falsa. Foda ter só dezoito anos e não poder aproveitar as coisas boas da vida. Dentro da boate estava um verdadeiro inferno, músicas tocavam em um volume ensurdecedor, as pessoas dançavam sem parar, algumas se pegavam em qualquer lugar. Mesmo assim, adorei aquilo. Me dirigi para o bar e pedi uma água.

Nossa Mellanie, você sai de casa para vir tomar água em uma boate. Nossa, se superou em. O barman riu do meu pedido e trouxe minha água.

- Seus pais sabem que a senhorita está aqui? – uma voz me deu um susto enorme.

Me virei e era um homem, deveria ter uns cinquenta anos. Ele usava trajes diferentes para quem mora em Los Angeles, e o sotaque também era diferente. Pensei em não responder, porque eu nem o conhecia, mais não faz mal respondê-lo. Pelo menos alguém para conversar.

- Eu não tenho pais. – o respondi.

- Sinto muito. – ele lamentou sentando-se do meu lado.

- Ah tudo bem. Você não é daqui né? – perguntei curiosa.

Seu sotaque o entregava.

- Não. – ele riu breve. – Sou russo.

- Deve ser bem legal falar russo.

- Sim é. – ele disse. – Você me parece ser bem nova, quantos anos tem?

- Dezoito. – respondi.

- Acho que aqui só entra maiores de idade.

- Nada de uma identidade falsa não resolva. – disse mostrando e o cara riu.

- Jovens! Ah, que indelicadeza minha, meu nome é Yure Dimitri. – ele disse estendendo a mão.

- Gostei do nome. Eu me chamo Mellanie, Mellanie Fox. – apertei sua mão.

- Também gostei. Mellanie é um nome marcante. – ele disse e eu sorri.

- Oh é. E você? Não tem família? – perguntei curiosa.

Achei uma companhia para a minha noite.

- Na verdade eu tinha. – ele respondeu e arqueei as sobrancelhas o olhando. – Minha esposa morreu em um acidente de carro e minha filha morreu com sua idade, ela tinha leucemia. – ele disse tristonho.

Meu Deus, que triste.

- Nossa. Eu sinto muito, sinto mesmo. Mais com certeza ela deve estar em um bom lugar. Minha mãe morreu em um acidente de carro também.

- Creio que estejam. Por isso que vim aqui, você parece tanto com a Lara. Ela tinha olhos azuis também. Olha... – ele disse pegando seu celular e me mostrando uma foto da sua filha.

Na foto aparecia ela abraçada com ele. Os dois sorriam. Ela era mesmo linda.

- E essa era a minha esposa, Kátia. – ele passou a foto revelando sua amada.

Ela tinha os olhos azuis, por isso que Lara também.

- Eram lindas. – disse.

- Sim eram. – ele suspirou. – Às vezes a vida nos faz passar por cada coisa...

- Eu que digo. – suspirei também lembrando o que passei na mão do Justin.

 - Enfim, não gostaria de conhecer a Rússia? – ele perguntou e eu mordi os lábios com receio. – Não precisa ficar com medo ok?

- É que... – me embolei nas palavras.

Eu tinha acabado de conhecer o cara e ele estava me convidando para ir para a Rússia.

- Não estou com pensamentos maliciosos quanto a você, até porque eu vejo a minha Lara em você. – ele disse e o olhei.

Ele estava sendo sincero. Eu sentia isso.

- Eu acho que não tenho nada a perder mesmo. – dei de ombros.

Não tinha como a minha vida ficar pior, então eu aceitei.

E foi a melhor decisão que eu já tomei em toda a minha vida. Yure se mostrou um grande pai para mim. Ele cuidou de mim como o Hugo jamais cuidaria. Ele me ensinou tudo o que eu sei, até falar em Russo. Em momento algum ele tentou abusar de mim, afinal para ele eu era a sua filha. E às vezes ele me chamava de Lara, mais eu fingia que nem ouvia. Lara fazia muita falta a ele, e era nítido. Tinha dias que ele ficava enfurnado no quarto sem querer falar com ninguém.

Rússia era um lugar incrível, adorei conhecer. Os costumes, a cultura, a língua, tudo me encantava. E olha que estava ficando craque no idioma. Yure deixou de falar inglês comigo para que eu aprendesse rapidamente o russo, o que me deixou louca, aprender outro idioma nunca é fácil.

O que me espantava era a sua grande mansão, ele vivia muito bem. Tinha muito dinheiro, mais eu nunca parei para pergunta-lo por que. Eu o comparava com o Justin, eram carros luxuosos e seguranças andando por toda a casa. Mais eu ignorei tudo isso, eu tinha uma vida que nunca imaginei ter. Eu me sentia feliz. E era isso que importava. Todos naquela casa me respeitavam, diferente da casa de Justin onde todos me tratavam como um lixo, até ele próprio. Só me queria para o sexo e nada mais. Como eu o odeio.

Tudo mudou quando minha menstruação atrasou. Eu já imaginava o que era, e minhas dúvidas foram comprovadas quando fiz o teste de gravidez. Droga, eu não poderia estar grávida de alguém que só me violentou, e meu medo maior era contar para Yure e ele me pôr de casa para a fora. Se ele me comparava com sua filha, creio eu que ela não engravidaria assim tão nova, mais a culpa não era minha. Eu não engravidei porque eu quis, mais também não iria tirar meu bebê. Por dois meses passei a usar roupas mais largas para disfarçar a barriga, mais um dia eu teria que contar, não daria para esconder por muito tempo. Nesse dia juntei toda a coragem que eu não tinha e fui falar com o Yure.

- Posso entrar? – perguntei batendo na porta do seu escritório.

- Entre minha flor. – ouvi Yure dizer com aquele sotaque russo, combinamos de falar somente assim, sorri com o apelido carinhoso.

Mais logo o sorriso foi levado pelo o medo.

Yure estava falando no celular, mais rapidamente encerrou a chamada para me dar atenção. Ai Deus, me ajude.

- Eu preciso te falar uma coisa. – disse com medo de encará-lo.

- Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou.

- Sim. – respirei fundo. – Tem uma coisa sobre mim que eu não contei.

- O que seria? – ele perguntou me olhando.

- Há exatamente dois meses atrás, quando eu ainda morava em Los Angeles, eu fui violentada sexualmente e... – Yure me cortou.

- O quê? Quem te tocou? Me conte e ele pagará por isso. – Yure disse transtornado, nunca tinha o visto assim.

- Eu não lembro. Estava escuro, aconteceu em um beco. – menti.

Não iria dizer que tinha sido Justin Bieber, se Yure fosse atrás dele, sabe lá o que Justin seria capaz de fazer. Eu não permitiria que ele tirasse a única pessoa da minha vida.

- Por Deus... – ele disse batendo na mesa. – Porque não me contou antes?

- Eu tive medo. – disse. – E há alguns dias eu descobri que estou grávida.

Soltei tudo de uma vez e fechei os olhos com força.

- G-grávida? – ele perguntou perplexo.

- A culpa não foi minha, me desculpe, se quiser eu saio agora da sua casa. – disse nervosa.

- Jamais iria deixar você nessas condições no meio da rua, Mellanie. – ele disse me olhando. – Estou com ódio desse ser que fez isso com você. – ele respirou fundo. – Caramba...

- Eu... – iniciei baixando minha cabeça.

- Eu vou ser avô. – o ouvi dizer e levantei minha cabeça o olhando. Ele estava sorrindo.

- Você não ficou decepcionado? – perguntei.

- Não tem o porquê. Aliás, você não teve culpa de nada. Não se preocupe, seu bebê vai nascer bem, eu vou cuidar de vocês. – ele disse e senti meus olhos marejarem.

- Meu Deus, obrigada por isso. – disse me levantando e indo abraça-lo.

- Não tem porque agradecer, minha Lara. – ele disse afagando meus cabelos.

Novamente me chamando por Lara, mais só ignorei como todas as outras vezes.

Yure me tratava com muito amor e carinho, e me dava mais atenção do que eu merecia. Os dias iam se passando e minha barriga crescendo ainda mais, ia crescendo também meu amor pelo meu bebê.

Eu já estava no meu sétimo mês de gestação, minha barriga estava enorme. Já tinha feito os exames, e constatou que eu ganharia um garotinho. Meu garoto. Eu não poderia estar mais feliz, mais uma notícia naquele dia me desestruturou, e onde era meu céu, se transformou em um inferno.

Eu estava deitada, assistindo TV, enquanto acariciava a minha barriga. De vez em quando eu falava com meu pequeno Jason, era assim que ele iria se chamar.

- Mellanie! – ouvi uma das empregadas me chamar.

- Entra! – respondi.

- Aconteceu uma coisa horrível. – ela disse desesperada.

- O quê? – perguntei nervosa.

- Venha comigo. – ela disse e me levantei rapidamente.

Na casa estava uma movimentação estranha. Os seguranças caminhavam pra cá e pra lá, em passos apressados. Segui a empregada até o escritório do Yure, ela abriu a porta e por um momento eu senti minhas pernas fraquejar, por um momento desejei que estivesse em um pesadelo e quando eu acordasse nada disso seria verdade. Mais não era.

- Não pode ser... – murmurei levando minhas mãos até a boca. – Não. – senti meus olhos marejarem. – Quem fez isso com ele? – perguntei já chorando, eu não conseguia sair do lugar. Eu estava em choque.

- Ninguém. Ele se suicidou. – um segurança disse. Ele era praticamente o braço direito do Yure.

- Por quê? – perguntei em prantos.

Yure estava sentado em sua cadeira, sem vida, e com a marca de um tiro no meio da testa. Ele tirou a própria vida, mais por quê? Por que ele me deixou sozinha?

- Isso não sabemos. – a empregada respondeu.

- Porque você fez isso comigo? – perguntei e fui até a cadeira, a arma estava caída em seu colo e ele de olhos abertos, com um vestígio de sangue escorrendo em sua testa. – Porque me abandonou? – eu estava em prantos, chorando sem parar, passei a mão em seus olhos, os fechando.

- Querida, por favor, se acalme. Isso não é bom para o bebê. – a empregada disse.

- Você não entende. Eu vou ficar sozinha de novo no mundo.

- Quanto a isso, você não precisa se preocupar. – o segurança disse pegando uns papeis que estava em cima da mesa. – Yure deixou tudo para você e o seu filho.

- Tudo o quê? – perguntei enxugando minhas lágrimas.

- Toda a sua fortuna, e o principal, a presidência da Máfia Russa.

- O quê? – perguntei sem acreditar. – Máfia?

- Não sabia? Yure era o presidente, e deixou o cargo para você. Aqui no testamento ele diz claramente, que tinha total confiança em você e não tem pessoa melhor para exercer esse cargo.

- Mas... Mas eu nem sei o que é isso, eu nem sei o que fazer. – disse nervosa.

- Calma, nós vamos te ajudar nisso. Yure foi um grande líder, você não será diferente.

- Onde quer que ele esteja, ele vai sentir orgulho de mim. – disse encarando mais uma vez seu corpo.

Fui até ele e peguei em suas mãos, já estavam ficando gélidas, então as beijei.

- Obrigada por tudo. – sussurrei.

Nos primeiros dias não foram nada fáceis, Yure me fazia uma falta enorme e no cair da noite, eu ia chorar de saudades. Mas ele me dava forças para continuar e suportar qualquer dor. Fiquei mais em choque em saber tudo sobre a máfia, como eles driblavam as autoridades, como faziam tudo sem que ninguém percebesse. Isso era o que eu mais repugnava, mais passei a gostar. Passei a amar fazer aquilo, cuidar de negócios, contrabandear drogas, armamento, mulheres, se tornou o meu hobby favorito. Isso era loucura, eu sei.

Todos me obedeciam, todos me respeitavam e isso fazia com que eu me sentisse poderosa. Eu era a presidente da Máfia Russa com apenas dezoito anos, e por isso muita gente apontavam o dedo na minha cara, dizendo que eu não ia conseguir, que eu era um pirralha no meio de assunto de gente grande. Mas o que eles não sabiam, era que nenhuma crítica me abalava, porque eles queriam estar no meu lugar. Apesar dessa reviravolta na minha vida, não esqueci um dia se quer, do quanto Justin Bieber me fez mal, e eu estava disposta a fazer pagá-lo por tudo o que me fez, só estava esperando meu pequeno Jason nascer.

Depois de oito meses na Rússia, decidi voltar para Los Angeles, apenas para iniciar o meu plano. Comprei uma casa enorme e me estabilizei lá, Jason acabou nascendo dias depois. As empregadas me ajudaram, aliás, eu não tinha amigas. Mesmo estando em Los Angeles, eu comandava tudo na Rússia, tinham minhas pessoas de confiança, mais a palavra final era a minha.

Jason já estava com um ano de idade quando conheci Lilly, em uma boate. No caso, minha boate. Eu realmente nem sabia o que fazer com tanto dinheiro, então tive a ideia de construir meu império aqui também. Mas Justin Bieber sempre estava em primeiro lugar, em Los Angeles. E isso me deixava com ódio. Então dei início ao meu plano, mais o que eu não imaginava, era que iria me apaixonar por ele. Decidi ocultar muitas coisas da minha vida, não havia necessidade de contá-lo, e acho que esse foi o meu maior erro.
Agora estou aqui, esperando que ele me encontre. Ou alguém na Rússia sinta a minha falta e venha me procurar. Oh vidinha de merda essa minha.  

Uma semana depois...

Justin’s POV

Desespero.

Essa é a palavra que me define.

Faz uma semana que Mellanie sumiu. Uma semana que a minha vida virou um inferno. Nunca fiquei tão longe assim dela e isso me destruía. Eu não sabia mais o que fazer. Eu estava um lixo e tentava amenizar a dor com uma garrafa de Vodka ou alguns cigarros. E isso não funcionava. Jason também não ajudava muito, todos os dias chorando perguntando pela a mãe, como se eu não chorasse também todos os dias sem saber onde ela está, sem saber se ao menos ela estava viva.

Deus, não quero nem pensar nisso. Eu morreria também.

- Justin? – alguém interrompeu meus pensamentos entrando no escritório.

Era o Chaz.

- Diz.

- Encerramos as buscas. Não tem um lugar se quer, que não procuramos. Eu ainda estou tentando rastrear o celular da Mellanie, desde aquele dia que você recebeu a mensagem.

- Tudo bem, Chaz. – suspirei.

- Você está acabado, cara. Vai dormir, descansar.

- Queria que fosse fácil assim, deitar e dormir, mais nem isso estou conseguindo.

- Não perca a fé, irmão. Nós vamos encontrá-la. – Chaz disse e assenti com a cabeça.

- Tá difícil Chaz... – disse e bateram na porta. – Entra.

Era a Jack.

- Senhor, só pra avisar que Jason acordou chorando e chamando por você. – ela disse.

- Ok. – disse me levantando.

- Então cara, vou lá ver se encontro alguma coisa, alguma pista, sei lá. – Chaz disse enquanto saíamos do escritório.

- Tá bom. – respondi.

Caminhei até o quarto do Jason, entrei e ele estava chorando na cama.

- O que foi, Jason? – perguntei sentando em sua cama.

- Eu quelo a mamãe. – ele disse.

Eu também quero. Suspirei e afaguei seus cabelos.

- Depois ela vem.

- Naum, quelo agola. – ele disse estressado enquanto chorava.

- Você não está com fome? Vou buscar alguma coisa pra você comer. – disse me levantando da cama e saindo do quarto.

- Naum papai. – ouvi Jason gritar.

Continuei andando, porque isso tem que ser tão difícil?

- Eu quelo minha mamãe. – Jason correndo e chorando atrás de mim.

- Jason, volte para o seu quarto. – pedi sem olhar para trás.

- Cadê a mamãe, papai?

- EU NÃO SEI ONDE ESTÁ A SUA MÃE, OK? – me virei gritando estressado, Jason parou no mesmo instante com medo e começou o berreiro, só que mais alto.

Droga Justin, não desconta o estresse no seu filho. Fui até ele e o peguei nos braços, ele abraçou meu pescoço.

- Me desculpa, filho. – um nó se formou em minha garganta. – Eu também queria saber onde está a sua mãe. 


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Continua?
Obrigada por todos os comentários!

Oi Lifes, então achei esse capítulo muito chato, mais foi necessário para esclarecer muitas coisas. Espero que finjam que tenham gostado HEUEHUEHUE.

We heart it

O próximo vai ser melhor, eu prometo.

Quem for do grupo de DL, no comentário coloca essas tags :
#CaiDeBocaKim

#AnaDêUmasBeijocas 
Okay?Okay.

Amo vocês, até breve ♥ 

domingo, 14 de junho de 2015

Dangerous Life 2° - Capítulo 31 - The real face

136 comentários | |



Mellanie’s POV

Despertei com uma forte dor de cabeça. Abri os olhos vagarosamente e aos poucos fui vendo tudo nítido. Como eu vim parar aqui? Dei uma rápida olhada no lugar que eu estava, era basicamente um quartinho empoeirado, com uma cômoda velha encostada na parede, o quarto estava praticamente caindo sob a minha cabeça. Tentei de mexer, mas notei que minhas pernas e meus braços estavam amarrados, eram nós tão fortes que chegavam a machucar minha pele. Que porra é essa? Só pode ser um pesadelo, e eu quero acordar logo.

Tentei lembrar como eu vim parar aqui. Mas só me lembro de ter saído do quarto para ir comer alguma coisa. Depois de tomar café, decidi ir passear um pouco na praia. Estava uma manhã linda de primeiro de Janeiro. E depois não me lembro de mais nada. Meus pensamentos foram interrompidos pelo ranger da porta do quarto sendo aberta, logo uma fresta de luz veio diretamente em meus olhos, fazendo com que eu os fechasse rapidamente.

- Bom dia, flor do dia! – ouvi a voz invadir meus ouvidos.

Aquele maldito sotaque italiano. Desgraçado!

- Como passou a noite? – ele perguntou com um sorriso nos lábios.

Atrás dele pude ver dois capangas e a Vick. Ela sorria para mim. Vagabunda.

- O que foi? A vadia perdeu a língua? – Vick perguntou sorrindo e cruzou os braços.

- Cala a boca, projeto de puta. – resmunguei a olhando com nojo.

Sei que estava sem condições de rebater, mais não deixaria falar assim comigo. Quem ela pensa que é? Bosta nenhuma.

- Olha só papai, ainda por cima é audaciosa. – Vick disse rindo.

- Então querida, como se sente? – Sebastian me perguntou.

- Porque você não vai tomar no seu cú em? – perguntei irônica.

- Mellanie, se eu fosse você passaria a me respeitar. – Sebastian disse rangendo os dentes.

- Eu não te devo respeito, porque você é um zero a esquerda. Não é ninguém. – disse com convicção.

Sebastian aproximou-se do colchão velho que me puseram em cima e agachou-se do meu lado. Logo sua mão foi para os meus cabelos, puxando com força. Prendi um gemido de dor.

- Você me deve, como vai me respeitar, está ouvindo sua puta? – ele disse me olhando com ódio.

- Puta é a sua mãe. – disse pausadamente.

Logo senti o peso da sua mão em meu rosto. Uma, duas, três, quatro vezes seguidas. Respirei fundo segurando as lágrimas, eu não vou dar esse gostinho a ela de me ver chorando, pelo menos não agora. Os tapas em meu rosto estavam ardendo como o inferno, enquanto Vick ria juntamente com os capangas.

- Você que pediu por isso querida. Só vou te dar, o que você merecer. – ele disse acariciando meu rosto com a ponta dos dedos, rapidamente me esquivei.

- Fica longe de mim! Eu tenho nojo de você. N-O-J-O! – disse e soletrei em seguida.

- Papai, dê logo uma surra nessa vadia pra aprender a falar direito com você. – Vick disse.

- Vai para o inferno, Vick. – disse a olhando.

- Acho melhor você começar a medir suas palavras. Eu estou perdendo a pouca paciência que eu tenho com você. – Sebastian disse.

- Medir minhas palavras com você? – perguntei e dei uma risada amarga. – Quantas vezes eu vou ter que repetir que você é um merda, um ninguém, porcaria nenhuma, não vale um dólar se quer, não vale o que come, é um zero a esquerda. E que vai se foder bonitinho quando o Justin descobrir onde eu estou. Quantas vezes, seu cafetão de merda?

Às vezes não consigo segurar minha língua e acaba sobrando para mim. Como agora. Sebastian fechou os punhos me olhando com ódio, pensei que ele ia me acertar um soco, mas ele apenas afastou-se de mim e foi até seus capangas, conversou algo que não deu para ouvir. Os capangas se retiraram, Vick e Sebastian apenas me olhavam com superioridade, também os encarava. Minutos depois, seus capangas chegaram com um saco, o abriram e despejaram milho no chão. 

- Sabe Mellanie, se uma coisa que o Justin não soube foi te impor limites. Mas comigo você vai aprender direitinho, a partir de agora você vai aprender a me respeitar, dá melhor forma possível. – ele sorriu e Vick riu.

Um dos capangas me pegou pelo cabelo, fechei os olhos com força devido à dor que eu senti. Esse filho da puta não sabe me levantar direito? Eles me levaram em direção ao milho jogado no chão.

- De joelhos, querida. – Sebastian disse.

- Já mandei ir tomar no seu cú. – resmunguei.

- Quem manda aqui sou eu. Você não manda em bosta nenhuma. Coloquem ela de joelhos, agora. – ele ordenou.

Tentei resistir, mas me colocaram de joelhos no milho.

- Agora fique aí, refletindo nas merdas que você disse. Pense duas vezes ao falar comigo Mellanie, ou você vai se arrepender amargamente por isso. Você não está lidando com qualquer um, está lidando com Sebastian Matarazzo. Tenha um bom dia! – ele disse e saiu juntamente com a Vick, deixando aqueles imbecis de olho em mim.

Tudo bem, eu vou suportar tudo isso. Por favor Justin, não demore a chegar.

Justin’s POV

Ódio.

A palavra que mais me define agora.

Como alguém pode sumir sem que ninguém veja? Já procuramos por todo o Havaí, logo depois em Los Angeles. Movi todos os meus homens para ir atrás da Mellanie, não só os meus, mas como os dela também. Nós temos os melhores trabalhando com a gente, e mesmo assim não encontramos absolutamente nada. Nem uma pista se quer, e isso me levava ao desespero. Desde ontem que eu não prego os olhos, desde ontem que minha vida virou um inferno a partir do momento que acordei depois do Réveillon. Caralho Mellanie, onde você está?

Bati com força no volante do carro. Eu não sabia mais o que fazer.

- Calma cara, nós vamos encontrar a Mellanie. – Ryan disse.

Ele estava comigo no carro. Chaz e Chris estavam atrás de nós. Estávamos rondando mais uma vez por Los Angeles.

- Se é que ela quer ser encontrada. – disse após dar um longo suspiro.

- Bro, se você não parar de falar essas merdas, eu que vou ficar com raiva de você. – Ryan disse.

- Droga Ryan, será que você não vê? Ela me deixou, cacete! – apertei o volante em minhas mãos.

- Será que você não vê que aquela mulher te ama? Vai tomar no cú Justin! Ela foi sequestrada e você ai pensando que ela te deixou.

- Ryan... - comecei.

- Se você falar esse absurdo de novo, eu como seu amigo vou te deixar em casa e eu continuo as buscas com os outros. Isso é o sono corroendo seu cérebro, você tem que descansar isso sim!

- Eu só ia perguntar o que você faria se a sua mulher sumisse como poeira no vento.

- Eu iria procurá-la, até parar de ventar. Mas não é isso que você está fazendo, você está deixando o vento levá-la só Deus sabe para onde.

- Eu não estou deixando. – disse parando no acostamento e encostando minha testa no volante.

- Já parou para pensar no que a Mellanie pode está passando? Ninguém sabe quem a sequestrou, mais com certeza não foi para fazer o bem. Ela pode estar sofrendo, cara. E você se deixando levar pelo ódio.

- Eu sei, eu sei. – disse o olhando. – Sei que não posso ficar de braços cruzados, mas eu não sei mais o que fazer. O Chaz nem conseguiu rastrear de onde o celular da Mellanie estava, não temos pista nenhuma.

- Ele pode tentar de novo. Uma hora vai dar certo. O melhor a se fazer, é você ir descansar. Amanhã continuamos as buscas.

- Olha para a minha cara Ryan, e vê se eu vou conseguir dormir. – disse irônico.

- Não vai adiantar nada ficar mais uma noite acordado. Nossos homens estão nas ruas, qualquer coisa vão nos avisar.

- Sempre quando está dando tudo certo na minha vida, tem que acontecer alguma merda. Vou cortar em pedacinhos o causador disso tudo, escreve aí.

- Eu te ajudo nisso. – ele disse.

Chris parou com o carro do lado do meu.

- Algum problema aí? – ele perguntou.

- Não, vamos seguir. – disse.

- Aonde vamos agora? – Chaz perguntou.

- Para a casa. Continuamos amanhã. – disse e eles assentiram.

Ryan tem toda a razão. Eu estou sendo um completo idiota em pensar isso da minha Mel. Droga, onde você está?

Chegamos em casa, os garotos iriam dormir aqui para que amanhã bem cedo, nós sairmos em busca da Mellanie. Chaz disse que ia ver se conseguia rastrear o celular.

- Eai? – meu pai perguntou assim que entramos em casa.

- Nada. – suspirei e me joguei no sofá.

- Onde vocês procuraram?

- Em cada canto de Los Angeles. – Chris respondeu. – Estou impressionado ninguém saber de nada, nem aqui e nem no Havaí.

- Não só você Chris, todos nós estamos. – minha mãe disse.

- Cadê o Jaxon? – perguntei.

- Ele dormiu agora a pouco. Ele chorou por um bom tempo perguntando pela Mellanie. – Jazmyn disse e senti um aperto no coração.

- Vou subir, até amanhã. – disse me levantando e seguindo até a escada.

- Nós vamos encontrá-la filho. – meu pai disse.

- Eu sei. – murmurei.

Eu queria ter a certeza disso, mais parece que está sendo tudo em vão. Caminhei até o nosso quarto, apesar do meu perfume ser forte, era o seu cheiro que reinava aqui. Respirei fundo e fui em direção ao banheiro. Joguei as roupas no chão e me lembrei de como ela odeia quando faço isso, ela sempre diz que sou bagunceiro. Sorri involuntariamente, mais logo meu sorriso sumiu ao sentir a sua ausência. Tomei um banho rápido e fui me vestir, coloquei apenas uma cueca e uma calça de moletom. A cada passo que eu dava sentia o peso do meu corpo, estou realmente cansado. Assim que sentei na cama, ouvi o choro do Jason. Me levantei e saí do quarto, no corredor vi Jazmyn indo em direção ao quarto dele também.

- Pode deixar, Jazzy. – disse.

- Você não vai querer comer nada? – ela perguntou me parecendo preocupada.

- Estou sem fome. – respondi.

- Você tem que se alimentar. Papai disse que você não come nada desde ontem.

- Nada me desce, não vou comer a força.

- Eu vou levar um copo de leite pra você. – ela disse e ri fraco.

- Esse era meu papel quando você era menor. Sempre me pedia um copo de leite na madrugada. – disse e Jazzy riu.

- É a minha vez de retribuir. Apesar de você ser insuportável, você ainda é meu irmão e vou estar sempre aqui para o que precisar. – ela disse e me abraçou forte.

Afaguei seus cabelos e beijei sua testa.

- Me promete uma coisa? – perguntei.

- O que?

- Só case quando completar trinta anos. – disse e Jazzy riu separando o abraço.

- Isso é sério? – ela perguntou.

- Sim. Não quero que você seja magoada por ninguém. Essa coisa de amor é complicado.

- Eu quero que o meu amor seja igual o seu e o da Mellanie.

- Por quê?

- Porque apesar dos apesares, vocês sempre vão continuar juntos. Porque depois das brigas vocês sempre se resolvem e parece que nada aconteceu. Porque Mellanie e Justin vão existir para sempre.

- Jazzy, se o cara que você for casar, te amar como eu amo a Mellanie ele terá meu total apoio. 

- Eu quero ter essa sorte, Justin. – ela disse e riu.

Ouvi um berro do Jason.

- Daqui a pouco vou deixar o copo de leite para você. – ela disse dando as costas.

- Eu não quero. – disse.

- To nem aí. – ela disse sumindo no corredor.

Entrei no quarto e Jason estava sentado chorando com o dedo na boca. Fui até ele e o peguei nos braços.

- O que foi meu campeão? – perguntei enquanto ele soluçava agarrado em meu pescoço.

- Cadê a mamãe, papai? Eu quelo a mamãe. – quase que não conseguia entender em meio a tanto choro.

- Daqui a pouco ela volta. – suspirei.

- Onde ela tá? – ele perguntou.

- Ela foi fazer uma viagem, mais logo ela está de volta. – tentei convencê-lo e tentava me convencer também que logo a encontraria. – Você não quer assistir desenho com o papai? – o perguntei.

Ele negou com a cabeça.

- Ok, então vamos só dormir. – disse e saí do seu quarto indo para o meu.

Coloquei Jason na cama e me deitei ao seu lado. Logo ele veio se aninhar em meus braços, assim como a Mel sempre faz. Essa cama me parece tão grande sem ela aqui. Não é somente a cama que é grande, é grande também o vazio que está dentro de mim.

- Papai. – Jason me chamou.

- Hum?

- Conta tolinha. – ele disse.

- Contar o quê?

- Tolinha. Mamãe conta quando vou mimi. – ele disse me olhando com aqueles olhos azuis.

Até assim não dá pra parar de pensar na Mellanie. Ele tem os olhos da mãe.

- Eu não sei contar. – disse fazendo cafuné em seus cabelos.

Pelo menos, os cabelos ele puxou a mim.

- Sabe. – ele fez bico, pronto pra começar a chorar.

- Ok, ok. Era uma vez, sete ladrãozinhos...

- O que é ladaozinho?

- Ahm... São pessoas que rouba as outras pessoas.

- O que é rouba?

- Ok, não era mais ladrãozinhos. Eram sete cachorrinhos.

- Catorrinho igual o meu?

- É, iguais aos seus. Então os sete cachorrinhos...

A porta foi aberta, era a Jazzy com o copo de leite. Como ela é teimosa.

- É pra tomar tudo. – ela disse me entregando. – E você neném, não vai dormir agora?

- Papai tá contano tolinha. – ele disse.

- Jazzy, me ajuda. – disse e ela riu.

- Ok, vamos lá. Era uma vez...

Jazzy começou a contar a historinha para o Jason enquanto eu tomava o leite à força. Terminei de tomar e ela ainda continuava a história. Enquanto ela falava, eu começava a ficar sonolento, e finalmente apaguei.

 Mellanie’s POV

Ficar cinco minutos ajoelhada no milho nem foi tão doloroso, mas já fazia uma hora que eu estava ajoelhada aqui. Só Deus sabe como meus joelhos e pernas estão doendo, e cada vez que eu tentava me ajeitar doía mais. O formato dos grãos de milho estavam em meu joelho e de alguma forma isso era bem doloroso. Acho que nem em pedras seriam tão ruim assim. Toda vez que eu tentava me levantar, os dois capangas me colocavam de joelhos novamente e o ódio só aumentava. Pra completar eu estava morrendo de sede e fome, minha barriga chegava a doer. Eu não aguentava mais ficar de joelhos, meu corpo pedia por descanso. Me sentei e logo um dos capangas veio até mim.

- Porque sentou? Vamos, de joelhos. – ele disse me pegando pelos braços.

- Não! – me debati. – Estão doendo porra!

- E você acha que eu me importo com isso? – ele perguntou rindo da minha cara.

- Filho da puta! – murmurei.

- Ou você fica de joelhos por bem, ou fica por mal. – ele me ameaçou.

Achei melhor fazer o que ele estava pedindo. Nunca se sabe o que esses idiotas podem fazer comigo. Mesmo com muita dor, voltei a ficar de joelhos e querendo ou não, comecei a chorar. Eu não iria aguentar tudo isso por muito tempo, no momento eu estava preferindo a morte.

Já fazia algum tempo que eu choramingava baixinho, e os capangas só riam de mim. Riam da minha dor. A porta foi aberta, me recusei a levantar o olhar para ver quem era.

- Acho que você já aprendeu, ou vai querer ficar mais algumas horinhas aí? – ouvi  Sebastian dizer e funguei. – Eu acho que não. – ele disse rindo. – Podem levantá-la.

Cada capanga me pegou por um braço me colocando de pé. Senti uma dor insuportável nas pernas e principalmente nos joelhos. Eles estavam me segurando, pois meus tornozelos ainda estavam amarrados e se me soltassem eu iria de encontro ao chão.

- Está com fome? – ele perguntou e não respondi. – Querida, se você não me responder vou pensar que não está com fome. Me responda! – ele ordenou.

- Estou. – murmurei.

- Eu não ouvi direito. – ele disse apontando para seu ouvido.

- Eu estou com fome. – disse com raiva.

- Ok, não vou ser tão ruim com você, desde que passe a me obedecer. Estamos entendidos?

- Eu não... – pensei em respondê-lo, mais tentei conter a minha raiva e começar a jogar o joguinho dele.

- Você não? – ele perguntou.

- Nada. – respondi.

- Ótimo! – ele sorriu. – Olha como as coisas podem ficar boas para o seu lado.  Desamarrem os tornozelos.

Os capangas começaram a desamarrar da forma mais bruta possível.

- Desamarra essa porra direito. Isso dói, caralho. – esbravejei.

- Cuidado que ela não é nada mansa. – Sebastian disse rindo. Idiota.

Logo senti a ardência das marcas em meus tornozelos. Se eu não for morta, vou acabar saindo daqui toda fodida. Que merda.

- Me acompanhe. – Sebastian disse.

- Eu não vou andar. – disse.

- Como não? – ele perguntou me olhando.

- Minhas pernas estão doendo e os joelhos também.

- Era pra doer mesmo, agora não quero saber de lamentações e caminhe na minha frente. – ele disse arrogante.

- Filho da...

- Continue e eu te deixo a noite toda de joelhos naquele milho, deve ser bem relaxante né? – ele disse irônico.

Fechei os olhos com força e dei um passo à frente. Foi como se estivessem dando marteladas na porra do meu joelho, a cada passo, a dor aumentava. Oh Deus, eu não mereço isso. E pra completar ainda tinha uma escada para subir para sair daquele maldito quartinho, por Deus, não!

- Suba! – ouvi Sebastian dizer atrás de mim.

- Não aguento. – suspirei.

- Mandei subir! – ele repetiu.

Subi no primeiro degrau e pensei que fosse cair de joelhos ali. Meus joelhos estavam completamente inchados por causa do castigo, nunca pensei que grãos de milho fossem fazer tamanho estrago. Da próxima vez vou ficar de boca calada. Subi as escadas chorando, eu não me aguentava em pé.

- Quer que te leve no colo, meu bem? – Sebastian perguntou.

- Não! Eu sei andar sozinha. – respirei fundo secando minhas lágrimas com as costas das mãos e continuei a andar.

- Que vadia mais orgulhosa. – o ouvi dizer.

Agora o cenário era completamente diferente daquele quartinho sujo, agora era uma casa extremamente luxuosa. E eu passava a me perguntar se estávamos em Los Angeles ou na Itália. Começamos a andar pelos corredores, passei a ignorar a minha dor, mantendo a minha atenção naquele lugar para saber pelo menos onde eu estava. Vi alguns quadros na parede, eram algumas pessoas, vestidas como Italianos e as fotos pareciam ser bem antigas. Com certeza estamos na sua casa, em Itália.

- Saiba que se seu maridinho pisar aqui, eu o deixo como uma peneira. Esse é meu território. – Sebastian disse.

Agora ele deu pra ler mentes? Me pergunto qual é a desse cara. Ele só pode ser um psicopata.

- Entre na primeira porta, à esquerda. Tome um banho, daqui a pouco eu volto aqui. – ele disse.

Apontei com a cabeça para as minhas mãos que estavam amarradas.

- Como quer que eu abra a porta? – perguntei como se fosse o óbvio.

Ele desamarrou e rapidamente massageei meus pulsos. Droga, começou a arder. Entrei no quarto e ouvi ele passar a chave na porta, me deixando trancada no quarto. Era um quarto de hóspedes, caminhei até a cama e me joguei. Céus, como eu precisava descansar. Fitei o teto e comecei a pensar em como Justin está agora. Será que ele está me procurando? Será que ele está bem? E o meu Jason? Estava tudo tão bem e acontece essa reviravolta. Da noite para o dia, a minha vida se transforma em um inferno, que está apenas começando.

Eu, sendo prisioneira do presidente da Máfia Italiana e tendo que obedecê-lo. Só queria encontrar a porra de um celular nessa casa, para o Sebastian realmente saber com quantas balas se mata um viadinho como ele. Encarei meus joelhos e estava uma desgraça, pareciam mais dois cocos de tão inchados que estava. Os massageei na esperança de parar de doer, mais foi em vão. Olhei para o lado e tinha uma muda de roupa, era uma blusa e um short e uma lingerie. Só espero que não seja da vagabunda da Vick, outra que eu vou me vingar.

Me levantei resmungando de dor e fui para o banheiro. Era também luxuoso. Desde quando magnatas não gostam de coisas luxuosas né? Tomei um banho, me enrolei em uma toalha que havia alí e fui me vestir. Encontrei um pente e penteei meus cabelos. Vi a causa da minha dor de cabeça mais cedo, um corte em minha testa. Nossa que ótimo. Nem era tão profundo, mais doeu. Procurei algo naquelas gavetas, como algum creme para que eu pudesse massagear meus joelhos. Isso aqui vai amanhecer bem pior. Não encontrei nada. Ouvi a porta ser destrancada, era o Sebastian.

- Vamos descer. – ele disse sorrindo.

Mais é muito desgraçado mesmo. Sabe que meus joelhos estão fodidos e fica me mandando subir e descer escadas. O encarei respirando fundo e me levantei passando por ele. Logo ele tomou a frente e segui ele até as escadas, encarei aqueles degraus e prendi a respiração soltando logo em seguida. Isso vai ser doloroso. Sebastian desceu rapidamente, enquanto eu sofria a cada degrau que eu descia. Chegamos até a sala de jantar, a comida já estava na mesa, assim como a galinha da Vick.

- Não acho que ela mereça jantar com a gente, papai. – Vick disse me olhando com nojo.

Ela aproveite enquanto pode olhar, porque a primeira coisa que vou arrancar dessa vadia são esses olhos.

- Vick, não comece. – Sebastian disse e sentou-se. – Senta Mellanie.

Sentei e me servi calada, ouvindo as provocações da Vick. A cada dois minutos ela citava o nome do Justin e do Jason. Minhas mãos coçavam para enfiar o garfo nos olhos dela.

- Bom, o dia hoje foi bem cansativo. Vou descansar, boa noite papai. – Vick disse levantando-se e indo beijar a bochecha do Sebastian. Revirei os olhos.

- Boa noite, filha. – Sebastian disse.

Vick saiu do cômodo, deixado apenas eu e Sebastian na mesa.

- Qual o motivo de me sequestrar e me manter presa em sua casa? Até agora eu realmente não sei. – disse o olhando.

- Como assim não sabe? Você me subestimou Mellanie, coisa que nenhuma outra vadia fez. Estou mostrando para você, quem é que manda aqui.

- Mais que papinho chato. Todos os gângsteres tem essa fala decorada?  Confessa que você tinha inveja do Justin por me ter em sua cama, coisa que você não conseguiu naquela noite na boate. – disse sorrindo e vi Sebastian trincar o maxilar.

- Eu não tenho inveja daquele moleque. Olhe para mim e para ele. Eu sou o presidente da Máfia Italiana e ele é apenas um moleque bem sucedido em Los Angeles.

- O moleque que todos querem ser, inclusive você.  – disse gargalhando.

Eu não tenho medo de morrer mesmo. Eu dou risada na cara do perigo.

- É burrice o que você fez. Mal sabe que o final disso tudo vai ser a sua morte. – continuei enquanto via Sebastian me fuzilar com os olhos.

- Você deve gostar de apanhar né Mellanie? Vou ligar para o Justin e perguntar se você gosta de apanhar fodendo também. – ele disse segurando meus cabelos com força.

Não pensei duas vezes e peguei uma faca na mesa e enfiei na sua mão que estava sob a mesa. Sebastian deu um grito de dor e rapidamente soltou meus cabelos. Me levantei com rapidez e tentei correr, mais meus joelhos inchados não ajudava. Ouvi a voz de Sebastian ecoar pela casa, assim que pus minhas mãos na maçaneta, ela foi aberta, mais não por mim, por dois brutamontes que me seguraram. Que droga! Me debati nos braços deles, mas tudo o que eu fazia era em vão.

- Sua vadia desgraçada! – ouvi Sebastian dizer.

Ele segurava um pano enrolando a sua mão ensanguentada.

- Vadia é sua mãe, que nem deve saber quem é seu pai. – disse e Sebastian veio para cima de mim.

Não tinha nem como escapar com aqueles dois armários me segurando. Mellanie, você tem que aprender a ficar de boca fechada. Acabei recebendo um soco na barriga, urrei de dor.

- Eu já te avisei sobre como falar comigo, sua piranha. – Sebastian disse. – De joelhos.

- Isso não! – gritei.

- Coloquem essa porra de joelhos. – ele disse e me colocaram de joelhos no chão.

Ai meu Deus, de novo não. O desgraçado estava me torturando sem nem muito esforços. Eu sentia uma queimação horrível, bem dolorosa. Respirei fundo, eu não iria chorar.

- Quem você pensa que é? – Sebastian me perguntou, me recusei a olhá-lo.

- Vai para o inferno. – disse pausadamente. O soco que ele me deu na barriga estava doendo pra caralho.

- Espera, deixa que eu respondo para você. – ele disse me rodeando, enquanto eu continuava de joelhos. - É uma vadia mentirosa. Seu amado Justin sabe que você é a presidente da Máfia Russa?

- Não, ele não sabe. – dei risada. – Ponto para você, Matarazzo. Agora você sabe quem realmente eu sou e o quanto você vai se foder quando eu sair daqui. 


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