Estacionei
em frente à boate e notei os garotos ficarem animados. Deveras, as pessoas que
estavam na fila para entrar, já estavam animadas.
-
Que fila enorme. Vamos demorar para conseguir entrar aí. – Lucca comentou
enquanto saíamos do meu carro.
-
Querido, sua irmã é dona dessa boate. Onde já se viu a dona pegar fila? –
Jazmyn zoou com a cara de Lucca.
-
Quê? – Ele perguntou desentendido.
-
Vamos, meninos! – Disse e comecei a andar na frente.
Eles
me acompanharam até chegarmos à entrada da boate.
-
Boa noite senhora Bieber. – O segurança me cumprimentou.
-
Boa noite. Eles estão comigo. – Acenei com a cabeça para os meninos. – Agilizem
nessa entrada. Tem muita gente nessa fila querendo entrar.
-
Sim senhora! – Ele concordou com a cabeça.
Entramos
na boate. Eu tinha esquecido como a On Fire realmente pega fogo.
-
Que lugar foda! – Lucca gritou para ouvirmos.
-
Isso aqui é demais! – Jazmyn completou.
Fomos
para a área privada, com certeza Caitlin e Lilly estariam lá. Encontrei com
alguns executivos, aproveitando tudo o que a On Fire tem para oferecer. Suas
alianças a ouro reluziam de longe, porém em seus colos não deixava de ter uma
puta.
Realmente
ninguém escapa de um chifre.
Dei
mais uma olhada no local e achei Caitlin e Lilly. As duas estavam sentadas,
bebendo e rindo alto.
-
Hey vadias! – Disse as cumprimentando.
-
Pensei que não vinha mais. – Lilly disse.
-
Trouxe os meninos. – Disse apontando para eles. – Olhem, esse é meu irmão,
Lucca. – Apontei para ele.
-
Que irmão gatinho. – Lilly disse. – É uma pena eu não estar solteira.
-
Prazer! – Lucca disse galanteador pegando a mão da Lilly e beijando. – É uma
pena mesmo. – Piscou e Lilly riu.
-
Gostei dele. – Ela disse.
-
Onde você guardou esse irmão esse tempo todo? – Caitlin perguntou após ser
cumprimentada por Lucca também.
-
Menina, nem eu sabia que tinha irmão. – Respondi. – Acomodem-se meninos.
Jazmyn
e Jaxon cumprimentaram as meninas e foram sentar em um sofá do nosso lado, indo
conversar com o Lucca. Adolescentes, sempre tem muito o que conversar.
-
É filho da sua mãe também? – Lilly perguntou.
-
Não, só do meu pai. – Respondi.
-
Caramba. As coisas aconteceram tão rápido com você. Ainda bem que eles
apareceram. – Caitlin disse.
-
Alguma coisa tinha que dar certo para mim né. – Disse.
-
Então, não vai beber nada? – Lilly perguntou.
-
Acho que não. Estou dirigindo e vou ficar de olho nos meninos.
-
Que garotinha responsável. – Lilly zombou.
Ficamos
colocando nossas conversas em dia. Elas me contaram o que fizeram o mês que
passei longe e me colocaram a par das novidades do crime. Muitos gângsteres
surgindo e já se achando os donos do pedaço. Esse que é o maior erro deles,
sonharem alto demais sem poder.
-
Olha Mellanie, chegaram! – Lilly me cutucou.
Cinco
homens, aparentemente normais, entraram na área vip.
-
Quem? – Perguntei.
-
Os tiras. – Ela disse ao pé do meu ouvido.
-
Então são essas dondoquinhas que querem arruinar com meus negócios? – Ri
debochada.
-
Os próprios. – Caitin respondeu.
Eles
observaram tudo, cada pessoa naquele espaço reservado. Fiquei os observando
disfarçadamente enquanto eles caminhavam para lá e para cá.
-
Mel! – Jazmyn chegou do meu lado. – Nós vamos para a pista.
-
Tudo bem. Tenham cuidado. – Disse alto para ela ouvir.
Ela
assentiu com a cabeça e eles saíram. Esperei eles descerem as escadas e me
levantei.
-
Aonde vai? – Lilly me perguntou.
-
Vou saber o que eles querem. – Respondi.
-
Calma aí. – Ela disse, porém não dei ouvidos.
Os
cinco estavam em pé, encostados à grade de segurança observando as pessoas lá
embaixo.
-
Desejam alguma coisa? – Os perguntei, atraindo a atenção para mim.
Me
olharam de cima a baixo, mas não me intimidei.
-
Como? – Um deles me perguntou.
Além
de ser péssimo em disfarce, era surdo também?
-
Quero saber se querem alguma coisa. Querem algum sofá aqui? Vi que vocês estão
a bastante tempo em pé. – Respondi normalmente.
-
Você trabalha aqui? – O mesmo me perguntou, enquanto os outros apenas me
olhavam.
Até
parece que vão me intimidar.
-
Sou a dona dessa boate. Prazer, Mellanie Bieber. – Estendi a mão para que ele
apertasse.
-
Hum, então você é a dona. – Ele respondeu apertando a minha mão. – Você é tão
jovem e já tem uma boate como essa.
-
É, eu nasci com muita sorte. – Puxei a minha mão. – Então? Vão querer um sofá?
Posso providenciar para você e seus amigos.
-
Bom, na verdade é que ficamos sabendo que essa boate oferece um serviço
especial. – Ele disse e quis rir na cara dele.
-
Claro que oferece. – Respondi.
-
Qual seria? – Outro perguntou.
-
Temos um ótimo atendimento e DJs tocando a noite inteira. Já virão nossas
bebidas? São excelentes! Isso que torna essa boate especial. – Respondi com
cinismo.
Eles
se entre olharam e olharam para mim depois.
-
Disso nós já sabemos. Mas não tem algo que torna esse estabelecimento bem
frequentado? – Me perguntaram.
-
Bom, eu realmente não sei. – Dei de ombros. – As pessoas só gostam daqui.
-
E o que você me diz daquelas garotas sentadas no colo de executivos?
-
Como vocês devem imaginar, minha boate é aberta para todos os tipos de público.
Todos devem ter o direito de se divertir um pouco, não é mesmo? Se os
executivos gostam de se divertir com essas garotas, não posso impedi-los.
Alguém
me dá um prêmio.
-
Elas não trabalham aqui? Eu e meus amigos gostaríamos de nos divertir um pouco
com algumas.
-
Você está começando a ofender meu trabalho. Jamais trabalharia com esses tipos
de serviço. Vai contra todos os meus princípios. Se quiserem garotas de
programa, esse não é o ambiente adequado. – Fingi estar brava, mas por dentro
estava rindo.
-
Não quis ofendê-la. Só achei que pudesse nos oferecer isso.
-
Achou muito errado. Se quiserem curtir, à vontade. Temos garçons para servi-los
a noite inteira.
-
Tudo bem. – Ele respondeu.
-
Com licença. – Disse e saí de lá.
Voltei
rindo para o sofá.
-
O que aconteceu? – Lilly perguntou. – Pensei que ia chegar lá metendo bala nos
tiras.
-
Eles são muito idiotas. Vieram me perguntar se tinha prostitutas para eles.
-
O que você disse? – Caitlin perguntou.
-
Fiz toda uma cena e me fingi de ofendida. Disse que jamais iria trabalhar com
isso. –
Disse rindo e elas me acompanharam.
-
Você é muito cínica, cara. – Lilly disse. – Mais acha que eles acreditaram?
-
Isso eu não sei. Mas se continuarem rondando minha boate, vão para o saco
cedinho.
-
Manda ver! – Caitlin disse.
Devido
a minha falta de costume com o fuso horário, senti sono cedo. Aproveitei e
tomei umas doses do meu querido e amado Martini para conseguir ficar acordada.
Não ia estragar a noite dos meninos indo embora cedo.
Eram
quase três horas da manhã, Lilly insistiu para que eu fosse dançar com ela na
pista. Eu estava sem pique para dançar, fiquei só sentada mesmo.
-
Eu vou dar uma voltinha para ver o movimento. – Lilly respondeu levantando-se
com um copo de bebida na mão.
-
Ok! Se encontrar os meninos avisa que daqui a pouco vou embora, se quiserem
peço alguém para vir buscá-los. Não estou me aguentando de sono. – Disse e
bocejei.
-
Beleza. – Ela disse e saiu rebolando.
-
Vou acompanhar vocês, Chaz já me ligou trezentas vezes. – Caitlin bufou.
-
Justin faria isso também se estivéssemos bem.
-
Ele já teria vindo aqui, isso sim. – Ela riu fraco. – Como vocês estão?
-
Não sei. Hoje vamos conversar sobre o nosso casamento.
-
Como assim? Pensam em se separar? – Ela perguntou boquiaberta.
-
Para falar a verdade Cait, eu não sei. Estou muito confusa. – Suspirei.
-
Vocês se amam, não há necessidade de separação. É só vocês conversarem e tudo
se resolve.
-
Parece que cada vez mais a gente não se entende. Nunca estive assim com ele. De
todas às vezes que nós brigamos, sempre nos resolvíamos depois e já faz um mês.
-
O que o Justin fez não foi legal, mas vocês não podem jogar tudo no lixo por
causa de um descuido. Todo mundo sabe que ele te ama, Mel. Ele é um imbecil a
maior parte do tempo, mas ele te ama muito. Vocês se amam. Não quero vê-los
separados. Viu a besteira que o Justin fez quando estava longe? Eu tenho medo
do que possa acontecer caso vocês se separarem.
-
Eu também tenho medo, Cait. Mas eu não posso mudá-lo, ele sempre vai ser assim.
-
Como não? Você já o mudou bastante, Mel. Cara, ele ficou preso a você como não
ficou a ninguém. Nós já namoramos, mais não tinha nem comparação ao que vocês
são hoje. Conversem direito sobre a relação de vocês. – Ela pegou em minhas
mãos. – Mas o que você decidir, eu vou te apoiar.
-
Obrigada! – Sorri e ela me abraçou.
-
Acho que preciso tomar mais uma dose disso aqui, estou bastante emotiva – Ela disse
abanando os olhos e em seguida tomou uma dose, dei risada.
Os
tiras já tinham ido embora, só ficaram observando e não fizeram nada. Acho que
vou precisar sujar minhas mãos com eles. Olhei para frente e vi Jaxon e Lucca
ajudando a Jazmyn subir as escadas. Estranhei isso, olhei bem e notei que ela
bebeu um pouco demais da conta.
-
Hoje vamos ter trabalho. – Jaxon disse sentando Jazmyn.
-
Sério? Nem percebi. – Disse irônica. – Vocês deveriam ter prestado atenção na garota.
-
Ela é muito rápida com copos, não deu para controlar. – Lucca disse rindo.
-
Eu-eu nãaao estou be-be-bêbada. – Jazmyn disse embolando as palavras e tentando
se levantar.
Jaxon
a sentou de volta.
-
Claro que não. Você nem bebe. – Jaxon zoou.
-
Vooooltei! – Lilly chegou e sentou-se do nosso lado.
-
Nós já estamos indo embora. – Caitlin disse.
-
Mais já? – Ela perguntou.
-
Tenho uma bêbada para cuidar. – Respondi.
-
Ah, então vou embora também. – Lilly disse.
-
Como está lá embaixo? – Perguntei.
-
Tudo em ordem. – Ela respondeu.
-
Então vamos embora. – Disse. – Meninos, ajudem a Jazzy a chegar intacta no
carro.
-
Pode deixar. – Lucca disse.
Eles
levantaram-se e ajudaram a Jazmyn a levantar. Fui descendo com as garotas na
frente e eles vinham atrás. Chegamos no carro, Jaxon foi com a Jazzy atrás e
Lucca na frente comigo. Lilly e Caitlin me acompanharam em seus carros até
certo ponto, depois cada uma seguiu seu caminho.
Assim
que chegamos na mansão, os meninos levaram Jazzy logo para seu quarto. Pelo
menos ela era uma bêbada calma.
-
Jaxon, vê se tem algum chocolate na cozinha. Se tiver, trás. – Pedi enquanto
tirava os saltos dela junto com o Lucca.
-
Ok! – Ele disse e saiu do quarto.
-
Que noite em! – Lucca disse rindo.
-
Gostou? – Perguntei.
-
Você tá brincando? Gostei de sair do Brasil para vir cuidar de bêbada em Los
Angeles. – Ele disse e rimos.
Enquanto
isso, Jazzy falava algumas coisas sem nexo e cantava alguns trechos de músicas.
-
Será que ela já tomou um porre desses antes? – Lucca perguntou.
-
Eu não sei. Se não tiver tomado, tenho pena da ressaca que ela vai sentir
quando acordar. – Respondi indo procurar algum removedor de maquiagem.
Encontrei no banheiro.
Jaxon
chegou com uma barra de chocolate, abriu e deu para a Jazzy. Fui tirar sua
maquiagem enquanto ela comia. O chocolate ia melhorar seu estado alcóolico.
-
Levem ela para o banheiro. – Pedi.
Jaxon
e Lucca a levaram para o banheiro e a deixaram sentada no vaso sanitário.
-
Podem sair, vou ver se consigo dar banho nela. – Disse.
-
Eu tô morto de fome, vou ver o que tem para comer. – Jaxon disse.
-
Cara, eu também tô. – Lucca reclamou.
-
Fechô! Bora comer! – Jaxon disse e os dois saíram.
Esperei
com a maior paciência do mundo a Jazzy comer a barra de chocolate. Depois tirei
seu vestido, com muito custo, e a empurrei de lingerie para o chuveiro. Ela
reclamou da água gelada. Após o banho, ela vomitou tudo no vaso.
-
Ótimo! Agora vai ficar boazinha. – Disse segurando seus cabelos.
-
Que nojo! – Ela resmungou.
Ela
escovou os dentes sozinha, cambaleando aqui e ali. Segurei em seu braço e a
tirei do banheiro, a deixei sentada na cama e fui procurar uma camisola ou algo
do tipo. Peguei uma calcinha em sua gaveta e uma camisola rosa. Bem a cara dela
mesmo.
-
Nada disso, se veste primeiro e depois pode dormir até não sentir mais sono. –
Disse após encontrá-la já cochilando na cama.
Ela
resmungou alguma coisa e sentou-se de novo.
-
Consegue se vestir sozinha? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
Jazzy
tirou sua lingerie molhada e jogou no chão mesmo. Depois de quase cair, ela
conseguiu colocar os pés dentro da calcinha e vestir. A camisola foi mais
fácil.
-
Pronto! Agora pode ir dormir. – Disse.
-
Você é a melhor cunhada do mundo inteirinho. – Ela disse abraçando um
travesseiro. –
Eu amo o meu sobrinho, amo demais...
-
Ok, já entendi. Vai dormir agora. – Puxei o edredom e a cobri.
-
Tô dormindo. – Ela disse e ri fraco.
Saí
do seu quarto e me direcionei para o quarto onde eu estava, de hóspedes. Fui
direto para o banheiro tomar um banho demorado, quando saí, notei que os
pássaros já cantavam lá fora. Já estava amanhecendo. Peguei uma calcinha e um
baby doll que havia trago para o quarto, vesti e me joguei na cama. Precisava
de boas horas de sono.
(...)
Acordei
com alguém tocando no meu braço. Abri os olhos e dei de cara com a minha mãe.
-
Pensei que estivesse morta. Faz um tempo que te chamo. – Ela disse indo abrir
as janelas do quarto.
Tive
uma cegueira com aquela luz batendo nos meus olhos.
-
Meu Deus, mãe. – Resmunguei cobrindo a rosto com o travesseiro.
-
Já é meio dia, Mellanie. – Ela disse.
-
Eu não vou cair nessa, conheço bem essa tática de mãe... – Disse e tateei a
cama procurando meu celular.
Apertei
no botão e vi que era mesmo. Doze e vinte minutos.
-
Jesus! Dormi demais. – Disse.
-
Vocês saíram ontem? – Ela perguntou.
-
Sim, fui dormir o dia já estava amanhecendo. – Me espreguicei.
-
Levanta para almoçar. – Ela mandou.
-
Jason já comeu? Meu Deus, esqueço até do meu filho. – Disse me levantando.
-
Não almoçamos ainda. Mas a babá está com ele.
-
Hum! Justin está por aí? – Perguntei a olhando.
-
Ele saiu cedo, depois de tomar café com a gente e não voltou ainda.
-
Ele falou com você?
-
Ele não falou com ninguém na mesa.
-
Que saco! – Resmunguei.
-
Quando vocês vão se resolver?
-
Eu não sei, mãe. Nós vamos conversar hoje e decidir o que vai ser.
-
Ele não me parece um rapaz ruim. – Ela comentou e a olhei.
-
Não se engane com aquele rosto angelical.
-
Credo. – Ela disse e ri.
-
Vamos, vou tomar um banho no meu quarto.
-
Vai sair assim de baby doll? Tem uns seguranças passeando pela casa. – Minha mãe
disse.
-
Eles não vão olhar. Se quiserem continuar enxergando... – Brinquei e minha mãe
fez cara feia.
-
Para com isso, menina! – Ela disse e dei risada saindo do quarto.
Fomos
para o meu quarto. Minha mãe me esperou tomar banho. Enquanto eu tirava a
maquiagem, já que não fiz isso ontem, ela fez questão de pentear meus cabelos.
Se eu fosse mais emotiva, tinha chorando em ver aquela cena.
Coloquei
uma roupa confortável para ficar em casa, pelo menos era isso que eu estava
planejando pelo resto do dia. Chegamos à cozinha e o pessoal já estavam
sentados.
-
Bom dia! – Disse e eles responderam de volta. – Oi bebê. – Peguei Jason do colo
do Jeremy.
Dei
um beijinho em sua bochecha e me sentei com ele. Minha mãe sentou do meu lado.
Logo depois, chegou Jazmyn com a cara toda amassada e ainda de camisola.
-
A noite foi boa em. – Pattie disse.
-
Minha filha, isso é jeito de vir almoçar? – Jeremy perguntou e ela sentou-se
emburrada no meio do Jaxon e do Lucca.
-
Ah pai! – Ela resmungou. – Minha fome não ia esperar eu tomar um banho.
-
E nem pentear os cabelos né? – Jaxon disse e rimos.
-
Cala a boca! – Ela deu um tapa na perna dele.
-
Não comecem! – Jeremy disse.
-
Foi ele que começou. – Jazmyn respondeu.
Jaxon
deu de ombros.
-
Está bem, Jazzy? – A perguntei.
-
Estou com muita dor de cabeça e sede. – Ela respondeu.
-
Andou bebendo, Jazmyn? – Jeremy a perguntou.
-
Ela nem bebe, pai. – Jaxon disse irônico, irritando a irmã.
-
Jaxon, eu vou enfiar essa faca na sua mão! – Ela disse brava.
-
Não tem como negar que são irmãos do Justin. – Pattie disse e rimos.
Falando
nele, só faltava ele na mesa. Senti vontade de perguntar a Jeremy o paradeiro
de Justin, porém me contive.
As
empregadas começaram a colocar a mesa e logo fomos almoçar. Coloquei comida
para mim e o Jason, o monstrinho logo atacou o prato com sua colherzinha. Ele
estava aprendendo a comer sozinho. Meu bebê está crescendo tão rápido.
-
O Jason não faz nenhuma escolinha? Ele já está na idade de aprender alguma
coisa. – Minha mãe disse.
-
Ele tinha uma professora particular. Vinha todos os dias pela manhã ensiná-lo,
mas aconteceram alguns problemas e paramos. – Respondi.
-
É bom contratar outra de novo, Mellanie. – Pattie disse.
-
Irei fazer isso.
Terminamos
de almoçar e todo mundo já sabia o que fazer. Pattie convidou minha mãe para ir
fazer compras, dei um cartão para ela comprar o que quisesse. Jeremy junto com
as duas, não por livre e espontânea vontade mais foi. Eu e os meninos iriamos
para a sala de jogos. Alguém tinha que usufruir dessas coisas que tem na
mansão. Fomos para lá, Jazmyn foi tomar um banho e depois iria também.
-
Vamos de sinuca? – Lucca perguntou pegando um taco.
-
Vão perder fácil. – Disse pegando outro e colocando Jason no chão para ir
brincar.
-
Eu sou mestre. – Jaxon disse.
Começamos
a jogar. O nível de competitividade
estava grande. Eles são competitivos que nem eu. Logo Jazmyn chegou e juntou-se
à nós. Resolvemos jogar irmãos contra irmãos. De vez em quando eu dava uma
olhadinha no Jason.
(...)
Duas
horas depois na sala de jogos, cansamos e voltamos para a sala principal. Os
garotos resolveram ir para a piscina. Fui colocar uma sunga no Jason do Homem-Aranha,
Jazzy, Jaxon e Lucca foram se trocar também. Eu iria ficar só os vendo.
Bronzeei demais no Brasil.
Já
na piscina, Jason estava com suas boias nos braços para não se afogar enquanto
os garotos conversavam. Lucca se deu muito bem com Jazmyn e Jaxon, pareciam ser
amigos há séculos.
-
Te achei! – Ouvi a voz do Christian.
Ele
vinha caminhando em minha direção.
-
Oi! – Respondi.
-
Isso é para você. – Ele me entregou um cartão.
-
O que é isso? – Perguntei olhando o cartão, no mesmo estava um endereço escrito
e horário.
Reconheci
a letra, era do Justin.
-
Justin está ocupado no galpão. Acho que ele me disse que vocês iam ter uma
conversa, só que não vai dar. Então mandou avisar para você ir nesse endereço
para vocês conversarem lá. – Christian disse colocando as mãos nos bolsos.
-
Que frescura! – Revirei os olhos. – Porque ele não vem para casa, aqui nós
conversamos.
-
Você sabe como ele é. – Christian deu de ombros.
-
Tudo bem. Obrigada por avisar. – Disse.
-
Por nada! Arrumou namorado, Jazmyn? – Christian disse alto para ela ouvir.
-
É irmão da Mel. – Ela respondeu e Lucca olhou para Christian.
-
Iai cara! – Lucca disse.
-
Sério? Porque não contou que tinha irmão? – Christian me perguntou. – Que falsiane!
Dei
risada e fui explicá-lo como descobri que tinha irmão. E além do mais, mãe e
pai.
(...)
Terminei
de passar o batom e dei uma olhada no espelho. Um vestido preto colado
ressaltava minhas curvas e um salto era tudo o que eu usava. Nem sei porque
havia me arrumado para ir ter uma possível discussão com o Justin. Peguei meu
celular e saí do meu quarto. Antes disso, passei no quarto do Jason, ele já
estava dormindo. As brincadeiras e a tarde na piscina facilitaram para que ele
dormisse cedo, no caso às oito da noite.
Desci
as escadas, não encontrei ninguém na sala. Fui para a garagem e escolhi meu
Audi R8, um carro que eu mal-usava. Manobrei na garagem e saí. Assim que passei
pelos portões da mansão, dei uma olhada no endereço escrito no papel, como não
conhecia, acionei o GPS do carro. Francamente, nem acredito que estou fazendo
isso. Justin tem cada uma!
Vinte
minutos depois, cheguei no endereço. Desci do carro e estranhei. Era um lugar
onde tinham vários barcos e iates. A píer – passarela de madeira sobre o mar –
estava bem iluminada e reconheci alguns de nossos seguranças.
-
Boa noite, senhora! – Um deles me cumprimentou. – O Senhor Bieber está a sua
espera.
-
Nossa, que palhaçada. – Resmunguei.
Caminhei
pela passarela até chegar a um iate. Não era um simples iate. Era o meu iate.
Aquele que Justin havia me dado, após confessar que me amava e ter me pedido em
casamento. Como ele o trouxe para cá? Estava ancorado em Roma.
O
que eu não entendi foi o porquê daquele iate. Iríamos por fim ao nosso
casamento onde tudo teria começado? Não tive coragem de dar mais um passo se
quer, apenas fiquei parada e um flashback veio em minha mente, daquela
memorável noite.
Justin dispensou os empregados, ele levantou-se e veio até a mim,
me guiando até chegar a um local onde tinha uma vista incrível. Do mar, das
luzes na cidade, da lua refletindo na água, das poucas estrelas existentes no
céu. Me encostei ali numa grade e olhei para Justin, dava para ver
perfeitamente bem cada traço do seu rosto mesmo com aquela pequena
luminosidade. Dos olhos agora mais escuros, do nariz bem feito, da boca quase
em forma de coração, das poucas pintas que ele tem no rosto que dava um charme
a mais, do tapete impecável. E agora da fileira de dentes brancos que ele
acabara de mostrar, formando um sorriso. Ele aproximou-se de mim e afagou meus
cabelos.
Justin umedeceu os lábios com
a língua e foi aproximando nossos rostos, até seus lábios encostar nos meus.
Entre abri meus lábios sentindo sua língua quente passar entre eles, adentrando
minha boca. Suas mãos foram para a minha cintura apertando forte contra seu
corpo me fazendo arfar de leve. Segurei em sua nuca fazendo pequenos carinhos
naquela região, Justin me beijava com vontade me deixando louca, suas mãos
subiram pela lateral do meu corpo até chegar em meus seios os contornando
levemente, mordisquei seu lábio inferior devagar e separamos nossos lábios.
- Preciso te falar algumas
coisas. – Justin disse me olhando intensamente.
- Falar o quê? – Perguntei.
- Ahm, sou péssimo nessas
coisas.
- Que coisas? – Perguntei já
curiosa.
- Vem cá. – Ele segurou em
minha mão e me levou até uns sofás que havia ali.
Sentamos e tirei meus saltos
olhando fixamente para Justin.
- Estou ouvindo. – Disse.
- Estamos juntos há quantos
meses? – Ele me perguntou.
- Tecnicamente nenhum, só
rolava sexo entre nós.
- Você acha que era só sexo?
- Não era? – Ergui as
sobrancelhas.
- Quero saber o que você acha.
- Você me faz pensar que sim.
- Talvez não fosse só sexo. Eu
nunca admiti, mas esses dias andei pensando em nós e rola algo a mais do que
sexo. – Ele disse.
Mordi meus lábios pensando
onde essa conversa chegaria.
- Aonde você quer chegar com
isso? – Perguntei.
- Ahm... – ele passou a língua
nos lábios – Você já amou?
- Claro, eu amo meu filho.
- Não estou falando assim
Mellanie. Amor entre homem e mulher.
- Eu não sei. Para você como é
amar?
- Até então eu nem sabia
realmente o significado dessa palavra. Pensava que isso era coisa de boiola. –
Ele disse e rimos. – Mas amar não torna uma pessoa boiola, torna?
- Claro que não Justin. – Ri.
– Mas ainda não estou entendendo aonde você quer chegar com essa conversa.
- Bom, eu acho que estou
amando. – Ele disse.
Ele confessou que me amava. Ele me pediu em casamento naquela
noite. A nossa história estava sendo escrita a partir daquele momento. Não sei
porque, mais senti uma enorme vontade de chorar. Parecia que tudo estava se deteriorando.
O mundo estava desabando sob minha cabeça e eu não conseguia me esquivar dos
destroços.
Esse seria o desfecho da nossa história? Acabar onde tudo começou?
- Pensei que não viria. – Ouvi a voz de Justin.
Saí do meu transe. Ele vinha saindo do iate. Respirei fundo e o
olhei.
- Isso foi golpe baixo. Nossa conversa não deveria ser aqui. –
Disse rápido.
- Não tinha lugar melhor. O nosso casamento começou a partir do
seu sim, então tecnicamente começou aqui. – Ele respondeu me olhando
intensamente.
Justin colocou a mão no seu bolso direito. Trouxe consigo uma
caixinha vermelha de veludo, observei ele tirar algo de dentro. Era a minha
aliança.
- Você decide, Mellanie. Quer mesmo que nosso casamento vá por
água abaixo? – Perguntou e estirou sua mão para a água, ameaçando de jogar
minha aliança ao mar.
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Continua?
Obrigada por todos os comentários!
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