The Apprentice - Thirtieth chapter

Quando acordei, minha mãe estava dormindo do meu lado. Pelo visto, adormecemos enquanto assistíamos filme. Olhei no meu relógio do criado-mudo e vi que eram seis e trinta da manhã, porque acordei tão cedo? Me levantei com cuidado para que a minha mãe não acordasse, calcei os chinelos e abri a porta devagar. Estava com sede. A casa estava tão silenciosa, cocei os olhos caminhando em direção à cozinha. Estava quase perto da cozinha quando ouvi barulho de talheres, parei no mesmo instante. Quem poderia estar na cozinha à essa hora?

Meu corpo estava paralisado e não atendia os meus comandos. Eu estava com medo. Ouvi passos e fechei os olhos com força.

- Kate? – Ouvi aquela voz e abri os olhos.

Era meu pai com uma xícara na mão. Respirei aliviada.

- Me desculpe, querida. Te assustei? – Ele perguntou preocupado aproximando de mim e me abraçando.

- Um pouco. – Respondi correspondendo o seu abraço.

- Está tudo bem agora. – Ele disse sorrindo e acariciando meu rosto.

- Está com a mesma roupa de ontem... – Comentei o olhando, ele parecia cansado.

- Cheguei tarde e cansado, só desabei na cama. – Ele explicou.

- Entendo. – Disse.

- Cadê a sua mãe? – Ele perguntou.

- Dormindo.

- Ah claro... – Ele coçou a cabeça. – É cedo ainda. Está com fome?

- Não, só vim tomar água, já volto para o quarto. – Disse indo até a geladeira.

- Tudo bem, vou tomar banho e ir para o trabalho. Hoje o dia vai ser longo. – Ele respondeu.

- Tá bom. – Comentei e ele saiu da cozinha.

Enchi o copo d’água e me encostei no balcão. Tomei água enquanto encarava o nada.

- O que faz aqui? – Minha mãe apareceu na cozinha. Dei um leve pulo no susto.

- Vim tomar água.

- Porque não me acordou? – Ela perguntou coçando os olhos.

- Fiquei com dó. – Respondi e ela riu.

- Cadê o seu pai?

- No quarto.

- Sabe que horas ele chegou?

- Não sei.

- Tudo bem, vou tomar banho e venho fazer o café. Desça depois. – Ela me avisou.

Assenti com a cabeça e saímos da cozinha. Fui para o meu quarto e peguei meu celular, não havia mensagens do Justin. O que aconteceu que ele não me respondeu ainda? 

Procurei ignorar isso e fui tomar meu banho. Passei longos minutos debaixo do chuveiro lavando e hidratando os cabelos. Saí do banheiro enrolada em um roupão e fui me vestir. Me sentei na cama e alcancei meu celular, não queria dar uma de namorada chata, mas eu estava preocupada com o Justin, então resolvi ligar.

Tocou até a ligação ir para a caixa de mensagem, tentei mais algumas vezes e quando já estava quase desistindo, ele atendeu.

- Amor, aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou.

Me senti aliviada ao ouvir sua voz sonolenta e aparentemente cansado.

- Me desculpa te acordar assim, mas eu estava preocupada. – Disse.

- Com o quê? – Ele perguntou e bocejou em seguida.

- Você não respondeu minhas mensagens, pensei que tivesse acontecido algo.

- Ah... Desculpa, meu pai pediu para eu ajudar ele com algumas coisas, me desliguei do celular. – Ele respondeu. – Você está bem? Como dormiu?

- Estou bem e dormi bem. – Disse. – Você me parece cansado. Meu sogro pegou pesado?

- Digamos que sim. – Ele riu fraco. – Vou te ver mais tarde.

- Tudo bem. Vou estar sozinha em casa mesmo. – Respondi.

- Não vai estar mais. – Ele respondeu.

- Vou deixar você dormir mais um pouquinho, até mais tarde.

- Até, amor. – Ele disse e desliguei.

Ouvi minha mãe me chamar para tomar café e saí do quarto. Quando cheguei à cozinha, meus pais já estavam lá tomando café, quer dizer, meu pai só estava conversando com a minha mãe, acho que ele já havia tomado algo quando vim na cozinha mais cedo.

- Querida, nós vamos ter que ir trabalhar, você vai ficar bem? – Minha mãe perguntou.

- Vou. – Assenti com a cabeça.

- Chame o Justin para te fazer companhia. – Meu pai disse e o olhei, estranhando.

Normalmente ele pediria para chamar a Cait, já que é minha prima e é mulher.

- O Justin? – Minha mãe perguntou estranhando também.

- Sim, ele é homem e pode te proteger melhor do que uma mulher. – Ele respondeu normalmente.

- Tem razão. – Minha mãe respondeu dando de ombros.

- Tudo bem. – Disse.

O Justin já viria aqui mesmo de qualquer forma, então agora era sem problemas mesmo.

Tomamos café conversando, depois meus pais foram trabalhar e eu fui para o meu quarto. Liguei a TV e fiquei mudando os canais até que o Justin mandou mensagem avisando que já estava na porta, então fui atendê-lo.

- Oi amor. – Ele disse sorrindo e me selando.

- Oi, entra. – Disse dando espaço para ele passar e tranquei a porta de novo. – Não dormiu à noite? Está com altas olheiras.

- Devo ter dormido mal mesmo e junto com cansaço. – Ele respondeu coçando a cabeça.

- Entendi. Vem! – Disse pegando em sua mão e caminhamos para o meu quarto. – Sabe, no café da manhã, meu pai sugeriu que eu te chamasse para ficar aqui comigo, eu estranhei. – Comentei enquanto ele se jogava na minha cama.

- Porquê? Ele sabe que eu sou um bom rapaz. – Ele riu colocando a almofada debaixo da cabeça.

- Ué, você não achou isso estranho? – Perguntei me sentando ao seu lado.

- Não vejo problema nisso, é sinal que ele confia em mim. – Ele disse.

- Mas sabe, tinha a Caitlin para me fazer companhia, o Christian, Ryan, Chaz...

- Então prefere a companhia deles do que a minha? Legal saber disso! – Ele dramatizou.

- Nada disso, só estou achando que ele sabe algo sobre nós. – Disse e Justin arqueou as sobrancelhas.

- Deve ser coisa da sua cabeça, ninguém contou nada a ele. – Ele respondeu pegando o controle da TV e mudando os canais.

Não disse nada e fiquei pensativa, devo estar criando situações na minha cabeça.

- Vem cá! – Justin me puxou para deitar ao seu lado. – Se importa se eu dormir um pouquinho e depois a gente namora? – Ele perguntou.

- Não. – Dei risada e beijei sua bochecha.

Justin se aconchegou no meu peito e abraçou minha cintura. Levei minha mão até seus cabelos dourados e comecei a fazer cafuné enquanto assistia qualquer besteira que passava na TV. Minutos depois, olhei para o Justin e ele já estava dormindo. Poxa, ele estava realmente cansado. Fiquei admirando aquele anjinho dormir por longos minutos. Justin é tão lindo!

(...)

- Olá! – Disse para a Carla, a empregada.

- Oi Kate, como está? – Ela me perguntou enxugando as mãos.

- Bem e você? – Perguntei.

- Tudo ótimo. Já está com fome? – Ela me perguntou. A mesma já estava preparando o almoço.

- Não, só vim pegar um copo de leite. – Disse enchendo o copo.

- Ok, daqui há 20 minutos o almoço vai estar pronto.

Assenti com a cabeça e voltei para o quarto. Olhei para a cama e Justin não estava, mas logo o vi saindo do banheiro.

- Acordou bela adormecida! – Disse.

- Engraçadinha. – Ele riu fraco e bocejou.

- Toma, trouxe para você. – Disse oferecendo o copo de leite.

- Amor, não curto muito leite. – Ele disse.

- Mas tem que beber para ficar forte. – Disse e ele riu.

- Convivência com a Dona Pattie é foda né? – Ele disse pegando o copo da minha mão.

- Porque nós sabemos o que é melhor para você. – Disse convencida.

- Sabe mesmo? – Ele perguntou sorrindo de lado.

Assenti com a cabeça e ele tomou o leite todo, colocando o copo em cima do criado-mudo.

- Na sua teoria, agora estou forte? – Ele me perguntou.

- Sim.

- Ótimo, porque precisamos de uma foda urgente! – Ele disse malicioso arrancando a própria blusa do corpo. 

(...)

Por volta das 17:00 da tarde, meus pais chegaram em casa. Eu e Justin estávamos na sala assistindo TV.

- Tudo certo por aqui? – Meu pai perguntou colocando sua maleta em cima do sofá.

- Tudo ótimo. – Justin respondeu.

- A vida se resume a isso, você nasce, cresce, trabalha e morre. – Meu pai comentou suspirando e rimos.

- Aumenta o volume da TV. – Minha mãe pediu rápido.

- Quê? – Perguntei sem entender.

Justin alcançou o controle e aumentou.

- Esse é o Paul? – Minha mãe perguntou e foquei minha atenção na reportagem que passava.

Na reportagem mostrava ele sendo preso em casa e um policial dando entrevista, falando que havia encontrado uma enorme quantidade de droga na casa do Paul, ele estava sendo preso por tráfico. Fiquei sem entender, desde quando ele era traficante?

- Lá vai ele voltando para o lugar onde nunca deveria ter saído. – Meu pai respondeu.

Senti um alivio em sua voz. Eu também estava aliviada por ele estar sendo preso de novo, só não sabia que ele mexia com drogas também.

- A família dele tem condições, não entendo porque ele estava traficando. – Minha mãe disse.

- Um cara da índole dele, tem que ter motivos para fazer coisas erradas? Ele merece, Lauren. – Meu pai respondeu um pouco irritado.

- Calma, eu sei que ele merece. – Ela disse.

- Que bom que não vamos topar com ele na rua por muito tempo. – Justin comentou e me abraçou de lado, me confortando.

Sorri para ele.

Na noite anterior:

Justin Bieber’s POV

Eu estava decidido em ajudar o Erick.

Então, Erick arranjou alguns contatos e o que deveríamos fazer era pegar uma grande quantidade de droga e implantar na casa do Paul, sem que ninguém suspeitasse.

Se era errado? Talvez. Mas coisas erradas Paul já fez e agora está solto de novo. Eu não me arrependeria em armar para ele ir para a cadeia de novo, ele tem que apodrecer lá. Verme!

Nos arriscamos em buscar a droga e rodar pela cidade com aquilo no carro. Eu estava nervoso, confesso. A chance de um guarda de trânsito ou até mesmo a polícia nos parar era mínima, mas cada vez que passava uma viatura de vigia perto de nós, eu tinha a sensação que iam nos pegar.

- Nós vamos ter que passar a noite aqui, esperando a movimentação na casa diminuir. – Erick disse.

Me parecia que ele sabia o que estava fazendo.

- Tudo bem! – Respondi.

- Eu sei que você gosta da minha filha Justin, ninguém se arriscaria assim pela felicidade dela. – Erick comentou e o olhei.

- Eu a amo, Erick. Nós vamos casar um dia. – Sorri e ele riu.

- Depois que terminar a faculdade, aí sim eu deixo. – Ele disse e rimos.

Ficamos conversando durante a madrugada enganando o sono. Três da manhã quando não havia mais movimentação alguma na rua e nem na casa do Paul, descemos do carro. Erick pegou a pá que havia trago e peguei outra, era bem simples o plano, que poderia dar certo ou não. Íamos esconder a droga no jardim da casa do Paul e foi isso que fizemos. 

Demos sorte, a família não tinha nenhum cachorro.

Com o tanto de droga que havia ele, seria preso em flagrante. Cheguei em casa quase amanhecendo o dia e bastante cansado. O passo final era só o Erick fazer a denúncia anônima e bam, o filho da puta estaria de volta na cadeia.

Uma semana depois:

Convenci a Kate de contar sobre o nosso namoro para a mãe dela, ela meio que ficou um pouco chateada porque escondemos dela por bastante tempo. Pelo menos ela não surtou e já não era mais segredo para ninguém, quem nos olhava via o quanto estávamos apaixonados.

Eu sei que ela era a mulher da minha vida. A mulher que eu quero casar, ter filhos, netos, bisnetos, uma geração toda do fruto do nosso amor.

Kate Beadles’s POV

Nunca pensei que meu amigo de infância se tornaria o grande amor da minha vida. Nunca pensei que viveria tudo isso, que iria sair daquele convento, que iria passar por tudo o que eu passei. Mas sempre acreditei que tudo na nossa vida tem um propósito.

Temos que passar por grandes tempestades, para no final ver o lindo arco-íris no céu.

E depois de tudo o que aconteceu, eu já consigo ver o meu arco-íris no céu. E ele não terá fim tão cedo, pois a minha vida ao lado do homem que amo, está apenas começando.

Ao homem da minha vida, Justin Drew Bieber, todo o meu amor é seu. 

The end! 

Obrigada  à todas que acompanharam a fic até aqui.