Quando acordei, Justin já não
estava mais dormindo. Eu estava nua, coberta somente pelos lençóis da cama.
Como que ele me deixa dormindo desse jeito? E se a Pattie entra e me ver assim?
Que vergonha!
Me levantei enrolada no lençol
e fui me espreguiçando para o banheiro. Coloquei o lençol em cima do vaso
sanitário e liguei o registro do chuveiro. Esperei a água esquentar pois estava
frio naquela manhã, aliás, como quase todas as manhãs no Canadá. Que país
gelado.
Tomei um banho demorado, lavei
os cabelos, escovei os dentes, me enrolei em uma toalha e saí do banheiro. Fui
até o closet do Justin, onde havia uma parte somente para mim. Ele teve esse
cuidado em deixar um espaço para colocar minhas roupas. É um amor mesmo. Me vesti e fui pentear os cabelos. Me sentei na beirada da cama enquanto fazia
isso.
- Bom dia, bela adormecida! –
Justin adentrou o quarto com um sorriso nos lábios.
- Bom dia. – Sorri para ele. –
Porque não me acordou? – Perguntei após ele me dar um selinho.
- Fiquei com dó. – Ele
respondeu e ri fraco.
- Eu vou para casa hoje. –
Disse e ele torceu os lábios.
- Eu sei. Será que você não
podia ir semana que vem?
- Justin...
- Eu estou brincando. Você tem
que ir mesmo se acertar com a sua mãe...
- Que bom que você entende. –
Disse largando a escova de cabelo em cima da cama.
- Toma pelo menos café da
manhã com a gente. – Ele disse estirando a mão para eu pegar.
- Claro. – Disse segurando em
sua mão e saímos do quarto.
- Minha mãe ficou triste
quando eu disse que você ia embora hoje. – Ele disse enquanto caminhávamos pelo
corredor.
- A gente mora quase colados
um ao outro, qualquer coisa eu estou aqui ou vocês vão me ver. – Respondi.
- Tem razão. – Ele disse.
Chegamos à cozinha e Pattie
estava colocando a mesa do café e Jeremy já sentado lendo um jornal.
- Bom dia! – Disse.
- Bom dia querida. Sente-se, o
café está quase pronto. – Pattie disse muito simpática.
- Bom dia, Kate. – Jeremy
respondeu.
- Quer ajuda? – Perguntei.
- Não, está tudo sob controle.
– Ela respondeu.
Me sentei ao lado do Justin
que começou a conversar com seu pai sobre as notícias do dia. Pattie terminou
de colocar a mesa e sentou-se.
- Justin me disse que vai
embora hoje, é verdade? – Ela me perguntou.
- Sim, eu preciso me resolver
com a minha mãe. – Respondi.
- Não sei se fico feliz ou
triste em saber disso. – Ela respondeu e ri.
- Pattie, tem que ficar feliz
pela menina. – Jeremy disse.
- Você quer que eu seja falsa?
Estou sendo sincera. A Kate virou nossa segunda filha. – Ela disse acariciando
minha mão e sorri largo.
Era bom saber que ela sentia
isso por mim, logo agora que ela é minha sogra.
Isso mesmo Kate, sua sogra!
- Você é um amor, Pattie. –
Disse.
- É meio estranho saber que
nosso filho pega nossa segunda filha. – Jeremy disse e Justin gargalhou.
- Essa conversa está um pouco
estranha, será que podemos conversar sobre outra coisa? – Justin sugeriu e
concordamos.
- Olha, vai ter jogo dos
Cullitons semana que vem. – Jeremy disse olhando o jornal. – Estamos bem nessa
temporada.
- Nós vamos! – Justin disse
animado.
- Dessa vez eu vou. – Pattie
disse.
- Ihhh, você é pé frio, acho
melhor ficar em casa. – Jeremy disse e rimos.
- Quê? Agora que eu vou mesmo.
– Ela disse e Justin gargalhou.
- Que responsabilidade em dona
Patrícia? Se os Cullitons perder, já sabemos qual foi a causa. – Justin
implicou e riu com o Jeremy.
- Deixem ela. Tadinha. – Disse
rindo. – Nós vamos ganhar, Pattie.
- Olha só isso, Kate. Cuidamos
do marido e do filho para depois sacanear com a nossa cara. – Pattie disse e
rimos.
Terminamos nosso café e fui
para o quarto do Justin para arrumar minhas coisas. Justin ficou deitado na
cama apenas observando eu dobrar minhas roupas e guardar na mala.
- Você vai contar logo para os
seus pais do nosso namoro? – Justin me perguntou.
Fechei a mala e o olhei.
- Eu não sei. Estou aflita com
a conversa que iremos ter, mais não se preocupe, logo eles saberão. – Respondi.
- Tudo bem.
- Podemos ir.
- Mais já? – Ele perguntou
fazendo bico.
- Já. – Sorri e fui beijá-lo.
- Vou sentir falta de dividir
a minha cama com você. – Ele disse me abraçando.
- Eu também. – Lamentei.
(...)
Estávamos em frente à porta da
minha casa. Tinha acabado de tocar a campainha e Justin segurava a minha mala.
Eu estava nervosa por ter que encarar minha mãe e finalmente ter uma conversa
digna com ela.
- Kate! – Meu pai disse alegre
após abrir a porta e me abraçou.
- Oi pai. – Respondi.
- Obrigado por ter cuidado da
minha menina, Justin. Não sei como agradecer você e seus pais. – Meu pai disse
apertando a mão do Justin.
- Imagina, Erick. Não precisa
agradecer. – Ele respondeu.
- Não quer entrar?
- Não, não. Vocês devem ter
muito o que conversar e eu preciso resolver umas coisas da faculdade. – Justin
respondeu.
- Tudo bem, então. Me dê aqui
essa mala. – Meu pai disse pegando a mala.
- Bom, eu vou indo. – Justin
disse meio sem jeito e me olhou.
O abracei.
- Obrigada por tudo! –
Sussurrei.
- Me liga depois, amor. – Ele
sussurrou de volta.
Assenti com a cabeça depois
que separei o abraço.
- Tchau, Justin! – Meu pai
disse.
- Tchau. – Ele sorriu fraco.
Justin colocou as mãos nos
bolsos da sua bermuda e seguiu em direção à sua casa.
- Vamos entrar. – Meu pai
disse colocando sua mão em minhas costas.
Soltei o ar preso em meus
pulmões e entrei na minha casa, depois de dias.
- Está com fome? – Ele me
perguntou.
- Não, já tomei café. –
Respondi. – Hum, eu vou para o meu quarto.
- Quando você vai conversar
com a sua mãe?
- Deixa eu respirar um pouco,
pai. Preciso ir ao meu quarto e organizar minhas coisas.
- Tudo bem, querida. Vou
deixar a sua mala lá.
Concordei e fomos em direção
ao meu quarto. Como prometido, meu pai só deixou minha mala e me deixou
sozinha. Precisava de um tempo só para mim, para organizar as coisas na minha
cabeça.
Enquanto pensava na suposta
conversa que iria ter com a minha mãe, fui desarrumar a mala e guardar minhas
roupas. Meu quarto estava todo arrumado, ela deve ter feito isso. Me sentei na
beirada da cama e encarei minhas mãos, criando coragem para falar com a minha
mãe.
Minutos se passaram e me
levantei decidida a resolver essa intriga. Saí do meu quarto e cheguei à sala,
encontrei com meu pai concentrado mexendo no notebook.
- Pai, onde ela está? – O
perguntei.
- No quarto. – Respondi.
- Ela não foi trabalhar hoje?
– Estranhei.
- Não, ela preferiu esperar
você. – Ele respondeu.
Não disse nada e dei às
costas. Cheguei em frente ao quarto dos meus pais e respirei fundo. Na
sequência, dei três batidas na porta de madeira.
- Pode entrar! – Ouvi sua voz
do outro lado.
Girei a maçaneta e fui entrando
no quarto. Apesar dela estar longe do trabalho, o trabalho não estava longe
dela. Minha mãe estava sentada na cama, rodeada de papéis e assinando mais
outros. Quando ela bateu os olhos em mim, ficou surpresa ao me ver.
- Kate! – Ela murmurou.
- Eu volto em outra hora para
gente conversar. – Disse vendo que ela estava com coisas demais para fazer.
- Não, espere... – Ela disse
levantando-se. – Vem aqui, filha.
Fiquei parada a olhando. Como
eu não me mexi um centímetro se quer, ela veio até a mim com os braços abertos.
- Que bom que está de volta!
Ela me abraçou e me senti mal
em não conseguir retribuir seu abraço. Eu queria muito, porém não conseguia.
- Eu sinto muito por tudo o
que aconteceu. – Ela disse acariciando meus cabelos.
Aquele carinho que eu não
sentia há anos.
- Eu me sinto tão culpada,
Kate. – Ela continuou a falar. – Me desculpe.
- Porque você não gosta de
mim? – A perguntei, ela separou o abraço não correspondido e me olhou.
- De onde você tirou isso?
Claro que eu gosto de você. Você é minha filha. – Ela respondeu me olhando.
- Porque eu não consigo
acreditar nisso? Olha todas as coisas que você fez para mim, só fez me sentir
mal...
- Não, eu só queria o seu bem.
Eu não fiz por mal, eu juro.
- Você nem se importou com o
que aconteceu comigo. – Disse a encarando.
- Com certeza o seu pai já
deve ter dado com a língua nos dentes sobre o que acontece comigo. Às vezes eu
tenho emoções contrárias que eu gostaria de ter. Eu queria ir te ajudar e dizer
que estava tudo bem, mas ao mesmo tempo não. Não me culpe por isso.
- Se eu disser para você que
não te culpo, eu estaria mentindo. A mágoa que eu guardo aqui dentro não é de
agora. É desde quando você me jogou naquele convento para se dedicar ao
trabalho.
- Foi para o seu bem...
- O meu bem, mãe? Isso me faz
mal até hoje. As pessoas me fazem mal até hoje por causa disso. “ Ah Kate, não
era você que ia ser freira? ”
- Lá você foi bem-educada. Eu
e o seu pai não íamos ter tempo para você, o trabalho exigia muito. Você era
uma criança...
- Exatamente. Eu era só uma
criança.... Na verdade, seus problemas psicológicos foram descontados em mim.
- E se tiver sido mesmo, vai
adiantar do que agora? Você está com a gente agora.
- Eu esperava pelo menos um
pedido de desculpas, mas acho que não vai rolar...
- Eu não vou pedir desculpas
por algo que eu fiz que acho que foi o certo. – Ela respondeu.
- Então não espere que eu ache
que você sinta muito. – Disse com raiva.
- Kate, você é minha filha,
nós não podemos viver em pé de guerra.
- Me peça desculpas. – Pedi.
- Eu não estou errada.
- Tudo bem. Agora vou deixar
você com o seu trabalho, só vocês se dão bem...
- Kate? – Ela me chamou, porém
não dei ouvidos e saí do quarto.
Dei de cara com o meu pai no
corredor.
- Estava ouvindo? – Perguntei
e ele assentiu com a cabeça. – Eu fiz a minha parte.
- Eu sei, querida.
- Vou para o meu quarto.
- Não se esqueça que hoje você
tem consulta com a psicóloga.
- Como esquecer, pai.
Fui para o meu quarto e me
joguei na cama. Meu celular começou a tocar, era a Caitlin.
- Oi prima, saudades gostosa!
– Ela disse e ri fraco.
- Oi Cait, eu também estou com
saudades de você. – Respondi.
- Quando volta para a
faculdade? Está muito chato sem você.
- Semana que vem eu vou. –
Disse. – Já sei que estou bem ferrada em algumas cadeiras.
- Kate, os professores sabem o
que aconteceu. Repercutiu na cidade inteira, com certeza eles vão entender o
seu caso e deixar que você faça as provas para não reprovar.
- Nem me lembre que todo mundo
sabe. Vou morrer de vergonha quando chegar na faculdade.
- Vergonha porquê? Tem que ter
orgulho da coragem que teve de colocar aquele peste na cadeia. A outra não teve
essa coragem...
- Acho melhor mudarmos de
assunto.
- Ok, como vai com a
psicóloga?
- A primeira sessão foi
horrível. Ela me fez contar tudo o que aconteceu e parecia que eu estava
vivenciando aquilo novamente.
- Ela fez isso para saber o
que aconteceu com você ué, não tem como ela adivinhar.
- Eu sei, eu sei. Mas não
gostei do que senti.
- Relaxa que vai melhorar. Ela
vai te ajudar a se livrar desse trauma.
- Ontem os tios do Justin
foram jantar na casa dele, nisso tinha um primo dele, acredita que eu me
assustei com ele andando atrás de mim? Qualquer coisa eu penso que é o...
- Você está impressionada
demais com o que aconteceu. Coloque nessa sua cabecinha que ele nunca mais vai
te fazer mal. Ele está vendo o sol nascer quadrado.
- Eu sei, Cait. Mas eu não
sei, tem um bloqueio forte na minha mente. Eu quero acreditar muito nisso.
- Acredite! O pior já passou,
agora só virão coisas boas.
- Falando em coisas boas, eu
tenho uma ótima para te contar. – Disse sorrindo.
- O que? Estou curiosa! –
Perguntou eufórica.
- O Justin me pediu em namoro.
- Sério? – Ela perguntou e nem
esperou eu responder para dar gritinhos histéricos. – Ah meu Deus, que notícia
maravilhosa. Estava na hora já né.
- Eu também não acreditei na
hora do pedido, mais foi real.
- Own! Só de pensar que no
início eu era a primeira a descordar desse relacionamento, porém agora eu sou a
primeira a apoiar. Quero que vocês sejam muito felizes juntos.
- Obrigada, Caitlin. Eu fico
feliz que tenha alguém torcendo pela nossa felicidade. – Disse sorrindo.
- Não somente eu, como os
garotos também. Quando vamos sair para comemorar?
- Não sei. Voltei para casa e
não sei como vai ser daqui para frente.
- Já conversou com a sua mãe?
- Tentei uma conversa, mais
ela não quer dar o braço a torcer.
- Vai ficar tudo bem. Olha,
vou almoçar e ir para a faculdade, depois conversamos mais.
- Tá bom. Boa aula, beijos!
- Beijinhos. – Ela disse e
desligou.
Lembrei que tinha que ligar
para o Justin. Mas nesse horário com certeza ele está se arrumando também, vou
deixar para ligar mais tarde. Ouvi meu pai me chamar para almoçar, saí do
quarto e fui para à cozinha.
- A consulta é às 14:00 horas.
– Ouvi meu pai dizer para a minha mãe.
Me sentei ao lado do meu pai e
comecei a me servir.
- Fiz seu prato preferido. –
Minha mãe disse.
- Eu vi. – Respondi rápido.
- Ouviu? – Meu pai me
perguntou.
- O quê? – Perguntei de volta.
- A sua consulta é às 14:00. –
Ele repetiu.
- Sim, ouvi. – Respondi.
- E esse anel? – Minha mãe
perguntou olhando para o meu dedo.
- Eu ganhei.
- De quem?
- Do Justin. – Disse.
- Justin é um cara tão bacana.
Eu gosto daquele moleque. – Meu pai disse e só concordei com a cabeça.
Como aparentemente eles não
desconfiaram do anel, terminei de almoçar calada. Minha mãe tentava puxar
assunto, mais eu não estava afim. Eu estava magoada e ela não quis me pedir
desculpas. O que custa um pedido de desculpas? Será que dói dizer “ Me
desculpas Kate, eu errei. ”?
Depois do almoço, subi para o
meu quarto e fiquei esperando dar o horário para me arrumar e ir para a
psicóloga. Não é algo que eu goste de ir, porém é necessário.
- Vamos, Kate. Se não vamos
nos atrasar. – Meu pai gritou do corredor.
- Já estou pronta. – Respondi
saindo do meu quarto.
- Você está linda! – Ele me
elogiou e olhei para a minha roupa.
Era apenas uma camisa preta,
um jeans surrado e um all star.
- Obrigada, pai. – Disse
desconfiada.
(...)
- Até quando vou ter que vir
aqui? – Perguntei assim que chegamos em frente ao prédio.
- Até você se sentir bem. –
Ele respondeu.
- Mas eu estou bem, pai. –
Disse.
- Não comece...
- Tem que mudar o horário das
consultas, semana que vem vou voltar para a faculdade e não vou poder faltar.
- Tudo bem, faremos isso assim
que chegarmos lá.
Pegamos um elevador e paramos
no andar do consultório. Fomos até a recepcionista.
- Boa tarde! Eu queria mudar o
horário das consultas da minha filha. – Meu pai disse e fiquei de braços
cruzados a vendo mexer no computador.
- Nome da paciente.
- Kate Beadles. – Meu pai
respondeu.
- Deseja qual horário?
- Na parte da manhã. –
Respondi.
- Às 9:00 está bom?
- Sim. – Disse.
- Ótimo. Agora é só aguardar
que a próxima a entrar é você.
- Obrigado. – Meu pai
respondeu e fomos nos sentar.
Aproximadamente dez minutos
depois, a minha vez chegou. A Dra. Júlia já me esperava na porta com um sorriso
nos lábios. Queria estar feliz em vê-la também, nosso último encontro não foi
muito legal.
- Que bom que veio, Kate. –
Ela disse após fechar a porta atrás de nós.
Me sentei naquela mesma
poltrona da vez anterior.
- Como passou os dias? – Ela
me perguntou sentando-se na sua cadeira.
- Bem. – Respondi.
- Estávamos indo muito bem na
nossa conversa da sessão anterior. O que aconteceu?
- Eu lembrei de coisas que eu
não quero lembrar!
- Eu sei que é doloroso para
você. Mas se você ficar evitando e não cuidar do que aconteceu, vai ser mais
doloroso ainda, você me entende? – Ela perguntou e assenti com a cabeça.
- Eu vou tentar.
- Ótimo! É isso que eu quero
ouvir. – Ela sorriu. – Você estava me falando que saiu de casa e foi para o
Starbucks, onde alguém estava olhando para você. Pode me contar quem era essa
pessoa? – Perguntou e umedeci os lábios, assenti com a cabeça. – Quem era?
- Era o Paul. – Engoli à seco.
- Pode me falar sobre ele?
Sobre o que você sabe dele.
- Ele era meu colega de
faculdade.
- Vocês eram amigos?
- Não, éramos só colegas.
- Entendi. Você percebia algum
comportamento diferente dele com você?
- Eu não sei. Ele me tratava
muito bem. Saímos até uma vez para tomar sorvete, ele foi atencioso comigo e
não me faltou com respeito. Mas sempre me avisavam para ficar longe dele.
- E porque te avisam isso?
- Eu achava que era
implicância dos meus amigos, mas eu não sabia o porquê de ter que ficar longe
dele. Eu deveria ter dado ouvido a eles...
- Calma... Sem culpa, ok?
Continue falando sobre o que aconteceu no Starbucks.
- Quando eu o vi ali me
encarando, quis sair logo dali, eu tinha acabado de ter uma discussão horrível
com a minha mãe e não queria conversar com ninguém. Só que assim que saí, ele
veio atrás de mim e disse que nós precisávamos conversar. Eu disse que não
queria conversar e ele disse que eu estava estranha e começou a me falar coisas
sem nexo.
- Tipo o quê?
- Eram várias coisas, ele
estava descontrolado e segurou em meu braço com força. Eu pedi para que ele me
soltasse... – Suspirei pesado.
- Se sente à vontade para
continuar a me contar? – Ela me perguntou e passei as mãos entre os cabelos.
- Eu estou tentando. – Disse.
- Se você não se importar, tem
alguém que vai fazer parte da sua consulta. Talvez te ajude e ajude à essa
pessoa também.
- Quem? – Perguntei
apreensiva.
A Dra. levantou-se e caminhou
até a porta. Ela a abriu e ouvi ela falar com alguém lá fora.
- Pode entrar. – Ela disse e
me virei para ver.
- Mãe? – Perguntei.
- Sua mãe é minha paciente
também. Ela precisa saber o que realmente aconteceu com você naquela noite. – A
Dra. disse. – Pode sentar do lado da sua filha.
Minha mãe fez isso.
- Pode continuar, Kate.
- Eu não sei...
- O que o Paul fez com você
depois que você pediu para que ele te soltasse? – Ela me perguntou.
- Ele ignorou o meu pedido. –
Olhei para os meus dedos entrelaçados sob o meu colo. – Ele ignorou todos eles.
Ele começou a me arrastar no meio da rua, as pessoas que passavam não davam a
mínima sobre o que estava acontecendo. Eu não conseguia abrir a boca e pedir
ajuda a alguém.
- E depois o que aconteceu?
- Ele me arrastou para um beco
imundo, eu pensei que ia morrer naquela hora. Eu estava com tanto medo do que
ele poderia fazer comigo. – Disse e senti meus olhos arderem. – Eu perguntava o
porquê de ele estar fazendo aquilo comigo e ele só respondia com coisas sujas. Porquê que ele estava fazendo aquilo? –
Perguntei a olhando, algumas lágrimas começaram a rolar pelas minhas bochechas.
– Eu tentei escapar ainda, mas ele me alcançou e me derrubou no chão. Ele me
xingava tanto que eu estava me sentindo um lixo, nunca havia me sentido tão
mal.
- Porque não pediu ajuda? – Minha
mãe perguntou irritada.
- Era o que eu mais fazia e
ninguém me ouvia. Ele... Ele deitou-se por cima de mim e começou a beijar meu
pescoço, que nojo que eu sinto! Meu Deus, eu queria morrer naquele momento. Ele
me deu um tapa e rasgou minha blusa...
- Tá bom, eu não quero ouvir
mais! – Minha mãe levantou-se aos prantos.
- Acalme-se Lauren! – A Dra.
disse.
- Eu não quero mais ouvir, não
quero. – Ela disse transtornada.
- Sente-se, a Kate vai
terminar de contar.
- O que ele fez com você,
filha? – Minha mãe perguntou ainda chorando, sentando-se novamente ao meu lado.
- Ele teria feito algo pior,
se o meu pai e o Justin não tivessem chegado há tempo. Ele ia abusar de mim....
Eu tenho nojo do Paul!
- A culpa foi minha. Se não
tivéssemos tido aquela discussão, nada disso tinha acontecido. Eu me sinto tão
culpada, que tipo de pessoa eu sou? – Minha mãe disse chorando.
- A culpa não foi sua, Lauren!
Esse rapaz que foi culpado pelo o que aconteceu com a sua filha. – Júlia disse.
- Você não vê que eu que
causei tudo isso? Esse maldito transtorno...
- Ele irá sumir, basta você
querer e aceitar se cuidar de novo. – Respondi.
- Eu não preciso daqueles
remédios de novo! – Ela teimou.
- Você quer viver que nem uma
louca? Tudo bem, mas eu não irei ficar em casa para você descontar tudo em cima
de mim. – Disse.
- Calma meninas! Assim não
vamos chegar à lugar nenhum. Lauren, você tem alguma coisa para falar a Kate?
- Eu já disse a ela que sinto
muito pelo o que aconteceu, mais ela não acredita. – Ela respondeu.
- Então diga de novo, a
olhando nos olhos.
Minha mãe suspirou e me olhou.
- Eu juro por tudo o que é
mais sagrado que a vontade que eu tenho é de mandar matar aquele moleque que
fez isso com você. Eu sinto muito, de verdade. Eu sei que essa mágoa não vai
sair agora de você, mas quando eu te coloquei no convento, eu estava querendo
somente o seu bem. Confesso que não me importei se essa era a sua vontade, e às
vezes me arrependo por não ter visto você crescer como eu queria. Você saiu de
mim, Kate, é um pedaço de mim. Me desculpa pelas coisas ruins que te falei, eu
não quis falar aquilo, eu fico fora de mim. Me perdoa por não ser uma boa mãe,
mas eu te amo.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Continua?
Obrigada por todos os comentários!
Maravilhoso, continua pfvr
ResponderExcluirManooooooo!!! Cheguei kkkkkk zoas
ResponderExcluirTomara que a Kate e a mãe dela se resolvam no próximo capítulo, Kate tem um coração de ouro. Queremos um pouco de paz uai kkk.
Continua flor, tá incrível ❤❤❤
Essa fanfic é um tiro! Continue, mana.
ResponderExcluirAHHHHHH MDS, Kate tem que perdoar a mãe dela ❤️❤️❤️
ResponderExcluirCONTINUAAAAA
Como eu fico depois desse capítulo ? Morta. Cara, que pesado. Kate se ferra demais. Só quero que a mãe dele aceite o namoro dela com o Justin.
ResponderExcluirContinua
NOSSA QUE CAPÍTULO ARRASADOR!
ResponderExcluirSaiu lágrimas, sério.
Esse momento das duas foi muito delicado para mim,mexeu muito 😔
Continua amor, ansiosa ❤
Fiquei sentida com o pedido de desculpas da Lauren .. acho que dessa vez é sincero.. espero que se acertem ..
ResponderExcluirComo o pai da Kate não deeconfia de nada entre ela e Justin ??
Até um cego veria
Caralhoooooh. Kate perdoa sua mãe... eu num perdoava não !!!! Sou difícil. QUEROOOO MAIIIS
ResponderExcluirGente do céu, que capítulo 😍😍😍!!
ResponderExcluirAgora está tudo na santa paz, amei essa reconciliação das duas, realmente mega feliz ❤❤❤ Esse é o momento para a Kate contar a novidade 😈😈. Continueeee Bre
Amo essa fic 💕
ResponderExcluirContinua logo
AAAAA meu Deus!!! Tô nervosa. Amei amei. Continuaaaaaa
ResponderExcluirEu chorei genteee, socorro, chorei muito, chorando ainda. Por favor, Socorrinho, que saudades dessa história, que história maravilhosaaa.
ResponderExcluirA mãe da Kate é bem orgulhosa, sem necessidade, orgulho só te prova de alguns momentos e coisas. Enfim né, esse sentimento de merda...
A culpa nunca é da vítima! E sim do estuprador!!!! Ele é unicamente, totalmente e realmente culpado.
Continua
Pensava que essa mulher não ia pedir desculpas, mas ela pediu e foi tão, lindo. Justin tá sendo tão fofo❤. Que capítulo maravilhoso, como sempre. Continua ❤
ResponderExcluirMesmo a mãe errando muito, acho que a Kate devia perdoá-la, pois independente de qualquer coisa, é mãe dela. Mas, acho que Kate devia deixar a mãe sofrer um pouquinho antes de perdoá-la. E esse casal? Amoooooo!! Continua.
ResponderExcluirAmeeei e to amando <3
ResponderExcluirContinuaaaa plis <3
Ebaaaaaaaaaa ♥♥♥♥♥♥
ResponderExcluirAmeiiiii!!
ResponderExcluirContinua 💙
mano que demora eu tava surtando aqui. aaaaaa amo essa fic com todo meu coração ❤
ResponderExcluirmds já tô ansiosa pro próximo cap scrr continua logo please !!!!!
Finalmenteeeee tu postou!!
ResponderExcluirDemora assim não que meu core não aguenta 💔
Justin você é o namorado que eu gostaria de ter, sorte da Kate 😍😍
e essa mãe dela hein? babado, espero que elas se resolvam, amando a fic! 💗💗💗
posta Dl logoo, bjs melhor escritora. 😍😍😍
Continuaaaaa, amo amo amo
ResponderExcluirMds suas histórias são aquelas que deixam com um gostinho de quero mais, que não conseguimos parar de ler até saber o final, são maravilhosas, vc é uma excelente escritora. E como sempre, esse capítulo não estava diferente, incrível igual todos os outros, eu adoreeei. Continua quando puder pfvr, bjs :3
ResponderExcluirMuito bom ❤❤
ResponderExcluirGente,que mãe orgulhosa
ResponderExcluircontinuaaaaa!!!
ResponderExcluirAmeiiiiii. Continua. Eu
ResponderExcluircontinua
ResponderExcluircontinua
ResponderExcluirEspero que elas se resolvam. Continua
ResponderExcluirAdorrrrreeeeei Mano C É Muito Top KkkkK C Tem Uma Mente Maravilhosa Continua Sua Divã
ResponderExcluirOhhhh 💔💔 continuaaaaaa
ResponderExcluirContinuaaaa
ResponderExcluirBrenda sua lindaaaa continuaaaa
ResponderExcluirmds !! cada cap. fica melhor. Continua !!
ResponderExcluirJESUSSS
ResponderExcluirQue capítulo ai meu gzuis
ResponderExcluirKate você tem que 0erdoar sua mãe apesar que eu nao desculparia tao facil deixaria ela sofrer um pouco
Mas continua logo Brenda por favor
Ah não mano, tô chorando aqui
ResponderExcluirPelo amor de Deus menina, continua isso logo
Continua
ResponderExcluirContinua ❤❤❤
ResponderExcluirCadê Dl?
ResponderExcluirPosta dangerous life por favorrrrr
ResponderExcluircontinuaaaaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluirEu quero entra no grupo do whats, tem como?
ResponderExcluirAdoroooo, continua logo monaaaa! ❤❤❤❤❤❤
ResponderExcluirSolta o capítulo de DL, mulher! Ansiosa, continue mana.
ResponderExcluirAaaahhhhh 😭😭😭😭😭💔💔💔💔
ResponderExcluirContinuaaaa
Amei continuaa não me deixa na curiosidade
ResponderExcluirAmeeeiiii. Continuaaa!!!
ResponderExcluirBrendaaaaa continuaaaaaa meu coração não vai aguentar 💔😪😭 #VoltaBrenda
ResponderExcluirAmeii continua
ResponderExcluirAmeii ,continua !!
ResponderExcluirContinuaa
ResponderExcluirContinuaa
ResponderExcluirVirei fã de todas as suas fanfics ❤
ResponderExcluirMuinto boa a fic continuaaa
ResponderExcluirJá amava desde que era uma one. Ta maravilhoso, continua.
ResponderExcluirContinua pelo amor de Deusss❤❤❤❤
ResponderExcluir#Continua
ResponderExcluir😍😍😘😘❤❤
Continuaaa por favorzinho 💔
ResponderExcluirContinuaaaaaaaa ❤
ResponderExcluir