Dangerous Life - Capítulo 30 - Please

Não era muito sangue no chão, mas era de se assustar, certo? Abri a porta devagar, e presenciei uma cena que nunca queria ter visto na minha vida. Mellanie apanhando da minha mãe e da Jazmyn enquanto Jaxon era responsável por deixá-la quieta em cima de uma cadeira.

- QUE PORRA É ESSA? – gritei alterado os fazendo olhar pra mim assustados.

Mellanie me olhou, havia um corte na sua cabeça e seus olhos estavam vermelhos. Em sua boca havia uma fita a impossibilitando se emitir qualquer som, ela me fitou deixando derramar algumas lágrimas. Por algum motivo meu coração se partiu em mil pedaços em vê-la daquele jeito e por obra da família infeliz que tenho.

- Filho... – minha mãe ainda teve coragem de pronunciar algo.

- Filho é uma porra, o que você pensa que está fazendo Pattie? – a encarei com ódio. Sim eu estou com ódio da minha mãe.

Como ela teve essa coragem de fazer isso com a Mel?

- Eu só estava dando o que ela merece. – Pattie disse.

- Ah então quer dizer que se meu pai resolvesse dar o que você merece, já estava queimando no inferno. – rosnei.

- Justin, não fale assim. Eu sou sua mãe.

- Que porra de mãe o quê? Você é um monstro disfarçado de mãe e vocês dois também. – apontei pra Jaxon e Jazzy. – Fora daqui, meu pai vai ficar sabendo disso.

- Ela apanhou por merecer, e apanharia mais se você não tivesse aparecido. – Jazzy disse só me virei e dei um tapa com força em seu rosto.

- Sua vadiazinha, quem vai apanhar por merecer aqui são vocês. Fora porra. – os olhei, meu sangue chegava a ferver de ódio.

Eles não falaram mais nada e se retiraram do quarto. Me aproximei da Mellanie e tirei devagar a fita que estava em sua boca, sei o quanto a porra dessas fitas doem. Fiquei agachado em sua frente, ela me abraçou com força soluçando, pela primeira vez a vi chorando de verdade em minha frente.

- Eu não fiz nada Justin... – ela dizia chorando molhando minha blusa.

A apertei mais contra meu corpo, nunca tinha a visto tão vulnerável assim.

- Eu sei que não, shhh... – murmurei afagando seus cabelos. – Eu não vou deixar isso assim.

Afastei de seu corpo, de azuis seus olhos ficaram bem vermelhos. Estava um machucado feio em sua testa.

- Quem fez isso? – perguntei me levantando e a analisando, nas pernas havia alguns machucados.

- Eu... – ela soluçou. – Eu fiquei desacordada, eu não sei.

- Tudo bem... - a acalmei. – Vamos cuidar disso, depois nos resolvemos com eles.

Ela assentiu com a cabeça, a ajudei a levantar e fomos para o seu quarto. Ainda não to acreditando na merda que minha mãe fez junto com aqueles imprestáveis que chamo de irmãos. Mas quem vai gostar de saber disso será meu pai, já que ele é babão da Mel também.

- Cadê o Jason? – Mel me perguntou ao chegarmos ao quarto.

- Está com a Lilly. – respondi. – Quer ajuda no banho?

- Não, eu sei me virar sozinha. – ela disse fria.

Fiquei sem entender, mas me sentei na cama esperando que ela tomasse banho. Depois de um tempo ela saiu do banheiro enrolada em um roupão com um pedaço de algodão limpando o ferimento na testa.

- Deixa que eu faço isso. – disse me aproximando dela.

- Não...

- Mel, não fui eu que fiz isso em você, foram eles. Não adianta ficar assim comigo, e eu já disse, eles vão pagar na mesma moeda. 

Disse e ela sentou na cama frustrada.

- Acabaram comigo, Justin. – ela passou a mão nos cabelos molhados. – Olha o que fizeram comigo, e foram covardes. Tiveram que me dopar e me segurar pra bater, fique sabendo que se eles não fossem da sua família amanhã iriam ser comida de urubus famintos.

Olhei pra ela, eu sabia que ela tinha coragem de fazer isso.

- Vou embora da sua casa, continuamos com o contrato. Mas eu na minha casa e você na sua. Ficar apanhando da sua mãe e seus irmãos não cola, porque alguém vai sair morto e não vai ser eu.

Ela levantou-se, segurei em seu braço a virando pra mim. Eu não ia deixar ela sair daqui por causa disso.

- Não Mellanie, eu disse que eles vão pagar. Eu só não posso expulsá-los daqui porque querendo ou não, é minha família, mas não vou deixar isso barato. Não precisa você ir pra sua casa, ok?

- Eu...

- Por favor...

- Você pedindo, por favor, é até difícil dizer um não. – ela disse rindo fraco, sorri e a puxei para um beijo.

Segurei em sua cintura a beijando com cuidado. Acho que estou virando um boiola, isso é coisa de gay. Encerrei com um selinho e fui cuidar do machucado em sua testa, não era tão fundo, mas causou aquele sangue no chão, passei um remédio que ardeu porque Mel reclamou, e coloquei um curativo.

- O que você vai fazer? – ela me perguntou vestindo-se na minha frente.

Cara, ela tinha realmente que fazer isso? Balancei a cabeça tentando não olhar para o seu corpo, fixando somente em seu rosto. Mas estava difícil.

- Ahm... Vão pagar na mesma moeda.  – respondi.

- Vai bater na sua mãe? – ela perguntou sorrindo, ri fraco.

- Não. – ela desfez o sorriso. – Mas meu pai sim. – pisquei e ela riu.

- Bom saber. – ela riu. – Justin, pode ir buscar o Jason lá em baixo?

- Porque você não vai? – perguntei com as sobrancelhas erguidas.

- Deixa quieto, eu vou mesmo. – colocou uma blusa.

- Aff, pode deixar que eu vou. E vou pedir pra trazer nosso almoço pra cá.

- Ótimo. – ela sorriu e me selou.

Olha o que eu não faço por essa mulher. Deixei Mel no quarto e desci, encontrei meu pai com o Jason. Lilly às vezes some feito poeira no ar.

- Queria mesmo falar com você, pai. – disse para ele.

- Sobre o quê? – ele levantou-se com Jason nos braços que brincava com seus cordões.

- Preciso que você veja algo pra tirar suas próprias conclusões.

Ele ficou sem entender mais subiu junto comigo.

- O que aconteceu, filho? – meu pai me perguntou.

- Mellanie? – disse na porta, vai que ela está despida e com meu pai aqui do lado não cola.

- Entra. – ela respondeu.

Entramos e logo Jason esperneou nos braços do meu pai querendo chão pra ir até a mãe. 

Mellanie o pegou e deu alguns beijos no rosto do Jason que foi pra cama pulando sem parar.

- Oi Jeremy. – Mel disse sorrindo fraco.

- Oi... – meu pai a analisou direito. – O que foi isso? – ele me perguntou assustado. – Você bateu nela Justin?

- Quê? Eu não. Tá louco pai? – ele a olhou novamente e olhou pra mim. – Vim aqui pra te mostrar as marcas que a dona Pattie e seus adoráveis filhos fizeram na Mel.

- Como? Foram eles? – ele perguntou apontando para a testa da Mellanie em seguida para as pernas.

Ela concordou com a cabeça.

- Algum motivo? – meu pai perguntou.

- Não gostar de mim já é um motivo válido para eles. – ela respondeu.

- E mesmo assim se tivesse motivo não era pra encostar um dedo se quer nela. – disse encarando meu pai.

- Eu converso com a Pattie. – meu pai disse enfatizando “converso”. – E Jazzy e Jaxon ficam com você, eu não os eduquei assim, se for preciso vão ser reeducados na base de porrada. Mellanie querida sinto muito por isso, não vai se repetir.

Mel deu um meio sorriso e meu pai saiu bufando do quarto. Entrei no meu closet e procurei meu cinto, deixar umas marcas naqueles dois não faria mal algum, talvez eles aprendam de vez.  Não deixo nada barato, se deixar passar essa vez eles aprontam de novo, conheço os irmãos que tenho.

- O que vai fazer com esse cinto? – Mel perguntou.

- Nada demais. – pisquei pra ela e a selei. – Dá um banho nesse porquinho que daqui a pouco volto com nosso almoço.

- Tudo bem.

Saí do quarto a procura da Jazzy e do Jaxon.

Mellanie’s POV

Se eu estava amando aquilo tudo? Claro. Vai ser uma surra merecida, porque se ninguém desse eu me encarregaria de fazer isso. Onde já se viu? Aquelas vadias com aquele viado mirim me doparam e me encheram de porrada, eu queria rir mais não podia porque minha barriga ainda doía. Deve tá tudo machucado aqui dentro.

- Hora do banho. – disse pro Jason e a criança saiu correndo em círculos pelo quarto.

Onde foi que eu errei?

- Nãaaao mamãe. – ele berrava.

- Jason não posso ficar brincando de pega-pega com você, a mamãe está dodói. Então para de correr e vem tomar banho amor.

Ele parou de correr e veio até a mim.

- Mamãe dodói? – falou me analisando. – Dodói aqui? – apontou pro corte na minha testa. Assenti com a cabeça. – Bejim sara?

Ele perguntou fofo me fazendo rir fraco. Apontei pra minha bochecha e ele deu um beijinho.

- Pronto, vai sarar. Agora vamos tomar banho?

Ele concordou com a cabeça e fomos pro banheiro. Tirei sua roupa e ainda tive que esperar a banheira encher porque ele não queria tomar banho no chuveiro, olha a criança de quase três anos folgada. Terminei de dar banho no Jason e fui vesti-lo, ele que quis escolher a roupa e ainda colocou o boné que Ryan havia dado. Ficava parecendo um playboyzinho, ri fraco. Sentamos na cama assistindo desenhos, me lembrei que ainda tinha que pedir a senha do notebook do Justin. Depois de um tempo Justin entrou no quarto e atrás vinham algumas empregadas com nosso almoço, nossa que folga. Elas colocaram em cima da cama, tinha um pouco de cada em bandejas, e depois se retiraram.

- Então? – perguntei.

- Jazmyn não vai sentar por um bom tempo. – ele disse e jogou o cinto de lado, eu tive que rir.

- Não queria que você fizesse isso, mas eu faria com toda certeza. – disse e ele riu fraco.

Almoçamos ali mesmo assistindo uns desenhos que Jason adorava, às vezes pegava Justin rindo também. Os dois se entupiram de batatinhas fritas, que delícia. Por isso que gosto da Rose. Terminamos e as empregadas vieram recolher tudo. Justin foi para o seu quarto tomar banho, e fui escovar meus dentes. Ajudei Jason a escovar os dele. Voltamos para cama pra assistir aqueles desenhos sem graça de novo, peguei meu celular e fiquei mexendo, logo Justin entrou no quarto todo arrumado.

- Vou sair se precisar de alguma coisa me liga. – ele disse caminhando até a cama.

- Eu preciso. Pode emprestar seu notebook? – perguntei e ele assentiu. – Tem senha? – essa pergunta meio que escapou dos meus lábios, claro que eu sabia que tinha, mas queria que ele me desse.

- Tem. – ele digitou alguma coisa no seu celular e logo o meu vibrou indicando uma mensagem mordi os lábios vendo a senha. – Ah, evite cruzar com a dona Pattie, Jazzy e Jaxon.

- Pode deixar. – respondi e ele me selou rapidamente.

Ele deu uma olhada breve para Jason que mantinha seus olhos fixos na TV e saiu. Esperei um tempo, deixei Jason vendo TV e fui pegar o notebook do Justin em seu escritório, o levei para o quarto. Peguei meu celular e digitei a senha no notebook, meu sorriso não poderia estar maior quando vi ligando, aproveitei e liguei para Lilly, ela precisava saber disso. Liguei ninguém atendeu. Liguei mais uma vez, ela atendeu.

- Já estava dando pro Ryan, vadia? – sussurrei porque Jason estava do meu lado.

- Besta. – ela riu. – Eu estava no banho, o que houve?

- Preciso que venha pra cá agora.

- Posso pelo menos me vestir?

- Claro, não quero me assustar com isso ai. – rimos.

- Fique sabendo que está tudo durinho ok? Nenhuma celulite, estria, peitos caídos, bunda murcha...

- Cala a boca. – ri. – Vem logo.

- Tá, e você vai explicar direitinho seu sumiço, tive que vir resolver umas coisas por isso que saí apressada de lá.

- Eu explico, agora vem. – disse impaciente.

- Nunca vi uma vadia tão chata quanto você.

- Tchaaaaaau Lilly. – desliguei na cara dela rindo.

Coloquei o celular de lado e Jason tratou de se apossar dele, estava travado mesmo. No notebook havia várias pastas, vejo que isso vai demorar. Quando eu falo várias, eu não estava exagerando. Tinha coisa demais aqui, como vou descobrir esses malditos documentos, senhas e tals? Fui abrindo pasta por pasta, havia alguns contratos, outras compras, vendas, alguns planos já executados. Contratos com políticos corruptos, com traficantes de outros países, havia certos gráficos de vendas da máfia Bieber, e como sempre, eram sempre elevados. Sempre no pódio. Tinha uma pasta com a denominação “Personal Documents”, era aqui onde eu queria. Abri a pasta, tinha de tudo, menos o que eu procurava. Peguei rapidinho o celular da Lilly e liguei de novo para ela.

- Eu já estou indo. – ela bufou.

- Eu nem disse nada. Pode trazer seu notebook e um pen-drive?

- Aff vadia, acabei de sair de casa. Cadê o seu?

- Volte e pegue. Lembra que queimou junto com a minha mansão, e nem estava precisando de um, até agora. Então é o seu mesmo.

- Te odeio. – ela disse me fazendo rir fraco e desligou.

Ela me ama isso sim. Devolvi o celular pro Jason que reclamava que não ligava.

Mexi em tudo, mas havia uma pasta que eu não consegui abrir porque tinha que por uma senha, oh merda. Esperei Lilly chegar, ela também é uma ótima hacker, só eu que não sirvo pra isso. 

- Pronto, estou aqui. – ela disse entrando com o notebook na mão e um pen-drive, sorri e ela sentou-se ao meu lado. – MEU DEUS O QUE FOI ISSO MEL?

- Ah exagerada, não grita. Foi minha linda sogra e meus cunhados. - sorri falsamente.

- Como? Você deixou bater em você? Não fez nada?

- Onde já se viu deixar alguém bater em mim Lilly? Sabe aquela conversa furada da Jazmyn que a mãe dela estava me chamando e bla bla blá, era mais ou menos verdade. Ela estava me chamando pra me doparem, e me encheram de porrada. Eu não conseguia me mexer apanhando e com o Jaxon me segurando. Foi isso que aconteceu, e agora estou aqui toda fodida por dentro e esse corte na testa, ainda bem que Justin chegou, porque se não, apanharia muito mais. Eles são uns loucos. 

- Não creio nisso. Prefiro que você vá pra sua casa, ao invés de estar apanhando desses infelizes, você não precisa disso.

- Eu disse isso pro Justin. – mordi os lábios. – E adivinha? Ele pediu, por favor, que eu não fosse. – rimos. – Acredita?

- Sério? – ela gargalhou alto. – Justin está literalmente fodido, amiga. Que dó dele. 

-Também acho. – ri ainda mais. – E você vai ficar de boca aberta com o resto da história. Ele fez Jeremy bater em Pattie, e ele deu umas cintadas de carinho na Jazzy e no Jaxon.

- MENTIRA? – Lilly disse e começou a rir sem parar. – O que você fez com esse homem Mel?

- Por enquanto nada, mais vou fazer. – rimos. – Enfim, ele saiu e pedi a senha do notebook. Só que tem muitas pastas, e não encontro nada sobre senhas do banco ou do cofre vou passar tudo pro pen-drive e você me ajuda.

- Falou com a pessoa certa. Só não faço dinheiro, mas o resto é comigo mesmo. – Lilly disse rindo, e ri ainda mais.

Eu amo a minha amiga.

Passei tudo para o pen-drive e Lilly abriu as pastas no seu notebook, começamos a procurar.  Já era quase duas horas e ainda estávamos batendo cabeça com aquilo, já havia tentado de tudo pra ver se acertava a senha, mas nada. Jason já dormia há muito tempo na cama, desliguei a TV, aqueles desenhos escrotos não estavam ajudando em nada.

- Cansei. Liga pro Renan, Lilly.

- Calma... – ela disse concentrada. – Olha... Consegui! – ela disse sorrindo.

- DEIXA EU VER. – me joguei praticamente em cima dela, rimos e Jason se mexeu, ficamos paradas e depois rimos.

- O que você quer mesmo? Senha de quê?

- Do cofre, bancos, o que for que esteja ligado ao dinheiro do Justin.

- Tem uma senha aqui, mas eu não sei de que é. Como é o cofre do Justin? É só digitar a senha e abre?

Nem eu sabia.

- Vem aqui comigo. Anota ai a senha no celular. – disse para ela.

Saímos do quarto e por precaução tranquei o quarto. Caminhamos até o quarto do Justin, entramos e tranquei a porta. Afastei o criado-mudo e lá estava seu cofre, anotei os números que havia no celular da Lilly, que no caso era a senha, e eu quase surtei quando aquela porra abriu. Porém, sempre tem que ter um, porém, e esse é dos grandes. Ainda tinha que ter a digital do Justin? Tá entendendo como a porra é séria? Como vou conseguir essa merda?

- É o fim. – disse sentando no chão junto com a Lilly. – Como vou conseguir isso?

- Justin é mais esperto do que pensávamos.

- Ele pode ser mais não é mais esperto do que eu. – pisquei pra ela que me olhou confusa. – Já sei o que fazer.

- O que?

Contei meu plano pra Lilly e ela adorou é claro. Isso não pode dar errado, seria muito azar.

(...)

Pedi que Lilly guardasse o pen-drive com ela, talvez eu precise daqueles documentos depois. Ela foi embora lá pras 4:00 da tarde, fechei as pastas do Justin e fiquei mexendo na internet. Eu estava com uma fome da porra, desci devagar e parecia estar tudo em silêncio total, só os seguranças rodeando a casa, alguns parados, outros trocando mensagens de voz por aparelhos etc. Fui até a cozinha e levei um susto da porra quando vi Pattie lá, cá entre nós, ela estava pior que eu. Jeremy deve ter batido com muito amor e carinho mesmo, não me contive e ri, mesmo com tudo dentro de mim doendo soltei umas boas risadas na cara dela.

- Sua vadia, do que está rindo? – Pattie perguntou.

- Eu? – parei de rir. – De nada, deu vontade.

- Desgraçada. Você está destruindo de vez a minha família, olha no que nos meteu.

- Eu que estou? Você que começou essa porra, agora agüente as conseqüências e quer saber quero mais que vocês explodam.

- O que disse? – ela me encarou com ódio e apontou o dedo pro meu rosto.

- Opa opa, vai tirando esse dedo do meu rosto, porque qualquer vacilo seu, vou contar pro seu filho querido Justin, e Jeremy não terá pena de dar uns bons tapas em você. Sua nojenta.

Passei por ela antes que ela abrisse a boca pra falar alguma coisa. A minha paciência já estava acabando com essa gentinha, e agora eu me encarregaria de dar uma surra neles, ou uma arma resolveria tudo. Abri a geladeira e vi um bolo de chocolate com uma cobertura incrível.

- Rose? – gritei, ela logo apareceu. – Eu já disse que te amo hoje?

Perguntei a fazendo rir.

- Olha pra esse bolo? – lambi os lábios. – Quer me ver gorda?

- Não senhora. – ela riu ainda mais.

- Ok. – ri fraco. – Faz uma salada de frutas pro Jason? Sei que quando ele acordar vai estar com uma fome surreal.

- Faço sim. – ela disse sorrindo.

Pattie tinha sumido do meu campo de visão. Deus seja louvado. Me sentei no banco perto do balcão e fiquei comendo bolo com coca-cola.  Depois me pergunto como consigo ter o corpo assim, porque como toda hora, é uma fome que não acaba mais, acho que tenho um buraco negro dentro de mim.  Fiquei jogando conversa fora com a Rose, pedi pra Jack ir acordar o Jason. Ainda estava bolando meu plano para conseguir a digital do Justin, não vou arrancar o dedo dele fora, isso é óbvio. Digamos que ele vai por o dedinho lá por “vontade própria”. Ouvi um barulho de risadas, eram os garotos com o Jeremy, em falar nele, parece um garotão, só ando com os meninos. Afinal, ele é um garotão muito do gostoso.

Ainda acho que estou pegando o homem errado.

- Oh... Melzinha... – Ryan disse tirando onda comigo. – Nossa, andou batendo a cabeça?

- Corrigindo, andaram me batendo. – disse e coloquei um pedaço de bolo na boca.

- Justin seu viado, tu que fez isso? – Chris perguntou.

 - Eu? Tudo sou eu nessa casa. – Justin disse e tomou o meu garfo junto com o pedaço de bolo, e colocou tudo na boca.

Ri fraco e tomei o garfo de novo.

- A tia Pattie de vocês que pirou de vez, se juntou com os dois monstrinhos que eu crio e fizeram isso ai. – Jeremy explicou e roubou um pedaço do meu bolo.

- Wow, virou festa agora? – disse e eles riram, e em questão de minutos não tinha mais bolo, nem mais nada. – Obrigada por me deixarem sem bolo. – disse colocando as coisas na pia.

- Magina. – Chaz disse lambendo os dedos. - E essa salada de frutas aí em, parece deliciosa. – ele lançou um olhar faminto, de quem não comia a dias.

- Nem vem que já tem dono. – disse.

- Oh Mel, não precisava disso. – Justin disse com os braços abertos, me abraçando rapidamente e indo até a salada.

- Vai tirando seu cavalinho da chuva também é pro Jason.

- Ele não vai comer tudo isso, divide com nós. – Chris disse.

- Você que pensa. – Jack chegou com ele nos braços.

Ele ainda coçava os olhos. O peguei, o sentei em cima do balcão e fui dar a salada de frutas pra ele. Como Rose tinha feito muito, os famintos devoraram tudo.

- Hey, vamos sair hoje à noite? – propus para os garotos, já estávamos na sala.

- Sair pra onde? – Chaz perguntou.

- Sei lá, uma das boates do Justin. – falei.

- Você não tem nenhuma boate? – Chris me perguntou.

- Tenho, mas não aqui. Em outras cidades.

- É porque ela sabe que não da pra competir comigo, cara. – Justin disse se achando.

- Me poupe. – revirei os olhos. – Vamos?

- Pra onde? – Jeremy perguntou aparecendo na sala.

- Boate. – Justin respondeu. – Hora de pegar umas gatinhas, pai. – ele piscou pra Jeremy que riu.

- Queria muito ir, cara. Mas já marquei com uns velhos amigos, deixa pra próxima. E garotos, segurança em primeiro lugar ok? Usem camisinhas. Mellanie eu deixo você me dar um neto, tá?

Comecei a rir pra não deixar o clima tenso.

- O Jason vale por dez Jeremy, já está bom demais.

- Mais pense com carinho.

- Pai! – Justin disse o olhando. – Você não tinha que ir?

- Valeu por me expulsar. Tchau crianças, comportem-se, que o tiozão aqui vai pegar geral hoje. – Jeremy disse saindo.

Rimos muito. Jeremy não existe.

- Seu pai não presta. – falei para Justin.

- Já viu alguém da minha família prestar? Um exemplo bem claro disso são essas duas bênçãos. – ele disse apontando com a cabeça para Jaxon e Jazzy que desciam as escadas.

De longe dava pra se notar as marcas das cintadas.

- Todo mundo apanhou nessa casa? – Chaz disse rindo.

- Quer fazer parte do todo mundo também? – Jaxon disse.

- Ei moleque, o que eu falei pra você?  - Justin disse arrogante. – Enfia logo o rabinho entre as pernas e fica calado, ou sobe pra porra do quarto.

- Vem Jaxon. – disse Jazzy me olhando com nojo, o puxando para a cozinha.

- Vou furar os olhos da sua irmã, e a culpa vai ser toda dela. – disse cruzando os braços.

- Não a deixando cega. – Justin disse e gargalhamos.

- Idiota. – murmurei e ficamos jogando conversa fora.

Jack chegou com o Jason e ficou aquela bagunça toda. Ele brincando com os garotos, era almofada voando pra todo lugar. Justin deitou-se no sofá com a cabeça em minhas pernas mexendo no celular, ele marcava alguma coisa que não prestei muita atenção porque estava mais interessada naqueles anormais fazendo meu filho de avião, de bola, jogando pra lá e pra cá. E adivinha? Ele estava amando, suas gargalhadas altas anunciavam isso.

- Vamos que horas pra boate? – Chaz perguntou.

- Vocês decidem, já sabem qual nós vamos? – perguntei.

- Qual Justin? – Chris perguntou.

- Qualquer uma. Todas são boas mesmo. – revirei os olhos.

- Tem uma boate chamada “qualquer uma”, agora? – perguntei e os garotos riram.

 - Ainda bem que você sabe negociar armas e drogas, porque se fosse viver de contar piadas ia passar fome. – Justin disse.

- Idiota. Decidam logo. – disse impaciente.

- Tá de TPM gata? – Ryan perguntou.

- Quase.

- Vish Justin, vai comer quem agora? – Chris perguntou malicioso.

- Puta é o que não falta por aí. – ele respondeu normalmente.

- Bom saber disso. Eu não estou de TPM, mas agora vá comer as putas por aí. – disse e levantei com tudo.

- Minha cabeça porra. – Justin reclamou.

- Se fudeu agora Justin. – Chaz disse.

- Não enche viado.  – Justin disse. – Mellanie.

- Jack. – gritei e ela veio. – Dá banho no Jason?

Ela pegou Jason e o levou pra tomar banho.

- Cara, ainda tenho umas coisas pra resolver. Mas tarde chego por aqui. – Ryan disse levantando-se.

- Essas coisas pra resolver se chama Lilly? – perguntei e ele riu mordendo os lábios. – Safado. Trás ela, ok?

- Trago sim.  Falow seus cornos. – Ryan disse.

- Toma no rabo Ryan, to caindo fora também. – Chaz levantou-se.

- Aposto 1.000 dólares que ganho de vocês na corrida. – Chris disse.

- Ganha é porra. – Chaz disse.

- Tá apostado, vamos. – Chris disse e os garotos saíram.

- Mellanie? – Justin chamou.

- Mellanie não está, Mellanie não quer saber de você, mas ela deixou um recado e quer que você vá tomar onde as patas tomam.  – respondi subindo as escadas.

Justin me alcançou e segurou no meu braço firme, mas soltou quando viu machucados.

- Relaxa, eu estava brincando.

- Ótimo.

- Mellanie.

- Eu vou tomar banho e pintar minhas unhas, tchau.

- Mellanie.

- Já disse tchau. – ele vinha atrás de mim.

- MELLANIE PORRA. – ele gritou e me agarrou a força no meio do corredor.

- SOLTA ! – me debati. – Onde você está apertando dói. – murmurei.

Acho que tudo estava quebrado dentro de mim. Ele me soltou aos poucos, e olhou para a minha blusa que havia uma marca de sangue e a levantou.

- Porque não me disse desse corte? – ele perguntou.

- Nem eu fazia idéia que tinha ele, dói tudo então fica difícil saber o que é corte ou não. – disse o olhando.

- Não vamos para a boate. – ele saiu andando na minha frente.

- Como não? Eu quero ir.  – disse atrás dele.

- Eu já disse que não.  – ele disse sem me olhar.

- Porque não? – insisti.

- Não sei que porra você quer fazer na boate com o corpo todo machucado, precisa cuidar disso aí que é melhor o que você faz.

Que merda. Porque os ventos não estão ao meu favor? Tenho que pensar em algo rápido já que o senhor todo poderoso não vai pra boate. Hora de atuar, Mel.

- Tudo bem. – murmurei e o encarei triste.

- Tudo bem? – ele parou me olhando. Na maioria das vezes eu não aceito nada.

- Vou pro meu quarto, e não me chama pra jantar.

- Vai dar uma de dramática agora?

- Eu só disse que não vou querer comer caralho. Isso é drama?

Entrei no meu quarto batendo a porta com força. Jack estava terminando de arrumar o Jason.

- Jack, pode levar o Jason pra brincar. Vou tomar banho.

- Ok.

Entrei no banheiro e esperei a banheira encher. Amarrei meus cabelos, coloquei alguns sais e logo a espuma subiu, entrei e fechei os olhos, não sei por quanto tempo.

- Mellanie? – ouvi Justin me chamar, não abri os olhos.

- O que você quer Justin?

Não obtive resposta, só senti ele entrar na banheira. E não, não vou abrir os olhos. As mãos de Justin deslizaram preguiçosas em minhas pernas, me fazendo ter leves arrepios, pararam em minha cintura e ele me puxou com cuidado pro seu colo, abri os olhos o olhando, sentia seu membro encostar em minha vagina, mordi os lábios enquanto suas mãos subiam e desciam em minhas costas, vagarosamente. 

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Continua?

Obrigada por todos os comentários.

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