Sebastian deu uma risada amarga.
- Você ainda acha que vai conseguir sair daqui? – ele
perguntou ainda rindo.
- Você não sabe do que eu sou capaz. – disse o olhando
com desprezo. – Só uma chamada e você está fodido, Matarazzo.
- Qual é? Vai convocar seus soldadinhos de chumbo? – ele
perguntou rindo. – Me admiro seu amado Bieber não ter descoberto.
- Eu sei ser discreta quando eu quero.
- Agora a pergunta que não quer calar, como conseguiu ser
a presidente da Máfia Russa?
- Это вас не касается. – disse e sorri.
Sebastian me olhou confuso.
- Quer dizer que a vadia também fala Russo? Fala comigo
direito porra, quer que eu ande com um tradutor?
- Eu disse que não te interessa, seu imbecil. – rosnei o
olhando.
- Claro que interessa, o que é seu, será meu. – Sebastian
disse.
- Мудак. (Imbecil) – disse.
- Pare de falar comigo em Russo, vadia. – ele disse com
raiva.
Dei risada o olhando.
- Vamos, responda.
- Нет. (Não.)
- Desaprendeu a falar inglês? Então a levem para o porão
e deem um tratamento vip até ela aprender. – Sebastian disse rindo.
Os dois armários, vulgo seguranças, me pegaram
bruscamente pelos braços, me deixando em pé, mais sem me soltar.
- Depois eu apareço lá, querida. – Sebastian disse
tocando em meu queixo com a mão ensanguentada.
Virei o rosto. Nojento!
Fui arrastada para o porão. Nem tive o trabalho de descer
as escadas, porque eles simplesmente me jogaram lá de cima, fui rolando escada
a baixo, parece que meus ossos estavam sendo triturados, a cada degrau que eu
rolava. Cheguei ao chão com muita dor, nem consegui me mover.
- Acho que depois disso, ela não vai precisar mais do
tratamento vip. – um deles disse entre risadas.
E acabei apagando.
(...)
- Acorda vagabunda. – ouvi e jogaram um balde de água gelada
em mim.
Eu estava do mesmo jeito que caí, senti uma forte dor no
tornozelo. Que ótimo, eu torci. Gemi de dor tentando me sentar, tudo no meu
corpo doía, sem exceções. Olhei para cima e vi Vick alí sorrindo com as mãos na
cintura, sorrindo como se fosse superior a mim.
- Sabe, eu não sou tão ruim assim, vim te trazer algumas
notícias. – ela começou a falar andando pelo porão.
Me mantive sentada no chão.
- Justin está louco atrás de você. É divertido ver o
desespero dele, sem ao menos ter uma pista onde você possa estar. – ela disse e
deu risada.
Nesse momento imaginei como Justin estaria. Isso me
machucava mais do que qualquer pancada.
- E o Jason? – ela gargalhou. – Não para de chorar
perguntando por você. Tadinho do garoto. – ela disse com desprezo.
Respirei fundo. Meu Jason estava sofrendo. Oh céus.
- Eles vão sofrer ainda mais. As buscas em Los Angeles
são inúteis, nunca irão descobrir onde você está, mais se quiser, posso ir
consolar o Bieber. Ele deve estar tão frágil...
Ela disse dando as costas para mim, provavelmente indo
embora.
- Você vai consolar o capeta, sua piranha. – murmurei e
dei uma rasteira nela.
Obviamente com a perna que o meu pé não estava machucado.
Vick caiu no chão, fazendo um barulho no piso de madeira, antes que ela conseguisse
se levantar, fui para cima dela e apertei com força em seu pescoço.
- Uma coisa que você deve aprender, nunca dê as costas
para seu inimigo, сука
(vadia). – disse sorrindo e apertando ainda mais aquele
pescoço de galinha que ela tem.
Vick segurou em meus pulsos, tentando soltar minhas mãos
de seu pescoço. Tentativa falha.
- Há muito tempo que eu queria fazer isso. – disse a
olhando, enquanto seus olhos estavam esbugalhados olhando para cima.
Ela estava com a boca aberta em buscar de ar. Ela batia
os pés no chão, tentando sair de baixo de mim. Tirei uma mão do seu pescoço e
segurei em seus cabelos com força, batendo sua cabeça no chão.
- Socorro! – a vadia conseguiu gritar.
- Diga logo suas últimas palavras. Repassarei para o
patife do seu pai. – disse apertando ainda mais seu pescoço.
Vick se debatia em buscar de ar. Se ela acha divertido o
sofrimento de Justin e Jason, eu acho divertido ela morrendo em minhas mãos.
Ouvi abrirem a porta e rapidamente desceram as escadas, me tirando de cima da
Vick, que começou a tossir. Vagabunda!
- A amarrem. – ouvi Sebastian mandar.
Me pegaram e me colocaram em uma cadeira, amarrando meu
tronco junto a mesma.
- Filha, você está bem? – Sebastian agachou-se perto da
Vick, que ainda torcia com as mãos no pescoço massageando.
Gargalhei.
- Essa vadia tentou me matar, pai. – ela disse com
dificuldade.
- Eu só estava me defendendo. – disse irônica rindo.
- Sua desgraçada! – Sebastian gritou e veio até a mim,
acertando tapas em meu rosto. – Eu só não te mato agora mesmo, porque eu ainda
tenho meus planos, se não, você iria dar um salve para o capeta.
- Nem pra me matar você tem coragem. Cafetão de merda,
ainda por cima é covarde. Mata logo, filho da puta. – o provoquei.
Sebastian puxou a sua arma e apontou para a minha testa.
- Puxa logo a merda desse gatilho. – disse.
Sebastian destravou a arma.
Quero dizer, que Jason e Justin, eu amo vocês.
- Não pai, ela vai se arrepender por isso. Ela não merece
morrer agora, merece sofrer. – a puta da Vick levantou-se.
- Acho que se eu tivesse apertado mais um pouquinho esse
pescoço, não teria que estar ouvindo essa voz de puta. Poxa. – fingi decepção.
- Isso é apenas o começo do seu sofrimento. Você vai
pedir para morrer. – Sebastian disse
.
- Você que vai suplicar pela morte, Matarazzo. Já imagino
as inúmeras formas de tortura, sabe, lá na Rússia temos uma método maravilhoso.
Vocês vão gostar de conhecer. – disse sorrindo.
- Isso é o que veremos. – ele disse me olhando superior.
- Quando a morte bater em sua porta, não fuja, ela vai te
encontrar onde estiver. – disse calmamente o olhando.
Sebastian me olhou por alguns segundos e saiu juntamente
com a Vick. Me deixaram amarrada na
cadeira e saíram. Vamos Mellanie, pense. Coisa pior você já passou na Rússia e
saiu viva.
O que eu mais queria saber como foi que esse filho da
puta descobriu isso. Ninguém em Los Angeles sabia disso, ninguém mesmo. Nem
Lilly que está comigo quase desde o começo. E isso me preocupa, caso ele
resolva abrir a boca vão todos ficar com ódio de mim. Mas eu simplesmente não
podia contar. Eu jurei que não contaria.
Confesso que disse umas inverdades, eu não menti, só
omiti algumas coisas. Não era exatamente verdade quando eu disse que consegui
meu império com o dinheiro que Hugo havia deixado naquela casa caindo aos pedaços.
O dinheiro que aquele imbecil guardava não dava nem pra pagar a gasolina de
possíveis carregamentos. Mas deu pra me manter por alguns dias.
Sem estudos, sem ninguém e sem nada, o único jeito era me
distrair em uma balada. Já que se eu ficasse enfurnada em casa, ficaria louca
de tanto pensar no que o Justin fez comigo ou então a casa cairia sobre minha
cabeça. Só queria esquecer um pouco os problemas, então fui para a uma boate,
bem badalada. Me certifiquei de que não era uma das boates do Justin, porque se
ele me encontrasse, ele ia acabar com a minha vida por ter fugido de lá.
Me lembro como se fosse hoje quando cheguei àquela boate.
Pior
coisa que tem é sair sozinha sem conhecer ninguém.
Peguei
aquela fila enorme e entrei na boate mostrando minha identidade falsa. Foda ter
só dezoito anos e não poder aproveitar as coisas boas da vida. Dentro da boate
estava um verdadeiro inferno, músicas tocavam em um volume ensurdecedor, as
pessoas dançavam sem parar, algumas se pegavam em qualquer lugar. Mesmo assim,
adorei aquilo. Me dirigi para o bar e pedi uma água.
Nossa
Mellanie, você sai de casa para vir tomar água em uma boate. Nossa, se superou
em. O barman riu do meu pedido e trouxe minha água.
-
Seus pais sabem que a senhorita está aqui? – uma voz me deu um susto enorme.
Me
virei e era um homem, deveria ter uns cinquenta anos. Ele usava trajes
diferentes para quem mora em Los Angeles, e o sotaque também era diferente.
Pensei em não responder, porque eu nem o conhecia, mais não faz mal
respondê-lo. Pelo menos alguém para conversar.
- Eu
não tenho pais. – o respondi.
-
Sinto muito. – ele lamentou sentando-se do meu lado.
- Ah
tudo bem. Você não é daqui né? – perguntei curiosa.
Seu
sotaque o entregava.
-
Não. – ele riu breve. – Sou russo.
-
Deve ser bem legal falar russo.
-
Sim é. – ele disse. – Você me parece ser bem nova, quantos anos tem?
-
Dezoito. – respondi.
-
Acho que aqui só entra maiores de idade.
-
Nada de uma identidade falsa não resolva. – disse mostrando e o cara riu.
-
Jovens! Ah, que indelicadeza minha, meu nome é Yure Dimitri. – ele disse
estendendo a mão.
-
Gostei do nome. Eu me chamo Mellanie, Mellanie Fox. – apertei sua mão.
-
Também gostei. Mellanie é um nome marcante. – ele disse e eu sorri.
- Oh
é. E você? Não tem família? – perguntei curiosa.
Achei
uma companhia para a minha noite.
- Na
verdade eu tinha. – ele respondeu e arqueei as sobrancelhas o olhando. – Minha
esposa morreu em um acidente de carro e minha filha morreu com sua idade, ela
tinha leucemia. – ele disse tristonho.
Meu
Deus, que triste.
-
Nossa. Eu sinto muito, sinto mesmo. Mais com certeza ela deve estar em um bom
lugar. Minha mãe morreu em um acidente de carro também.
-
Creio que estejam. Por isso que vim aqui, você parece tanto com a Lara. Ela
tinha olhos azuis também. Olha... – ele disse pegando seu celular e me
mostrando uma foto da sua filha.
Na
foto aparecia ela abraçada com ele. Os dois sorriam. Ela era mesmo linda.
- E
essa era a minha esposa, Kátia. – ele passou a foto revelando sua amada.
Ela
tinha os olhos azuis, por isso que Lara também.
-
Eram lindas. – disse.
-
Sim eram. – ele suspirou. – Às vezes a vida nos faz passar por cada coisa...
- Eu
que digo. – suspirei também lembrando o que passei na mão do Justin.
- Enfim, não gostaria de conhecer a Rússia? –
ele perguntou e eu mordi os lábios com receio. – Não precisa ficar com medo ok?
- É
que... – me embolei nas palavras.
Eu
tinha acabado de conhecer o cara e ele estava me convidando para ir para a
Rússia.
-
Não estou com pensamentos maliciosos quanto a você, até porque eu vejo a minha
Lara em você. – ele disse e o olhei.
Ele
estava sendo sincero. Eu sentia isso.
- Eu
acho que não tenho nada a perder mesmo. – dei de ombros.
Não
tinha como a minha vida ficar pior, então eu aceitei.
E foi a melhor decisão que eu já tomei em toda a minha
vida. Yure se mostrou um grande pai para mim. Ele cuidou de mim como o Hugo
jamais cuidaria. Ele me ensinou tudo o que eu sei, até falar em Russo. Em
momento algum ele tentou abusar de mim, afinal para ele eu era a sua filha. E
às vezes ele me chamava de Lara, mais eu fingia que nem ouvia. Lara fazia muita
falta a ele, e era nítido. Tinha dias que ele ficava enfurnado no quarto sem
querer falar com ninguém.
Rússia era um lugar incrível, adorei conhecer. Os
costumes, a cultura, a língua, tudo me encantava. E olha que estava ficando
craque no idioma. Yure deixou de falar inglês comigo para que eu aprendesse
rapidamente o russo, o que me deixou louca, aprender outro idioma nunca é
fácil.
O que me espantava era a sua grande mansão, ele vivia
muito bem. Tinha muito dinheiro, mais eu nunca parei para pergunta-lo por que.
Eu o comparava com o Justin, eram carros luxuosos e seguranças andando por toda
a casa. Mais eu ignorei tudo isso, eu tinha uma vida que nunca imaginei ter. Eu
me sentia feliz. E era isso que importava. Todos naquela casa me respeitavam,
diferente da casa de Justin onde todos me tratavam como um lixo, até ele
próprio. Só me queria para o sexo e nada mais. Como eu o odeio.
Tudo mudou quando minha menstruação atrasou. Eu já
imaginava o que era, e minhas dúvidas foram comprovadas quando fiz o teste de
gravidez. Droga, eu não poderia estar grávida de alguém que só me violentou, e
meu medo maior era contar para Yure e ele me pôr de casa para a fora. Se ele me
comparava com sua filha, creio eu que ela não engravidaria assim tão nova, mais
a culpa não era minha. Eu não engravidei porque eu quis, mais também não iria
tirar meu bebê. Por dois meses passei a usar roupas mais largas para disfarçar
a barriga, mais um dia eu teria que contar, não daria para esconder por muito
tempo. Nesse dia juntei toda a coragem que eu não tinha e fui falar com o Yure.
-
Posso entrar? – perguntei batendo na porta do seu escritório.
-
Entre minha flor. – ouvi Yure dizer com aquele sotaque russo, combinamos de
falar somente assim, sorri com o apelido carinhoso.
Mais
logo o sorriso foi levado pelo o medo.
Yure
estava falando no celular, mais rapidamente encerrou a chamada para me dar
atenção. Ai Deus, me ajude.
- Eu
preciso te falar uma coisa. – disse com medo de encará-lo.
-
Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou.
-
Sim. – respirei fundo. – Tem uma coisa sobre mim que eu não contei.
- O
que seria? – ele perguntou me olhando.
- Há
exatamente dois meses atrás, quando eu ainda morava em Los Angeles, eu fui
violentada sexualmente e... – Yure me cortou.
- O
quê? Quem te tocou? Me conte e ele pagará por isso. – Yure disse transtornado,
nunca tinha o visto assim.
- Eu
não lembro. Estava escuro, aconteceu em um beco. – menti.
Não
iria dizer que tinha sido Justin Bieber, se Yure fosse atrás dele, sabe lá o
que Justin seria capaz de fazer. Eu não permitiria que ele tirasse a única
pessoa da minha vida.
-
Por Deus... – ele disse batendo na mesa. – Porque não me contou antes?
- Eu
tive medo. – disse. – E há alguns dias eu descobri que estou grávida.
Soltei
tudo de uma vez e fechei os olhos com força.
-
G-grávida? – ele perguntou perplexo.
- A
culpa não foi minha, me desculpe, se quiser eu saio agora da sua casa. – disse
nervosa.
-
Jamais iria deixar você nessas condições no meio da rua, Mellanie. – ele disse
me olhando. – Estou com ódio desse ser que fez isso com você. – ele respirou
fundo. – Caramba...
-
Eu... – iniciei baixando minha cabeça.
- Eu
vou ser avô. – o ouvi dizer e levantei minha cabeça o olhando. Ele estava
sorrindo.
-
Você não ficou decepcionado? – perguntei.
-
Não tem o porquê. Aliás, você não teve culpa de nada. Não se preocupe, seu bebê
vai nascer bem, eu vou cuidar de vocês. – ele disse e senti meus olhos
marejarem.
-
Meu Deus, obrigada por isso. – disse me levantando e indo abraça-lo.
-
Não tem porque agradecer, minha Lara. – ele disse afagando meus cabelos.
Novamente
me chamando por Lara, mais só ignorei como todas as outras vezes.
Yure me tratava com muito amor e carinho, e me dava mais
atenção do que eu merecia. Os dias iam se passando e minha barriga crescendo
ainda mais, ia crescendo também meu amor pelo meu bebê.
Eu já estava no meu sétimo mês de gestação, minha barriga
estava enorme. Já tinha feito os exames, e constatou que eu ganharia um
garotinho. Meu garoto. Eu não poderia estar mais feliz, mais uma notícia
naquele dia me desestruturou, e onde era meu céu, se transformou em um inferno.
Eu
estava deitada, assistindo TV, enquanto acariciava a minha barriga. De vez em
quando eu falava com meu pequeno Jason, era assim que ele iria se chamar.
-
Mellanie! – ouvi uma das empregadas me chamar.
-
Entra! – respondi.
-
Aconteceu uma coisa horrível. – ela disse desesperada.
- O
quê? – perguntei nervosa.
-
Venha comigo. – ela disse e me levantei rapidamente.
Na
casa estava uma movimentação estranha. Os seguranças caminhavam pra cá e pra
lá, em passos apressados. Segui a empregada até o escritório do Yure, ela abriu
a porta e por um momento eu senti minhas pernas fraquejar, por um momento
desejei que estivesse em um pesadelo e quando eu acordasse nada disso seria
verdade. Mais não era.
- Não
pode ser... – murmurei levando minhas mãos até a boca. – Não. – senti meus olhos
marejarem. – Quem fez isso com ele? – perguntei já chorando, eu não conseguia
sair do lugar. Eu estava em choque.
-
Ninguém. Ele se suicidou. – um segurança disse. Ele era praticamente o braço
direito do Yure.
- Por
quê? – perguntei em prantos.
Yure
estava sentado em sua cadeira, sem vida, e com a marca de um tiro no meio da
testa. Ele tirou a própria vida, mais por quê? Por que ele me deixou sozinha?
-
Isso não sabemos. – a empregada respondeu.
-
Porque você fez isso comigo? – perguntei e fui até a cadeira, a arma estava
caída em seu colo e ele de olhos abertos, com um vestígio de sangue escorrendo
em sua testa. – Porque me abandonou? – eu estava em prantos, chorando sem
parar, passei a mão em seus olhos, os fechando.
-
Querida, por favor, se acalme. Isso não é bom para o bebê. – a empregada disse.
- Você
não entende. Eu vou ficar sozinha de novo no mundo.
-
Quanto a isso, você não precisa se preocupar. – o segurança disse pegando uns
papeis que estava em cima da mesa. – Yure deixou tudo para você e o seu filho.
-
Tudo o quê? – perguntei enxugando minhas lágrimas.
-
Toda a sua fortuna, e o principal, a presidência da Máfia Russa.
- O
quê? – perguntei sem acreditar. – Máfia?
- Não
sabia? Yure era o presidente, e deixou o cargo para você. Aqui no testamento
ele diz claramente, que tinha total confiança em você e não tem pessoa melhor
para exercer esse cargo.
-
Mas... Mas eu nem sei o que é isso, eu nem sei o que fazer. – disse nervosa.
-
Calma, nós vamos te ajudar nisso. Yure foi um grande líder, você não será
diferente.
-
Onde quer que ele esteja, ele vai sentir orgulho de mim. – disse encarando mais
uma vez seu corpo.
Fui
até ele e peguei em suas mãos, já estavam ficando gélidas, então as beijei.
-
Obrigada por tudo. – sussurrei.
Nos primeiros dias não foram nada fáceis, Yure me fazia
uma falta enorme e no cair da noite, eu ia chorar de saudades. Mas ele me dava
forças para continuar e suportar qualquer dor. Fiquei mais em choque em saber
tudo sobre a máfia, como eles driblavam as autoridades, como faziam tudo sem
que ninguém percebesse. Isso era o que eu mais repugnava, mais passei a gostar.
Passei a amar fazer aquilo, cuidar de negócios, contrabandear drogas,
armamento, mulheres, se tornou o meu hobby favorito. Isso era loucura, eu sei.
Todos me obedeciam, todos me respeitavam e isso fazia com
que eu me sentisse poderosa. Eu era a presidente da Máfia Russa com apenas
dezoito anos, e por isso muita gente apontavam o dedo na minha cara, dizendo
que eu não ia conseguir, que eu era um pirralha no meio de assunto de gente
grande. Mas o que eles não sabiam, era que nenhuma crítica me abalava, porque
eles queriam estar no meu lugar. Apesar dessa reviravolta na minha vida, não esqueci
um dia se quer, do quanto Justin Bieber me fez mal, e eu estava disposta a
fazer pagá-lo por tudo o que me fez, só estava esperando meu pequeno Jason
nascer.
Depois de oito meses na Rússia, decidi voltar para Los
Angeles, apenas para iniciar o meu plano. Comprei uma casa enorme e me
estabilizei lá, Jason acabou nascendo dias depois. As empregadas me ajudaram,
aliás, eu não tinha amigas. Mesmo estando em Los Angeles, eu comandava tudo na
Rússia, tinham minhas pessoas de confiança, mais a palavra final era a minha.
Jason já estava com um ano de idade quando conheci Lilly,
em uma boate. No caso, minha boate. Eu realmente nem sabia o que fazer com
tanto dinheiro, então tive a ideia de construir meu império aqui também. Mas
Justin Bieber sempre estava em primeiro lugar, em Los Angeles. E isso me
deixava com ódio. Então dei início ao meu plano, mais o que eu não imaginava,
era que iria me apaixonar por ele. Decidi ocultar muitas coisas da minha vida, não
havia necessidade de contá-lo, e acho que esse foi o meu maior erro.
Agora estou aqui, esperando que ele me encontre. Ou
alguém na Rússia sinta a minha falta e venha me procurar. Oh vidinha de merda
essa minha.
Uma
semana depois...
Justin’s
POV
Desespero.
Essa é a palavra que me define.
Faz uma semana que Mellanie sumiu. Uma semana que a minha
vida virou um inferno. Nunca fiquei tão longe assim dela e isso me destruía. Eu
não sabia mais o que fazer. Eu estava um lixo e tentava amenizar a dor com uma
garrafa de Vodka ou alguns cigarros. E isso não funcionava. Jason também não ajudava
muito, todos os dias chorando perguntando pela a mãe, como se eu não chorasse
também todos os dias sem saber onde ela está, sem saber se ao menos ela estava
viva.
Deus, não quero nem pensar nisso. Eu morreria também.
- Justin? – alguém interrompeu meus pensamentos entrando
no escritório.
Era o Chaz.
- Diz.
- Encerramos as buscas. Não tem um lugar se quer, que não
procuramos. Eu ainda estou tentando rastrear o celular da Mellanie, desde
aquele dia que você recebeu a mensagem.
- Tudo bem, Chaz. – suspirei.
- Você está acabado, cara. Vai dormir, descansar.
- Queria que fosse fácil assim, deitar e dormir, mais nem
isso estou conseguindo.
- Não perca a fé, irmão. Nós vamos encontrá-la. – Chaz disse
e assenti com a cabeça.
- Tá difícil Chaz... – disse e bateram na porta. – Entra.
Era a Jack.
- Senhor, só pra avisar que Jason acordou chorando e
chamando por você. – ela disse.
- Ok. – disse me levantando.
- Então cara, vou lá ver se encontro alguma coisa, alguma
pista, sei lá. – Chaz disse enquanto saíamos do escritório.
- Tá bom. – respondi.
Caminhei até o quarto do Jason, entrei e ele estava
chorando na cama.
- O que foi, Jason? – perguntei sentando em sua cama.
- Eu quelo a mamãe. – ele disse.
Eu também quero. Suspirei e afaguei seus cabelos.
- Depois ela vem.
- Naum, quelo agola. – ele disse estressado enquanto
chorava.
- Você não está com fome? Vou buscar alguma coisa pra
você comer. – disse me levantando da cama e saindo do quarto.
- Naum papai. – ouvi Jason gritar.
Continuei andando, porque isso tem que ser tão difícil?
- Eu quelo minha mamãe. – Jason correndo e chorando atrás
de mim.
- Jason, volte para o seu quarto. – pedi sem olhar para
trás.
- Cadê a mamãe, papai?
- EU NÃO SEI ONDE ESTÁ A SUA MÃE, OK? – me virei gritando
estressado, Jason parou no mesmo instante com medo e começou o berreiro, só que
mais alto.
Droga Justin, não desconta o estresse no seu filho. Fui
até ele e o peguei nos braços, ele abraçou meu pescoço.
- Me desculpa, filho. – um nó se formou em minha
garganta. – Eu também queria saber onde está a sua mãe.
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Continua?
Obrigada por todos os comentários!
Oi Lifes, então achei esse capítulo muito chato, mais foi necessário para esclarecer muitas coisas. Espero que finjam que tenham gostado HEUEHUEHUE.
We heart it
O próximo vai ser melhor, eu prometo.
Quem for do grupo de DL, no comentário coloca essas tags :
#CaiDeBocaKim
#AnaDêUmasBeijocas
Okay?Okay.
Amo vocês, até breve ♥
O próximo vai ser melhor, eu prometo.
Quem for do grupo de DL, no comentário coloca essas tags :
#CaiDeBocaKim
#AnaDêUmasBeijocas
Okay?Okay.
Amo vocês, até breve ♥