Fanfics - Justin Bieber

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

The Apprentice - Twenty-fifth chapter

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Quando acordei, Justin já não estava mais dormindo. Eu estava nua, coberta somente pelos lençóis da cama. Como que ele me deixa dormindo desse jeito? E se a Pattie entra e me ver assim? Que vergonha!

Me levantei enrolada no lençol e fui me espreguiçando para o banheiro. Coloquei o lençol em cima do vaso sanitário e liguei o registro do chuveiro. Esperei a água esquentar pois estava frio naquela manhã, aliás, como quase todas as manhãs no Canadá. Que país gelado.

Tomei um banho demorado, lavei os cabelos, escovei os dentes, me enrolei em uma toalha e saí do banheiro. Fui até o closet do Justin, onde havia uma parte somente para mim. Ele teve esse cuidado em deixar um espaço para colocar minhas roupas. É um amor mesmo.  Me vesti e fui pentear os cabelos.  Me sentei na beirada da cama enquanto fazia isso.

- Bom dia, bela adormecida! – Justin adentrou o quarto com um sorriso nos lábios.

- Bom dia. – Sorri para ele. – Porque não me acordou? – Perguntei após ele me dar um selinho.

- Fiquei com dó. – Ele respondeu e ri fraco.

- Eu vou para casa hoje. – Disse e ele torceu os lábios.

- Eu sei. Será que você não podia ir semana que vem?

- Justin...

- Eu estou brincando. Você tem que ir mesmo se acertar com a sua mãe...

- Que bom que você entende. – Disse largando a escova de cabelo em cima da cama.

- Toma pelo menos café da manhã com a gente. – Ele disse estirando a mão para eu pegar.

- Claro. – Disse segurando em sua mão e saímos do quarto.

- Minha mãe ficou triste quando eu disse que você ia embora hoje. – Ele disse enquanto caminhávamos pelo corredor.

- A gente mora quase colados um ao outro, qualquer coisa eu estou aqui ou vocês vão me ver. – Respondi.

- Tem razão. – Ele disse.

Chegamos à cozinha e Pattie estava colocando a mesa do café e Jeremy já sentado lendo um jornal.

- Bom dia! – Disse.

- Bom dia querida. Sente-se, o café está quase pronto. – Pattie disse muito simpática.

- Bom dia, Kate. – Jeremy respondeu.

- Quer ajuda? – Perguntei.

- Não, está tudo sob controle. – Ela respondeu.

Me sentei ao lado do Justin que começou a conversar com seu pai sobre as notícias do dia. Pattie terminou de colocar a mesa e sentou-se.

- Justin me disse que vai embora hoje, é verdade? – Ela me perguntou.

- Sim, eu preciso me resolver com a minha mãe. – Respondi.

- Não sei se fico feliz ou triste em saber disso. – Ela respondeu e ri.

- Pattie, tem que ficar feliz pela menina. – Jeremy disse.

- Você quer que eu seja falsa? Estou sendo sincera. A Kate virou nossa segunda filha. – Ela disse acariciando minha mão e sorri largo.

Era bom saber que ela sentia isso por mim, logo agora que ela é minha sogra.

Isso mesmo Kate, sua sogra!

- Você é um amor, Pattie. – Disse.

- É meio estranho saber que nosso filho pega nossa segunda filha. – Jeremy disse e Justin gargalhou.

- Essa conversa está um pouco estranha, será que podemos conversar sobre outra coisa? – Justin sugeriu e concordamos.

- Olha, vai ter jogo dos Cullitons semana que vem. – Jeremy disse olhando o jornal. – Estamos bem nessa temporada.

- Nós vamos! – Justin disse animado.

- Dessa vez eu vou. – Pattie disse.

- Ihhh, você é pé frio, acho melhor ficar em casa. – Jeremy disse e rimos.

- Quê? Agora que eu vou mesmo. – Ela disse e Justin gargalhou.

- Que responsabilidade em dona Patrícia? Se os Cullitons perder, já sabemos qual foi a causa. – Justin implicou e riu com o Jeremy.

- Deixem ela. Tadinha. – Disse rindo. – Nós vamos ganhar, Pattie.

- Olha só isso, Kate. Cuidamos do marido e do filho para depois sacanear com a nossa cara. – Pattie disse e rimos.

Terminamos nosso café e fui para o quarto do Justin para arrumar minhas coisas. Justin ficou deitado na cama apenas observando eu dobrar minhas roupas e guardar na mala.

- Você vai contar logo para os seus pais do nosso namoro? – Justin me perguntou.

Fechei a mala e o olhei.

- Eu não sei. Estou aflita com a conversa que iremos ter, mais não se preocupe, logo eles saberão. – Respondi.

- Tudo bem.

- Podemos ir.

- Mais já? – Ele perguntou fazendo bico.

- Já. – Sorri e fui beijá-lo.

- Vou sentir falta de dividir a minha cama com você. – Ele disse me abraçando.

- Eu também. – Lamentei.

(...)

Estávamos em frente à porta da minha casa. Tinha acabado de tocar a campainha e Justin segurava a minha mala. Eu estava nervosa por ter que encarar minha mãe e finalmente ter uma conversa digna com ela.

- Kate! – Meu pai disse alegre após abrir a porta e me abraçou.

- Oi pai. – Respondi.

- Obrigado por ter cuidado da minha menina, Justin. Não sei como agradecer você e seus pais. – Meu pai disse apertando a mão do Justin.

- Imagina, Erick. Não precisa agradecer. – Ele respondeu.

- Não quer entrar?

- Não, não. Vocês devem ter muito o que conversar e eu preciso resolver umas coisas da faculdade. – Justin respondeu.

- Tudo bem, então. Me dê aqui essa mala. – Meu pai disse pegando a mala.

- Bom, eu vou indo. – Justin disse meio sem jeito e me olhou.

O abracei.

- Obrigada por tudo! – Sussurrei.

- Me liga depois, amor. – Ele sussurrou de volta.

Assenti com a cabeça depois que separei o abraço.

- Tchau, Justin! – Meu pai disse.

- Tchau. – Ele sorriu fraco.

Justin colocou as mãos nos bolsos da sua bermuda e seguiu em direção à sua casa.

- Vamos entrar. – Meu pai disse colocando sua mão em minhas costas.

Soltei o ar preso em meus pulmões e entrei na minha casa, depois de dias.

- Está com fome? – Ele me perguntou.

- Não, já tomei café. – Respondi. – Hum, eu vou para o meu quarto.

- Quando você vai conversar com a sua mãe?

- Deixa eu respirar um pouco, pai. Preciso ir ao meu quarto e organizar minhas coisas.

- Tudo bem, querida. Vou deixar a sua mala lá.

Concordei e fomos em direção ao meu quarto. Como prometido, meu pai só deixou minha mala e me deixou sozinha. Precisava de um tempo só para mim, para organizar as coisas na minha cabeça.

Enquanto pensava na suposta conversa que iria ter com a minha mãe, fui desarrumar a mala e guardar minhas roupas. Meu quarto estava todo arrumado, ela deve ter feito isso. Me sentei na beirada da cama e encarei minhas mãos, criando coragem para falar com a minha mãe.

Minutos se passaram e me levantei decidida a resolver essa intriga. Saí do meu quarto e cheguei à sala, encontrei com meu pai concentrado mexendo no notebook.

- Pai, onde ela está? – O perguntei.

- No quarto. – Respondi.

- Ela não foi trabalhar hoje? – Estranhei.

- Não, ela preferiu esperar você. – Ele respondeu.

Não disse nada e dei às costas. Cheguei em frente ao quarto dos meus pais e respirei fundo. Na sequência, dei três batidas na porta de madeira.

- Pode entrar! – Ouvi sua voz do outro lado.

Girei a maçaneta e fui entrando no quarto. Apesar dela estar longe do trabalho, o trabalho não estava longe dela. Minha mãe estava sentada na cama, rodeada de papéis e assinando mais outros. Quando ela bateu os olhos em mim, ficou surpresa ao me ver.

- Kate! – Ela murmurou.

- Eu volto em outra hora para gente conversar. – Disse vendo que ela estava com coisas demais para fazer.

- Não, espere... – Ela disse levantando-se. – Vem aqui, filha.

Fiquei parada a olhando. Como eu não me mexi um centímetro se quer, ela veio até a mim com os braços abertos.

- Que bom que está de volta!

Ela me abraçou e me senti mal em não conseguir retribuir seu abraço. Eu queria muito, porém não conseguia.

- Eu sinto muito por tudo o que aconteceu. – Ela disse acariciando meus cabelos.

Aquele carinho que eu não sentia há anos.

- Eu me sinto tão culpada, Kate. – Ela continuou a falar. – Me desculpe.

- Porque você não gosta de mim? – A perguntei, ela separou o abraço não correspondido e me olhou.

- De onde você tirou isso? Claro que eu gosto de você. Você é minha filha. – Ela respondeu me olhando.

- Porque eu não consigo acreditar nisso? Olha todas as coisas que você fez para mim, só fez me sentir mal...

- Não, eu só queria o seu bem. Eu não fiz por mal, eu juro.

- Você nem se importou com o que aconteceu comigo. – Disse a encarando.

- Com certeza o seu pai já deve ter dado com a língua nos dentes sobre o que acontece comigo. Às vezes eu tenho emoções contrárias que eu gostaria de ter. Eu queria ir te ajudar e dizer que estava tudo bem, mas ao mesmo tempo não. Não me culpe por isso.

- Se eu disser para você que não te culpo, eu estaria mentindo. A mágoa que eu guardo aqui dentro não é de agora. É desde quando você me jogou naquele convento para se dedicar ao trabalho.

- Foi para o seu bem...

- O meu bem, mãe? Isso me faz mal até hoje. As pessoas me fazem mal até hoje por causa disso. “ Ah Kate, não era você que ia ser freira? ”

- Lá você foi bem-educada. Eu e o seu pai não íamos ter tempo para você, o trabalho exigia muito. Você era uma criança...

- Exatamente. Eu era só uma criança.... Na verdade, seus problemas psicológicos foram descontados em mim.

- E se tiver sido mesmo, vai adiantar do que agora? Você está com a gente agora.

- Eu esperava pelo menos um pedido de desculpas, mas acho que não vai rolar...

- Eu não vou pedir desculpas por algo que eu fiz que acho que foi o certo. – Ela respondeu.

- Então não espere que eu ache que você sinta muito. – Disse com raiva.

- Kate, você é minha filha, nós não podemos viver em pé de guerra.

- Me peça desculpas. – Pedi.

- Eu não estou errada.

- Tudo bem. Agora vou deixar você com o seu trabalho, só vocês se dão bem...

- Kate? – Ela me chamou, porém não dei ouvidos e saí do quarto.

Dei de cara com o meu pai no corredor.

- Estava ouvindo? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça. – Eu fiz a minha parte.

- Eu sei, querida.

- Vou para o meu quarto.

- Não se esqueça que hoje você tem consulta com a psicóloga.

- Como esquecer, pai.

Fui para o meu quarto e me joguei na cama. Meu celular começou a tocar, era a Caitlin.

- Oi prima, saudades gostosa! – Ela disse e ri fraco.

- Oi Cait, eu também estou com saudades de você. – Respondi.

- Quando volta para a faculdade? Está muito chato sem você.

- Semana que vem eu vou. – Disse. – Já sei que estou bem ferrada em algumas cadeiras.

- Kate, os professores sabem o que aconteceu. Repercutiu na cidade inteira, com certeza eles vão entender o seu caso e deixar que você faça as provas para não reprovar.

- Nem me lembre que todo mundo sabe. Vou morrer de vergonha quando chegar na faculdade.

- Vergonha porquê? Tem que ter orgulho da coragem que teve de colocar aquele peste na cadeia. A outra não teve essa coragem...

- Acho melhor mudarmos de assunto.

- Ok, como vai com a psicóloga?

- A primeira sessão foi horrível. Ela me fez contar tudo o que aconteceu e parecia que eu estava vivenciando aquilo novamente.

- Ela fez isso para saber o que aconteceu com você ué, não tem como ela adivinhar.

- Eu sei, eu sei. Mas não gostei do que senti.

- Relaxa que vai melhorar. Ela vai te ajudar a se livrar desse trauma.

- Ontem os tios do Justin foram jantar na casa dele, nisso tinha um primo dele, acredita que eu me assustei com ele andando atrás de mim? Qualquer coisa eu penso que é o...

- Você está impressionada demais com o que aconteceu. Coloque nessa sua cabecinha que ele nunca mais vai te fazer mal. Ele está vendo o sol nascer quadrado.

- Eu sei, Cait. Mas eu não sei, tem um bloqueio forte na minha mente. Eu quero acreditar muito nisso.

- Acredite! O pior já passou, agora só virão coisas boas.

- Falando em coisas boas, eu tenho uma ótima para te contar. – Disse sorrindo.

- O que? Estou curiosa! – Perguntou eufórica.

- O Justin me pediu em namoro.

- Sério? – Ela perguntou e nem esperou eu responder para dar gritinhos histéricos. – Ah meu Deus, que notícia maravilhosa. Estava na hora já né.

- Eu também não acreditei na hora do pedido, mais foi real.

- Own! Só de pensar que no início eu era a primeira a descordar desse relacionamento, porém agora eu sou a primeira a apoiar. Quero que vocês sejam muito felizes juntos.

- Obrigada, Caitlin. Eu fico feliz que tenha alguém torcendo pela nossa felicidade. – Disse sorrindo.

- Não somente eu, como os garotos também. Quando vamos sair para comemorar?

- Não sei. Voltei para casa e não sei como vai ser daqui para frente.

- Já conversou com a sua mãe?

- Tentei uma conversa, mais ela não quer dar o braço a torcer.

- Vai ficar tudo bem. Olha, vou almoçar e ir para a faculdade, depois conversamos mais.

- Tá bom. Boa aula, beijos!

- Beijinhos. – Ela disse e desligou.

Lembrei que tinha que ligar para o Justin. Mas nesse horário com certeza ele está se arrumando também, vou deixar para ligar mais tarde. Ouvi meu pai me chamar para almoçar, saí do quarto e fui para à cozinha.

- A consulta é às 14:00 horas. – Ouvi meu pai dizer para a minha mãe.

Me sentei ao lado do meu pai e comecei a me servir.

- Fiz seu prato preferido. – Minha mãe disse.

- Eu vi. – Respondi rápido.

- Ouviu? – Meu pai me perguntou.

- O quê? – Perguntei de volta.

- A sua consulta é às 14:00. – Ele repetiu.

- Sim, ouvi. – Respondi.

- E esse anel? – Minha mãe perguntou olhando para o meu dedo.

- Eu ganhei.

- De quem?

- Do Justin. – Disse.

- Justin é um cara tão bacana. Eu gosto daquele moleque. – Meu pai disse e só concordei com a cabeça.

Como aparentemente eles não desconfiaram do anel, terminei de almoçar calada. Minha mãe tentava puxar assunto, mais eu não estava afim. Eu estava magoada e ela não quis me pedir desculpas. O que custa um pedido de desculpas? Será que dói dizer “ Me desculpas Kate, eu errei. ”?

Depois do almoço, subi para o meu quarto e fiquei esperando dar o horário para me arrumar e ir para a psicóloga. Não é algo que eu goste de ir, porém é necessário.

- Vamos, Kate. Se não vamos nos atrasar. – Meu pai gritou do corredor.

- Já estou pronta. – Respondi saindo do meu quarto.

- Você está linda! – Ele me elogiou e olhei para a minha roupa.

Era apenas uma camisa preta, um jeans surrado e um all star.

- Obrigada, pai. – Disse desconfiada.

(...)

- Até quando vou ter que vir aqui? – Perguntei assim que chegamos em frente ao prédio.

- Até você se sentir bem. – Ele respondeu.

- Mas eu estou bem, pai. – Disse.

- Não comece...

- Tem que mudar o horário das consultas, semana que vem vou voltar para a faculdade e não vou poder faltar.

- Tudo bem, faremos isso assim que chegarmos lá.

Pegamos um elevador e paramos no andar do consultório. Fomos até a recepcionista.

- Boa tarde! Eu queria mudar o horário das consultas da minha filha. – Meu pai disse e fiquei de braços cruzados a vendo mexer no computador.

- Nome da paciente.

- Kate Beadles. – Meu pai respondeu.

- Deseja qual horário?

- Na parte da manhã. – Respondi.

- Às 9:00 está bom?

- Sim. – Disse.

- Ótimo. Agora é só aguardar que a próxima a entrar é você.

- Obrigado. – Meu pai respondeu e fomos nos sentar.

Aproximadamente dez minutos depois, a minha vez chegou. A Dra. Júlia já me esperava na porta com um sorriso nos lábios. Queria estar feliz em vê-la também, nosso último encontro não foi muito legal.

- Que bom que veio, Kate. – Ela disse após fechar a porta atrás de nós.

Me sentei naquela mesma poltrona da vez anterior.

- Como passou os dias? – Ela me perguntou sentando-se na sua cadeira.

- Bem. – Respondi.

- Estávamos indo muito bem na nossa conversa da sessão anterior. O que aconteceu?

- Eu lembrei de coisas que eu não quero lembrar!

- Eu sei que é doloroso para você. Mas se você ficar evitando e não cuidar do que aconteceu, vai ser mais doloroso ainda, você me entende? – Ela perguntou e assenti com a cabeça.

- Eu vou tentar.

- Ótimo! É isso que eu quero ouvir. – Ela sorriu. – Você estava me falando que saiu de casa e foi para o Starbucks, onde alguém estava olhando para você. Pode me contar quem era essa pessoa? – Perguntou e umedeci os lábios, assenti com a cabeça. – Quem era?

- Era o Paul. – Engoli à seco.

- Pode me falar sobre ele? Sobre o que você sabe dele.

- Ele era meu colega de faculdade.

- Vocês eram amigos?

- Não, éramos só colegas.

- Entendi. Você percebia algum comportamento diferente dele com você?

- Eu não sei. Ele me tratava muito bem. Saímos até uma vez para tomar sorvete, ele foi atencioso comigo e não me faltou com respeito. Mas sempre me avisavam para ficar longe dele.

- E porque te avisam isso?

- Eu achava que era implicância dos meus amigos, mas eu não sabia o porquê de ter que ficar longe dele. Eu deveria ter dado ouvido a eles...

- Calma... Sem culpa, ok? Continue falando sobre o que aconteceu no Starbucks.

- Quando eu o vi ali me encarando, quis sair logo dali, eu tinha acabado de ter uma discussão horrível com a minha mãe e não queria conversar com ninguém. Só que assim que saí, ele veio atrás de mim e disse que nós precisávamos conversar. Eu disse que não queria conversar e ele disse que eu estava estranha e começou a me falar coisas sem nexo.

- Tipo o quê?

- Eram várias coisas, ele estava descontrolado e segurou em meu braço com força. Eu pedi para que ele me soltasse... – Suspirei pesado.

- Se sente à vontade para continuar a me contar? – Ela me perguntou e passei as mãos entre os cabelos.

- Eu estou tentando. – Disse.

- Se você não se importar, tem alguém que vai fazer parte da sua consulta. Talvez te ajude e ajude à essa pessoa também.

- Quem? – Perguntei apreensiva.

A Dra. levantou-se e caminhou até a porta. Ela a abriu e ouvi ela falar com alguém lá fora.

- Pode entrar. – Ela disse e me virei para ver.

- Mãe? – Perguntei.

- Sua mãe é minha paciente também. Ela precisa saber o que realmente aconteceu com você naquela noite. – A Dra. disse. – Pode sentar do lado da sua filha.

Minha mãe fez isso.

- Pode continuar, Kate.

- Eu não sei...

- O que o Paul fez com você depois que você pediu para que ele te soltasse? – Ela me perguntou.

- Ele ignorou o meu pedido. – Olhei para os meus dedos entrelaçados sob o meu colo. – Ele ignorou todos eles. Ele começou a me arrastar no meio da rua, as pessoas que passavam não davam a mínima sobre o que estava acontecendo. Eu não conseguia abrir a boca e pedir ajuda a alguém.

- E depois o que aconteceu?

- Ele me arrastou para um beco imundo, eu pensei que ia morrer naquela hora. Eu estava com tanto medo do que ele poderia fazer comigo. – Disse e senti meus olhos arderem. – Eu perguntava o porquê de ele estar fazendo aquilo comigo e ele só respondia com coisas sujas.  Porquê que ele estava fazendo aquilo? – Perguntei a olhando, algumas lágrimas começaram a rolar pelas minhas bochechas. – Eu tentei escapar ainda, mas ele me alcançou e me derrubou no chão. Ele me xingava tanto que eu estava me sentindo um lixo, nunca havia me sentido tão mal.

- Porque não pediu ajuda? – Minha mãe perguntou irritada.

- Era o que eu mais fazia e ninguém me ouvia. Ele... Ele deitou-se por cima de mim e começou a beijar meu pescoço, que nojo que eu sinto! Meu Deus, eu queria morrer naquele momento. Ele me deu um tapa e rasgou minha blusa...

- Tá bom, eu não quero ouvir mais! – Minha mãe levantou-se aos prantos.

- Acalme-se Lauren! – A Dra. disse.

- Eu não quero mais ouvir, não quero. – Ela disse transtornada.

- Sente-se, a Kate vai terminar de contar.

- O que ele fez com você, filha? – Minha mãe perguntou ainda chorando, sentando-se novamente ao meu lado.

- Ele teria feito algo pior, se o meu pai e o Justin não tivessem chegado há tempo. Ele ia abusar de mim.... Eu tenho nojo do Paul!

- A culpa foi minha. Se não tivéssemos tido aquela discussão, nada disso tinha acontecido. Eu me sinto tão culpada, que tipo de pessoa eu sou? – Minha mãe disse chorando.

- A culpa não foi sua, Lauren! Esse rapaz que foi culpado pelo o que aconteceu com a sua filha. – Júlia disse.

- Você não vê que eu que causei tudo isso? Esse maldito transtorno...

- Ele irá sumir, basta você querer e aceitar se cuidar de novo. – Respondi.

- Eu não preciso daqueles remédios de novo! – Ela teimou.

- Você quer viver que nem uma louca? Tudo bem, mas eu não irei ficar em casa para você descontar tudo em cima de mim. – Disse.

- Calma meninas! Assim não vamos chegar à lugar nenhum. Lauren, você tem alguma coisa para falar a Kate?

- Eu já disse a ela que sinto muito pelo o que aconteceu, mais ela não acredita. – Ela respondeu.

- Então diga de novo, a olhando nos olhos.

Minha mãe suspirou e me olhou.

- Eu juro por tudo o que é mais sagrado que a vontade que eu tenho é de mandar matar aquele moleque que fez isso com você. Eu sinto muito, de verdade. Eu sei que essa mágoa não vai sair agora de você, mas quando eu te coloquei no convento, eu estava querendo somente o seu bem. Confesso que não me importei se essa era a sua vontade, e às vezes me arrependo por não ter visto você crescer como eu queria. Você saiu de mim, Kate, é um pedaço de mim. Me desculpa pelas coisas ruins que te falei, eu não quis falar aquilo, eu fico fora de mim. Me perdoa por não ser uma boa mãe, mas eu te amo. 


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