The Apprentice - Nineth chapter

O que eu tinha que fazer agora era encontrar a Kate e tentar conversar com ela. Liguei, mandei mensagem mais ela ignorou. O que eu fiz? A puta da Ema que falou besteira. Sem sucesso, não encontrei Kate. Voltei para o refeitório e encontrei os garotos no mesmo lugar de antes.

- Vocês viram a Kate? – perguntei.

- Não. Tu não tinha saído daqui pra procurar ela? – Ryan perguntou.

- Saí. Eu até achei, mas depois perdi ela de vista... – disse e eles ficaram me olhando, confusos. – Deixa pra lá.

Bufei e o sinal tocou indicando término do intervalo. As duas últimas aulas não eram com a Kate, então vou vê-la só no final da aula mesmo. Quase dormi nas aulas de Engenharia de Estruturas, que aula chata. O sinal tocou e me apressei para colocar os cadernos dentro da mochila, Caitlin poderia ir embora logo e não teria como falar com a Kate. Comecei a caminhar pelo corredor e vi Caitlin de longe, ela me viu e veio em minha direção.

- Você viu a Kate? – a perguntei.

- Era contigo mesmo que eu queria falar. – ela disse e não me apareceu de bom humor.

- O que foi dessa vez? – perguntei revirando os olhos.

- Aquela puta dos infernos foi falar um monte de asneiras para a Kate, e a culpa é sua. – ela apontou o dedo na minha cara, irritada.

- Minha? Mas eu nem fiz nada. – disse. Eu nem tinha feito mesmo.

- Claro que é sua. Se você parasse com essa ideia idiota de continuar ficando com a Kate isso não estaria acontecendo. 

- Caitlin, eu não tive culpa pelo o que aconteceu. A culpa é da Ema, não minha. – me 

defendi.

- Com ela eu me resolvo depois, mas agora é com você. Você não pode ficar jogando assim com a Kate, Justin! Não é justo, você sabe como ela é sensível. – ela disse visivelmente irritada.

Ainda bem que os corredores estavam quase vazios, Caitlin quando quer, ela consegue fazer confusão sem mais nem menos. 

- Que jogo, Caitlin? Eu não estou obrigando Kate a fazer a nada, se ela está ficando comigo é porque ela gosta. 

- E você? É porque gosta ou porque é carne nova no pedaço? E depois que enjoar vai desprezar que nem a Ema? – ela perguntou e colocou as mãos na cintura querendo me intimidar.

- Eu não faria isso com a Kate, antes de tudo nós somos amigos, desde as fraldas, esqueceu? E a Ema tem o tratamento que merece. – dei de ombros.

- Não, eu não esqueci. Por isso mesmo, nós somos amigos, vocês dois são amigos, tem certeza que você quer estragar isso? – Caitlin perguntou séria.

- Não vai estragar nada, Caitlin! Que coisa, em! – disse estressado.

- Isso vai acabar em merda, e se você magoar a minha prima, você vai se ver comigo Justin Bieber. – ela disse num tom de ameaça.

- Isso é entre mim e a Kate, não tem o porquê de você se meter. – disse franco.

- Eu que comecei essa merda, então eu me sinto na obrigação de que ela fique bem. 

- Ela irá ficar bem. – disse.

- Eu espero. – ela disse e deu as costas.

- Espera, cadê a Kate? – perguntei. – Eu preciso falar com ela.

- No meu carro, depois você conversa com ela. Ela não tá legal agora. – ela disse e continuou a andar.

Tudo por culpa da puta da Ema. Argh! 

Kate Beadles’s POV

Quando o sinal do intervalo tocou, sai da sala lendo uma mensagem da Caitlin, dizendo que eu procurasse os garotos pois ela iria ver um parto de uma égua. Dei risada lendo. Antes de ir para o refeitório fui para ao banheiro, precisava muito fazer xixi. Assim que saí do banheiro, dei de cara com aquela garota nojenta, a Ema.

- Olá freirinha. – ela disse debochada.

- Meu nome é Kate. – disse.

- Que seja. Você viu o Bieber? Preciso muito falar com ele. Nós temos que marcar algo para matarmos as saudades. – ela disse e senti meu estômago embrulhar.

Como eu disse, é uma nojenta.

- Não, eu não vi. – respondi com desdém.

- Como não? Não é você que ele está comendo agora? – ela perguntou e arqueei as sobrancelhas.

- Esse verbo comer você aplica a comidas. – disse e ela revirou os olhos.

- E você é o quê? Não é a mais nova comidinha do Justin? – ela disse.

Aquela garota queria mesmo me irritar.

- Eu não te conheço, então você não tem intimidade para falar assim comigo. Com licença. – disse e ela me impediu de passar, ficando à minha frente.

- A verdade dói? Você não sabe da fama do Justin? Ele come as novinhas inocentes e quando enjoa vai atrás de outra. Ele está fazendo a mesma coisa com você. Eu aconselho não nutrir nenhum sentimento por ele, você sabe né? Justin é galinha demais, não se prende em ninguém. – ela disse enrolando uma mecha de cabelo nos dedos.

- Ema, não se refira a minha pessoa como se eu fosse uma qualquer. E que linguajar podre! Eu não tenho nada a ver com a vida do Justin, porque está me dizendo essas coisas? – perguntei já querendo enforcar aquela garota.

- Deixa de ser fresca, garota! Como não tem? Ele tá te comendo. – ela disse rindo. – Eu estou sendo legal com você e estou te avisando o que vai acontecer depois. Você acha mesmo que Justin ia querer algo sério com uma freirinha sem graça que nem você? Você não passa de uma coitada rejeitada pelos pais, eu aposto! Te colocaram lá porquê? Pra ser freira eu tenho certeza que não foi, porque assim que saiu do convento, deu logo essa buceta. Não tinha padre, coroinhas lá? Porque não deu pra nenhum deles? Tinha que vir logo se meter entre mim e o Justin? As pessoas só falam com você por ser prima da Caitlin, porque se não, não passaria de uma nerdzinha encolhida nos corredores. Acorda Kate, esse mundo não é para você, porque não volta para aquele maldito convento? Você fará um bem enorme à todos, principalmente a mim que sinto vontade de vomitar em você. Freirinha de merda! – ela disse e senti meus olhos marejarem.

Em toda a minha vida nunca fui tão humilhada. Nunca fui tão xingada e tão menosprezada. Eu me senti um lixo com ela me falando todas aquelas coisas. Eu não sou isso o que ela disse, eu não sou. Deixei minhas lágrimas descer enquanto Ema sorria com satisfação. Não consegui dizer nada e sai dali o mais rápido que pude, esbarrei em algumas pessoas devido minha visão estar turva das lágrimas que caiam sem cessar, pedi desculpas em quem esbarrava, por fim esbarrei no Justin.

- Hey, eu estava procurando por você. – ele disse e o olhei.

Justin me olhou por alguns segundos. É notável que eu estava chorando, meu nariz deve tá que nem um tomate.

- Você está bem? – perguntou me parecendo preocupado.

- Sim, estou. Me deixa, Justin! – disse e sai andando.

Não quis ser grossa, mais eu estava tão magoada. Não sei em quem colocar a culpa. No Justin? Ou naquele ser nojento, a Ema?

As pessoas ficavam me olhando enquanto eu andava pelos corredores. Eles devem me achar uma estranha mesmo. Aliás, eu estava em um convento e agora estou aqui como se nada tivesse acontecido. Mas o que eles não sabem, é que eu estava lá contra a minha vontade. Eu não queria e não quero ser freira! Entrei na sala, peguei meu celular e fiquei mexendo, precisava ocupar a minha mente até que o intervalo terminasse e o professor aparecesse para dar aula. Justin me ligou e me mandou mensagem, porém ignorei. Eu não queria falar com ele agora.

(...)

Só tive a quarta aula, o professor da quinta aula teve um imprevisto e não pôde ir. Mesmo com aula vaga, eu tinha que esperar a Caitlin para ir embora. 

- Oi gatinha. – alguém disse me assustando.

Era minha prima.

- Que susto, Cait. – disse e ela sentou-se do meu lado.

- Acabei de chegar do parto da égua, no começo eu quis vomitar, achei aquilo muito nojento sabe? Mas depois quando vi o filhotinho quis pegar ele no colo, tudo bem que eu daria um banho nele antes e ... – ela parou de falar e me olhou. – Aconteceu alguma coisa?

- Não. – respondi. 

- Não deve ter acontecido nada mesmo pra tá com essa cara de choro né? Me diz, o que foi? – ela disse mandona.

- Deixa pra lá. – dei de ombros.

- Kate Beadles, desembucha logo! 

- Encontrei com a Ema no intervalo e ela me disse algumas coisas. – disse receosa.

- Tinha que ser aquela bruaca! Que coisas? – ela perguntou curiosa.

Disse para Caitlin o que Ema me disse. Nunca vi minha prima ficar tão irritada quanto ela ficou quando terminei de falar. 

- Eu vou matar aquela puta, ah se vou. – ela disse andando de um lado para o outro. – Porque você não se defendeu, Kate? Você sabe que tudo o que ela falou é mentira. – disse revoltada.

- A parte que ela disse que sou desprezada pelos meus pais não é mentira. Você sabe porque eu fui para aquele convento. – disse encarando minhas mãos.

- Seus pais te amam! Para com isso, aquela vadia não vai te manipular assim. 

Suspirei e a olhei.

- Já vai tocar o sinal, me espera no carro que eu já vou. – ela disse.

- Para onde você vai? – a perguntei.

- Preciso falar com um professor, vai lá que eu já vou.

- Tá bom. – disse e ela saiu andando.

Me levantei e fui caminhando até o estacionamento. Fiquei esperando Caitlin encostada no carro. Hoje não tinha visto nem o Paul, ele deve ter faltado. Dez minutos depois, Caitlin volta.

- Cadê o Christian? Não vai com a gente? – perguntei enquanto entrávamos no carro.

- Não. Ele vai com o Justin. – ela disse e fiquei calada. – Ficou com raiva dele também?

- Não sei se é raiva. Mas só em saber que o que a Ema disse é verdade... – disse e Caitlin ligou o carro.

- Sobre ele pegar várias? Confesso para você que não é mentira. Mas, ele não é louco de fazer isso com você. – ela disse manobrando e saindo da vaga.

- Nós não temos nada, Caitlin. Ele pode ficar com quem quiser.

- Olha, mas se vocês pararem de ficar, ele não vai fazer o que faz com a Ema e outras por ai. Antes de tudo, nós somos amigos, esqueceu?

- Não. Nós somos amigos. – repeti para me convencer que tudo ficaria bem.

Chegamos à minha casa e me despedi de Caitlin. Encontrei Carla na sala mexendo em sua bolsa.

- Oi querida! Como foi a aula? – ela perguntou sorrindo.

- Foi bem. – disse.

- E essa carinha triste? – preocupou-se.

- Aconteceram algumas coisas, mas deixa pra lá. – sorri.

- Certeza? – ela perguntou e assenti com a cabeça. – Bom, meu expediente acabou. 

Estava esperando você chegar para ir embora.

- Mas já? – fiz bico. – Está cedo, Carla.

- Já. – ela riu. – O jantar já está pronto, é só esquentar se sentir fome. Seus pais devem chegar em poucas horas.

- Tudo bem. – murmurei triste.

Ia ter que conversar com as paredes de novo. 

- Se isso te deixar alegre, amanhã estou de volta. – ela disse e sorri.

- Espero que amanhã chegue logo. – disse sincera.

- Eu gostei de você, sabia? Acho que vamos ser grandes amigas. – ela sorriu.

- Você pode me ensinar a cozinhar. – disse animada.

- Oh, eu vou adorar. – ela disse e ouvimos o barulho de uma buzina. – Meu marido chegou. Vou indo querida, até amanhã. – ela aproximou-se de mim depositando um beijo em minha testa. – Fique bem, ok? 

- Obrigada. Te acompanho até a porta. – disse.

Acompanhei Carla até a porta. Ela caminhou até um carro, deu tchau para mim e acenei de volta. Fechei a porta e peguei minha mochila no sofá, indo para meu quarto. Joguei a mochila na cama e me deitei suspirando. Se eu pudesse, não teria vivido esse dia. Meu celular começou a tocar, era Justin, de novo. Recusei a chamada e desliguei o celular, era o melhor a se fazer. Me levantei e fui tomar um banho, precisava relaxar, eu sentia meu corpo todo tenso. Vesti uma roupa confortável, me joguei na cama de novo e liguei a TV colocando em um documentário qualquer. 

(...)

- Querida? Chegamos! Kate? – ouvi meu pai falar do corredor.

Me levantei da cama e abri a porta do meu quarto, deparando com meu pai.

- Oi pai! – disse e o abracei. 

Ele me abraçou apertado, fazendo um carinho gostoso em meus cabelos.

- Isso é tudo saudades? – ele brincou.

Isso é para eu não me sentir desprezada.

- O que você acha? – perguntei e ele riu. – E a mãe?

- Ela foi tomar um banho para fazer a janta. 

- Ah não precisa, a Carla já deixou pronto, é só esquentar. 

- Já gostei dessa Carla. – ele disse e ri.

- Ela é um amor de pessoa, pai. Você precisa ver. 

- Se você acha, é porque deve ser mesmo. - ele disse e assenti com a cabeça. – Eu vou tomar um banho também, preciso me livrar um pouco desse terno.

- Tudo bem. Vou esperar lá em baixo. – ele concordou e saiu do meu quarto.

Meu pai é o homem mais legal que eu conheço na vida. Por isso que sinto falta dele. Fui para a sala e esperei meus pais descerem, depois de alguns dias íamos ter um jantar descente, com todos presente.

- Oi filha. – ouvi a voz da minha mãe.

- Oi mãe. Como foi a viagem? – perguntei.

- Tranquila. Como foi a aula? – ela perguntou e veio beijar minha cabeça.

- Tranquila também. – disse.

- Seu pai me disse que a empregada já deixou o jantar pronto. – ela disse indo para a cozinha, a acompanhei.

Meu pai já estava lá fuçando nas panelas.

- Isso aqui me parece bom. – meu pai disse lambendo os lábios.

- Tira as fuças daí. – minha mãe brigou afastando meu pai.

Me sentei à mesa e ele sentou do meu lado.

- Sua mãe é chata. – ele sussurrou para mim e ri baixinho.

- Eu ouvi isso! – ela disse e meu pai riu.

Como seria bom se o clima permanecesse assim sempre. Mas só bastou começarmos a comer e o assunto chato sobre trabalho reinou na cozinha.

- Robert deixou uma pilha de papéis na minha sala para eu analisar depois. – minha mãe disse.

- Pelo menos não é você que tem uma reunião às 7:00 da manhã. – meu pai resmungou.

- Isso é o de menos. – minha mãe respondeu dando de ombros.

- Ah claro, quero ver enfrentar aqueles sócios chatos de San Francisco. – ele retrucou.

- São mais de cem papéis naquela pilha, acha pouco? – foi a vez da minha mãe.

Bufei perdendo a vontade de comer. Era sempre assim, começava na santa paz e terminava os dois discutindo sobre trabalho. Parecia que eles queriam competir entre si. Tomei meu suco de laranja e me levantei da mesa fazendo meus pais se calarem.

- Já, querida? – minha mãe perguntou.

- Perdi a fome. – respondi e sai da cozinha, indo para o meu quarto.

Será que eles não podiam ter uma conversa normal, uma vez na vida? Escovei meus dentes, coloquei meu baby doll e fui me deitar. Fiquei um bom tempo ainda pensando no que a Ema havia me falado. Porque ela me disse aquelas coisas com tanta convicção? Que mal eu fiz a ela? Não tenho culpa se Justin não quer mais nada com ela, pelo menos eu acho que seja isso. Ainda era cedo, oito horas da noite marcava o relógio do meu criado mudo, porém o que eu mais queria era esquecer o dia de hoje, então optei por ir dormir logo. Lembrei de ligar o celular para ouvir o despertador, ainda tinha que tomar o anticoncepcional. Pra quê eu inventei isso? Não sei como vai ficar minha situação com o Justin. Não quero ser descartada como uma qualquer depois que tudo acabar. 

(...)

Às 10:30 da noite o bendito despertador tocou. Soltei uns palavrões, porém pedi perdão a Deus, mas eu estava com tanto sono. Peguei um comprimido e coloquei na boca, com preguiça, preferi ir no banheiro e tomar água na pia. Engoli o comprimido e voltei a dormir. 

Caitlin Beadles’s POV

Acho que hoje era o dia de ser presa. Eu estava muito afim de matar a puta da Ema. Como ela teve a coragem de dizer aquelas coisas absurdas para a minha prima? Kate é quase minha irmã, ela não sabe se defender, mais não fiz aulas de MMA para nada, né? Assim que cheguei em casa, fiquei arquitetando um plano para encontrar com a Ema. Era hoje que ela me pagava. Saí do meu quarto e fui atrás de Christian no quarto dele, o imprestável ainda não tinha chegado. Liguei para ele.

- Onde você tá? – perguntei.

- Isso é saudades? Eu já estou chegando em casa. – ele disse.

- Se manca! Tem o número da Ema aí? – perguntei.

- Quem não tem o número daquela puta, Cait? – ele perguntou rindo.

- Eu não tenho, me passa logo! – disse sem paciência.

- Ué, pra quê? Mudou de time? – ele fez graça.

- Christian! Vai se fuder, ok? Me passa logo essa merda de número. 

- Quem é? – Chris perguntou.

- Quem é o que? – perguntei de volta. Esse menino só pode tá usando droga escondido.

- O viadinho que tá transando contigo, Cait? Você está estressada demais. Ele não tá fazendo direito. – ele disse e ouvi risadas do outro lado da linha.

- Filho da...  – pensei na nossa mãe que não merecia um xingamento assim. – Quando você chegar aqui, você vai ver, tá ouvindo? Agora me manda esse número via WhatsApp. AGORA! – disse e desliguei.

Como o Christian não queria apanhar quando chegasse em casa, ele mandou o número da vadia. Respirei umas dez vezes antes de ligar para a Ema, eu tinha que me controlar. Começou a chamar e ela atendeu no segundo toque.

- Alô? Quem é? – ela perguntou.

- Olá, Ema. Sou eu, Caitlin! – disse o mais simpática possível.

- Oi Caitlin! Tá tudo bem? – perguntou. – Estou surpresa com você me ligando.

- Sim, eu estou ótima. É que eu preciso da sua ajuda. – disse.

- Da minha ajuda? Claro, claro. No que posso ajudar? – ela perguntou animada.

Até parece que eu iria precisar de ajuda dessa puta. 

- É que eu marquei com um cara de sair hoje, e ele perguntou se eu não tenho nenhuma amiga para o amigo dele não ficar de bobeira. Sabe, programa de casalzinho. Achei que você não iria me deixar na mão. 

- Eu não faria isso com você, Cait. – ela disse meu apelido e revirei os olhos. – Claro que posso ir. Onde vai ser?

- Sabe a praça que tem aqui perto da minha casa? Você me espera, eles vão buscar a gente lá. – disse.

- Ok, que horas? 

- Ás 8:00. Então se apressa logo, já são 7:00.

- Tudo bem. Até daqui a pouco.

- Até querida. – disse com nojo e desliguei.

Caiu feito uma putinha. Ri de mim mesma e fui me arrumar. Quer dizer, coloquei uma roupa normal porque não ia sair para lugar nenhum com a Ema. Tempo depois, ouvi baterem na minha porta, mandei entrar e era o Christian. Peguei uma almofada e acertei nele.

- Wow? Que agressividade é essa? – ele perguntou rindo.

- É pra você aprender a não zoar comigo. – disse. – O que quer?

- Nada. Só vim saber pra quê você queria o número da Ema. 

- Pode dar meia volta porque você não vai ficar sabendo de nada. – disse mexendo no meu celular.

- Vai aprontar alguma coisa? – ele perguntou.

- Não Christian. – respondi.

- Onde a Kate se socou durante a tarde? O Justin estava procurando por ela e não a encontrou. 

- Eu não sei. Eu estava vendo o parto de uma égua, esqueceu? – perguntei.

- Ah era! – ele disse.

- Tá fazendo o que aqui ainda?

- Nossa, você é tão amável irmãzinha. – ele ironizou.

- Cai fora! – disse jogando outra almofada nele.

- Ignorante! – ele disse me mandando língua e saindo do meu quarto.

Dei risada dele. Moleque fofoqueiro.

(...)

Dez minutos para às 8:00 da noite. Saí de casa e caminhei até a praça que marquei com a Ema. A encontrei sentada em um banco, toda arrumada. 

- Ué, você não se arrumou porquê? – ela perguntou ao me ver de shortinho jeans e camiseta.

- Achou mesmo que eu ia sair para algum lugar com uma puta que nem você? – perguntei parando em sua frente.

- O quê? Eu não estou te entendendo. Você me convidou para sair. – ela disse confusa.

- Não Ema, só inventei isso para você repetir tudo o que disse à minha prima, só que na minha cara. – disse cruzando os braços.

- Do que você está falando? Eu não disse nada aquela... Am, a Kate. – ela disse.

- Claro que disse! Não se faça de sonsa. Você não tem vergonha na cara não? Falar aquelas coisas horríveis para a Kate que não tem coragem de matar uma mosca.

- Eu disse alguma mentira, por acaso? Já entendi, como os pais dela não se importam mesmo, você veio tomar as dores? Sua prima precisa crescer e resolver seus próprios problemas. – ela disse debochada colocando as garrinhas de fora.

- Pra quê pais quando se tem uma prima que sabe bater muito bem em putas mal comidas? – perguntei e dei um tapa com força em seu rosto.

- VOCÊ ENLOUQUECEU? – ela berrou.

- Vou te mostrar quem é a louca aqui. – disse e segurei pelos seus cabelos.

Queria muito treinar meu MMA nela, porém eu ia desfigurar a cara dessa vadia. Preferi só dar uma sessão de tapas na cara dela, enquanto Ema tentava me acertar. Derrubei ela no chão e montei em cima dela.

- Isso é pra você pensar mil vezes antes de abrir a boca para falar algo para a Kate, entendeu? – disse e dei um tapão na cara dela.

- ME SOLTA! SOCORRO! TIREM ESSA LOUCA DE CIMA DE MIM! SOCORRO! – ela gritava.

- Cala a boca, vadia! – dei outro tapão. Senti minha mão até arder.

Ia dar outro tapa, porém me puxaram de cima da Ema. Que droga!

- Caralho Caitlin! O que você tá fazendo? Vai matar a garota! – era o Christian.

- O que você tá fazendo aqui? – perguntei brava me soltando dele.

- Eu te segui. Sabia que coisa boa tu não ia fazer. – ele disse.

- Só estava dando uma lição nessa puta! – disse olhando para Ema se levantar, toda descabelada e chorando.

- OLHA O QUE VOCÊ FEZ COMIGO! SUA LOUCA! – Ema berrou.

- Cala a boca antes que eu vá ai fazer você calar! Dessa vez foi tapa, dá próxima vez vou treinar meu MMA de verdade em você. – disse.

- EU ODEIO VOCÊ! – ela gritou de novo e saiu correndo.

- Você é louca mesmo, se eu não tivesse chegado a tempo, teria matado a Ema. – Chris disse.

- Ninguém morre por levar uns tapas, Christian! 

- Eu ainda não entendi o que foi que aconteceu. – ele disse.

- Mas você é fofoqueiro em. – disse e ele riu.

Fui contando sobre o ocorrido para Chris até chegar em casa. Fui dormir de consciência limpinha, Kate tem que me amar muito, porque eu sou foda e depois dessa surra a Ema vai pensar milhões de vezes antes de falar alguma coisa.

Kate Beadles’s POV

Como fui dormir cedo, acordei cedo também. Às sete da manhã já estava de pé. De manhã tomei café com a Carla, conversamos um pouquinho e fui estudar. Tinha prova hoje, para variar. Estudei até meio dia, tomei meu banho, coloquei uma calça jeans rasgada nas pernas, uma blusa de mangas compridas, um vans, arrumei meu cabelo, passei uma maquiagem leve e pronto. Esperei Caitlin, no horário certo ela passou em casa. O carro de Christian já havia sido concertado, então ele não foi com a gente.

- Como você tá? – ela me perguntou.

- Estou bem. Já passou. – sorri para ela.

- Que bom, porque nada do que aquela cobra disse é verdade. Não vai acreditar nessas baboseiras.

- Tudo bem. Obrigada por me animar.

- Imagina, chuchuzinho. Conte comigo sempre. – ela disse sorrindo.

Eu tenho a melhor prima do mundo. Sorri para ela e tempo depois chegamos à Universidade. Logo na entrada encontramos os garotos. Ótimo, ignorei o Justin o dia todo e agora ele estava na minha frente.

- Oi gatas! – Chaz disse nos cumprimentando. – Estão mais gatas hoje ou é impressão minha? – ri junto com a Caitlin.

- Caitlin tá mais pra onça do que gata. – Christian disse e a irmã o fuzilou com os olhos.

- O quê? – perguntei sem entender.

- Nada não, o Christian é idiota. Não liga. – ela disse e os garotos riram.

Ficamos calados e o pessoal notou o clima tenso entre mim e o Justin.

- Bom, a gente vai indo ali. – Ryan disse puxando Chaz e Chris.

- Esperem, vou com vocês. – Caitlin disse. 

Que ótimo. Respirei fundo e dei um passo para sair dali.

- Vai ficar me ignorando até quando? – Justin me perguntou se metendo à minha frente.

- Não estou te ignorando. – respondi e o olhei, pela primeira vez no dia.

- Ligações não atendidas, mensagens não respondidas. Creio que não esteja mesmo. – ele disse irônico.

- Eu não estava bem ontem, por isso não respondi. – disse. O que não era mentira.

- É sobre isso mesmo que eu quero falar com você. – ele disse.

- Eu não quero mais falar sobre isso. Já passou. – disse incomodada.

- Eu não sei exatamente o que a Ema falou para você, mas eu peço que não dê ouvidos à 

essas coisas mentirosas. – me olhou nos olhos.

- Mas ela disse verdades também. – disse.

- Quais? 

- Sobre você ficar com as garotas e depois descartá-las. Vai acontecer o mesmo comigo, por isso eu não quero mais ter nenhuma relação com você, além de amizade... – disse e mordi o lábio inferior.

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Continua?

Obrigada por todos os comentários!

Kate querida, se você não quiser, EU TÔ QUERENDO.

Amei que a Ema apanhou, valeu Caitlin. <3

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Amo vocês <3