Dangerous Life 3° - Capítulo 4 - Starting investigations

Depois do almoço, me arrumei com o Jason para irmos à praia. Ele que escolheu sua própria sunga, que era do homem-aranha. Como a praia era perto da mansão alugada, cheguei rapidamente, foram comigo cinco seguranças. Nunca se sabe o que pode acontecer. Fui bem atendida no local que escolhi ficar, colocaram uma cadeira de sol para mim, Jason estava brincando na areia com uns brinquedinhos que comprei. Os cinco seguranças estavam nos vigiando de longe. Fiquei de biquíni e me deitei na cadeira de sol, peguei meu celular e tirei algumas fotos do Jason brincando e mandei para Lilly e Caitlin. Fiquei conversando com as duas e de olho no Jason.

Justin’s POV

Acordei com meu celular tocando, passei a mão no rosto e bufei tateando na cama, ainda de olhos fechados. 

 - Alô? – disse mal-humorado.

- Senhor Bieber? – ouvi uma voz masculina do outro lado.

Demorei para lembrar que era um dos seguranças que estão fazendo a segurança da Mellanie. Não sou burro de ficar sem notícias da minha mulher no Brasil. Antes deles irem para o Brasil, me informei quem irei e escolhi um para me colocar a par de tudo.

- Fala Rodriguez. – disse coçando os olhos. – Aconteceu alguma coisa? Onde está a Mellanie?

- Não aconteceu nada chefe, está tudo sob controle. A senhora Mellanie está aqui na praia, estamos a vigiando de longe.

- Na praia? Como ela está? – perguntei.

- Como assim, senhor? – ele perguntou confuso.

- Está de biquíni? 

Com certeza ela deve ter escolhido um minúsculo biquíni e os brasileiros tarados devem estar de olho nela.

- Está senhor, na cadeira de sol.

- Se eu sonhar que vocês estão olhando para minha mulher com segundas intenções, acabo com vocês quando chegarem aqui. – disse intimidador.

Eles têm que lembrar quem manda nessa porra.

- Não se preocupe com isso, senhor. – ele respondeu.

- Ótimo. Mais alguma coisa? 

- O braço direito da senhora Mellanie, o senhor Hugh chegará logo mais à noite.

- COMO É? – perguntei e me levantei da cama em um pulo. – O que aquele imbecil vai fazer aí? 

- Ele vai ajudar a senhora com as investigações sobre a morte da mãe dela. 

- Que merda! – rosnei. – Eu não vou deixar aquele estúpido sozinho com a minha mulher aí, não vou mesmo.

- O que o senhor pretende fazer? 

- Fique de olho na Mellanie! – respondi e desliguei na cara dele.

A Mellanie só pode estar tirando sarro da minha cara. Ela sabe o quanto eu detesto aquele cara, e o que ela faz? Chama ele justamente para ficar com ela no Brasil. Ah, mais isso não vai acontecer. Fui para o banheiro e tomei um banho rápido, me vesti e peguei uma mala, coloquei em cima da cama e comecei a jogar algumas peças de roupa dentro.

- Justin? – ouvi meu pai me chamar.

- Tô ocupado. – respondi de volta.

- O que você tá fazen... – ele nem terminou de falar e abriu a porta. – Pra quê essas malas?

- Não é óbvio? – perguntei o olhando.

- Você não está pensando em ir atrás da Mellanie, está? 

- Sabe quem vai ficar com ela no Brasil? – perguntei sentindo meu sangue ferver. – Aquele russo desgraçado, o Hugh. 

- Idai? Pelo menos ela não ficará sozinha. 

- Pelo amor de Deus, aquele cara gosta da Mel, eu tenho certeza e eu não vou deixar ele chegar perto dela com segundas intenções. – disse fechando a mala com força.

- Você e seus ciúmes desnecessários. Até parece que não confia na mulher que tem. – ele disse debochado.

- Eu confio nela, mas não confio nele. Ela está longe de mim e outro cara vai ficar com ela, você quer que eu faça o quê? – perguntei aflito.

- Eu quero que você vá se ocupar com outra coisa. Têm muitas coisas para fazer, a Mellanie sabe o que está fazendo. 

- Não dá. – disse raivoso.

- Claro que dá. Deixa de ser ridículo, desarruma essa mala e vá cuidar dos negócios. Eu coloquei um homem para ocupar meu lugar e não um moleque com o emocional abalado. Se recomponha, porra. Você é um Bieber, honre seu sobrenome e vá trabalhar agora! – ele disse sério me olhando.

- Eu vou para o Brasil, pai. – disse o fitando.

- Você não vai sair um milímetro do estado da Califórnia, está me entendendo? Eu vou me encarregar disso. – ele disse convicto de suas palavras.

- Você não pode me impedir de nada. 

- Claro que eu posso. Esqueceu quem eu sou? Antes de você ser Justin Bieber, eu era Jeremy Bieber. Todos me temiam, eu mandava nessa merda toda e além dela. Se eu disser que você não vai fazer algo, você não vai fazer, está me ouvindo Justin? – perguntou rude. 
- Isso é para salvar o seu casamento, pelo menos se esforce pra isso. Eu gosto muito da Mellanie e do meu neto, eu não vou te perdoar se você afastar aquela garota da nossa família. 

Ele nem me deixou responder e caminhou em direção à porta.

- Desarruma essa merda e vá para o galpão. – disse por fim e fechou a porta com força.

Gritei de raiva e peguei a mala com roupas e tudo e joguei contra a porta. Que merda! Nem atrás da minha mulher eu posso ir. Não tem como eu passar a perna no meu pai, antes mesmo de eu ser quem eu sou, ele já era “o cara”.  Depois que fiquei no seu lugar definitivamente nos negócios, meu pai sempre deixou eu fazer o que me desse vontade. Porém quando se trata da Mellanie, o seu Jeremy age de forma semelhante de antes. Eu sei que ela e o Jason são importantes para ele, e ele não imagina o quanto são para mim. 

Eu vou ficar louco sem eles aqui. 

Peguei meu celular e tornei a ligação para o Rodriguez, ele atendeu rapidamente.

- Sim, senhor. 

- Quero que fique de olho no Hugh, vinte e quatro horas por dia. Se ele tentar alguma aproximação com a Mellanie, me avise. Eu mesmo irei me encarregar de mandar esse desgraçado para o inferno. – disse e desliguei.

Mellanie já me disse que Hugh nunca tentaria nada com ela. Porém, eu não confio nem na minha própria sombra, imagine nele.

(...)

- Tá de ressaca, bro? – Ryan me pergunta.

Estamos há mais de duas horas no galpão vendo algumas mercadorias de cocaína que chegaram e já mandei uns incompetentes irem tomar no cu umas dez vezes.

- A ressaca dele se chama Mellanie. – Christian disse quase dormindo em pé.

- Christian, vai tomar no cu. – disse revirando os olhos.

- Calma Bieber, já se passaram dois dias... – Chaz disse.

- Faltam só vinte e nove dias. – Ryan completou e eles riram.

- Meu cartucho de balas está cheio, vou adorar descarregar ele em vocês. – disse bufando.

- O que é isso bro, é pra amenizar a situação. – Christian disse se divertindo.

- Uns tiros no saco de vocês irão amenizar meu estresse também. – disse e eles riram.

- Essas mercadorias vão para onde? – Chaz perguntou com umas anotações na mão.

- Beverly Hills, Calabasas, Lancaster e Malibu. – respondi.

- Igual para igual? 

- Não, mais para Beverly Hills, está cheio de drogados por lá. – disse.

- Em Malibu estão usando bastante também. Tem que aumentar a mercadoria para lá também. – Ryan opinou.

- Para Malibu mandem cocaína e maconha. 

- Já em Calabasas usam mais maconha. – Christian disse.

- Geralmente aqueles nojentinhos famosos têm casas em Calabasas, querem ficar leves e estão usando bastante maconha. Por isso que está acabando rápido. – disse dando de ombros.

- Falando em Calabasas, ainda tem aquela mansão? – Chaz me perguntou.

- Tenho, estou pensando em vender. 

- Vender para quem? Aquela casa foi caro para um caralho. – Ryan disse.

- Realmente. – ri fraco.

- Hello garotos! – ouvimos a voz da Caitlin ecoar.

Olhei para trás e ela vinha acompanhada com a Lilly que fez questão de me fuzilar com os outros.

- Iai Bieber, pronto para passar mais vinte e nove dias longe da Mellanie? – Lilly perguntou debochada parando do lado do Ryan, que beijou sua bochecha.

- Não enche meu saco, estou paciência hoje. – a avisei.

- Espero que aproveite esse tempo longe dela, porque com certeza ela vai aproveitar bastante no Brasil. 

- Ryan, dá pra calar a boca da sua vadia? – disse sem impaciência.

- Fui eu quem deu a ideia para ela viajar e ficar um tempo longe de você. Talvez você aprenda a respeitar a minha amiga. – ela disse ainda debochada e a olhei.

- O que disse? Você que deu aquela maldita ideia? – perguntei caminhando até ela.

- Claro. – ela sorriu irônica.

Senti meu sangue ferver, Ryan se meteu na minha frente, ele já sabia que boa coisa não estava por vir. 

- Some com essa vadia da minha frente agora, Ryan. – disse esfumaçando de raiva.

- Relaxa, cara. – Ryan disse me olhando. – E você, cala a boca. – disse para Lilly. – Caitlin, vai embora daqui com ela. 

- É melhor mesmo. O clima não está um dos melhores. – Caitlin disse puxando a Lilly pelo braço.

- Vaza, vadia! – rosnei.

- Otário! – Lilly disse dando às costas.

- Ryan, ou você dá uma lição nessa atrevida ou eu me encarrego de fazer isso. – disse apontando na cara dele.

- Calma Justin, não é assim também. A Lilly é minha garota. – ele disse.

- Então a ensine a agir feito sua garota mesmo, está parecendo mais uma vadia atrevida. – mandei, entreguei bruscamente a papelada das cargas que estavam na minha mão para ele e dei às costas.

- Ela pegou pesado. – ouvi Chaz dizer.

Entrei na minha sala e bati a porta com força. Me sentei e passei a mão no rosto tentando recuperar a minha paciência.

Hoje não é meu dia. E os próximos vinte e nove também não serão.

Mellanie’s POV

Voltei para a mansão por volta das cinco horas da tarde. Jason gostou bastante de passar a tarde na praia fazendo castelo de areia, quer dizer, tentando. Me lembrei do dia que fomos passear com as garotas e o Adam, eles fizeram um castelo de areia lindo na praia. Falando em Adam, não tive mais notícias dele desde então. Deve estar criando Henry bem longe de Los Angeles, é o melhor a se fazer. Mesmo tendo passado protetor no Jason, ele estava vermelhinho, o sol aqui realmente castiga. 

- Mamãaae! – ele gritou do banheiro enquanto eu separava uma roupa para ele.

- Oi meu amor. – disse.

- Olha, olha! – ele veio correndo do banheiro nu e apontou para a bunda dele.

Dei risada, ao perceber que ele queria mostrar que a bunda estava branquinha, enquanto o resto do corpo estava bronzeado. 

- Você bronzeou, bebê. Agora volta para o banho. – disse e dei um tampinha no bundão branco dele.

Ele riu e voltou correndo.

- Correndo não, Jason. Vai acabar se machucando assim. – avisei, mas ele já tinha entrado no banheiro.

Voltei para o banheiro e Jason estava debaixo do chuveiro jogando água para tudo que era lado, ele me molhou toda enquanto tentava banhá-lo. Tomamos banho juntos, o enrolei e ele foi andando segurando a toalha. Me enrolei em um roupão, amarrei e fui tratar de arrumá-lo. Coloquei Jason em cima da cama e fui vesti-lo.

- Está com fome? – perguntei e ele negou com a cabeça.

Terminei de pentear seus cabelos e ele foi deitar entre os travesseiros, liguei a TV colocando em algum desenho e fui me vestir. Tinha bronzeado bastante, há muito tempo que isso não acontecia. Coloquei uma roupa confortável e fui até o Jason.

- Fique quietinho aqui. – disse e ele assentiu com a cabeça.

Saí do quarto, desci as escadas e fui à cozinha, as empregadas estavam arrumando.

- Deseja alguma coisa, senhora? – uma delas me perguntou.

- Faça um suco de laranja. 

Ela assentiu com a cabeça e esperei que ela fizesse. Tomei um copo de suco e levei um para o Jason.

- Bebê, trouxe para você. – disse me sentando na cama, perto dele.

- Naum quelo, mãe. – ele disse olhando para a TV.

- Só um pouquinho, vai... – disse tentando o convencer.

Depois de muita insistência, Jason topou tomar o suco de laranja. Me deitei com ele enquanto o mesmo assistia desenhos, eu mexia no celular. Caitlin me contou da briga que rolou da Lilly com o Justin. Lilly nunca consegue guardar a língua dentro da boca mesmo. Olhei de relance para Jason e ele estava dormindo feito um anjinho. Foi o cansaço da praia. Por volta das nove da noite, fui avisada que Hugh havia chegado no Rio. Desci e fui para a sala esperá-lo.

- Senhora? Não vai querer jantar? -  uma empregada me perguntou.

- Ainda não. Estou esperando uma pessoa. – respondi e ela assentiu com a cabeça se retirando.

Ainda tive que esperar mais vinte minutos até Hugh chegar à mansão. Estava quase cochilando quando ouvi o barulho de um carro, a porta foi aberta e lá vinha o meu russo preferido, cheio de bagagens.

- Ainda bem que na Rússia o trânsito não é assim. Iríamos ter um grande problema. – ele disse em russo, óbvio, bem humorado.

- Olá, como foi de viagem? – perguntei me levantando e espreguiçando.

- Aparentemente bem. – ele respondeu jogando-se no sofá. – Gostei da mansão, é enorme 
mesmo.

- Coloquem as coisas do Hugh em um quarto de hóspedes. – disse em português para uma das empregadas.

- Português é bem engraçado de se ouvir. – ele disse.

- É porque você não se ouviu. – disse e rimos. – Não está com fome?

- Faminto! 

- Vamos jantar. – respondi e fomos para a cozinha.

As empregadas colocaram à mesa e enquanto jantávamos Hugh já me falava como iríamos fazer.

- Quando vamos começar as investigações? – perguntei ansiosa.

- Podemos começar amanhã, porém te aviso logo que vai ser um pouco demorado. Até porque já se passaram quase quatro anos, desde então. – ele disse.

- Eu entendo. Só quero saber mesmo como foi a morte da minha mãe, aquela confissão do Hugo não me convenceu o bastante. E quero saber se ele teve algum ajudante aqui.

- Claro. Iremos atrás disso. Você ainda lembra o endereço da sua antiga casa? – ele me perguntou.

- Lembro sim.

- Podemos ir lá para vermos se tem alguma pista de alguma coisa.

- Ótimo. – respondi.

Terminamos o jantar, após Hugh me desejar boa noite fomos para nossos quartos. Eu estava bastante cansada por ter passado a tarde inteira na praia e ele pela longa viagem. Entrei no meu quarto e Jason estava dormindo todo esparramado, procurei um baby doll e o vesti, me livrando da roupa de antes. Ajeitei o Jason e me deitei pertinho dele, fiquei encarando o teto e por um motivo estranho me lembrei de quando Justin disse que me amava pela primeira vez.

Sentamos e tirei meus saltos olhando fixamente para Justin.

- Estou ouvindo. – disse.

- Estamos juntos há quantos meses? – ele me perguntou.

- Tecnicamente nenhum, só rolava sexo entre nós.

- Você acha que era só sexo?

- Não era? – ergui as sobrancelhas.

- Quero saber o que você acha.

- Você me faz pensar que sim. 

- Talvez não fosse só sexo. Eu nunca admiti, mas esses dias andei pensando em nós e rola algo a mais do que sexo. – ele disse.

Mordi meus lábios pensando onde essa conversa chegaria. 

- Aonde você quer chegar com isso? – perguntei.

- Ahm... – ele passou a língua nos lábios – Você já amou?

- Claro, eu amo meu filho. 

- Não estou falando assim Mellanie. Amor entre homem e mulher. 

- Eu não sei. Pra você como é amar? 

- Até então eu nem sabia realmente o significado dessa palavra. Pensava que isso era coisa de boiola. – ele disse e rimos. – Mas amar não torna uma pessoa boiola, torna?

- Claro que não Justin. – ri. – Mas ainda não estou entendendo aonde você quer chegar com essa conversa.

- Bom, eu acho que estou amando. – ele disse.

Arregalei os olhos e quase me engasguei com a pouca saliva que continha em minha boca.

- E não gosto nenhum pouco disso. Não gosto de sentir ciúmes, não gosto de como ela olha para outros caras quando o que eu mais quero é que ela olhe somente para mim. Não gosto como ela fica esbanjando sorrisos por aí para que outros possam admirar, não gosto o fato dela sempre me contrariar e ser teimosa pra caralho. – ele sorriu. – Mas admiro por ela sempre ser corajosa, e sempre dar a cara a bater mesmo não sabendo o que vem em seguida. Sem falar como ela é orgulhosa, ah eu odeio isso. Às vezes me dá uma vontade de dar uma surra nela por me deixar assim, mais ao mesmo tempo dá vontade de pegá-la no colo e fazê-la me sentir por completo. Gosto como ela me beija, como suas mãos percorrem por meu corpo, confesso até que gosto dos seus tapas, ela é estressada pra caralho. Puta que pariu, nunca me imaginei falando essas coisas, mais eu amo aquela vadia, sinto raiva por causa disso. Porque na maioria das vezes quem ama só se fode, esse era meu lema, mais quando ela apareceu esse lema foi pra puta que pariu. 

- Ela? – perguntei. Como assim ela?

- Usar terceira pessoa sempre ajuda. – ele sorriu de lado. – Eu me refiro a você. 

- Eu... – não consegui terminar a frase, as palavras simplesmente fugiram. – É isso mesmo que eu ouvi?

- Sim, é tudo isso. Há algum tempo eu queria te falar, mas não sabia como. Eu amo você Mel. – ele tocou meu rosto, mordi meus lábios escondendo um sorriso. – Você me faz sentir tudo isso, como um idiota. Porque fez isso em? Isso é tão diferente pra mim, são sensações estranhas.

Suspirei ao lembrar e a tristeza bateu em cheio. Naquela mesma noite ele me pediu em casamento, eu nem sabia o que dizer. Para quem era sem sentimentos, Justin se saiu sentimental demais. Porque ele não lembrou da nossa noite quando foi me trair, porque? Estava indo tão bem. Respirei fundo e me virei, olhei para Jason dormindo, pelo menos eu tinha um pedacinho do Justin aqui perto de mim.

Acordei cedo, não via a hora de começar as investigações. Deixei Jason aos cuidados das empregadas e fui com o Hugh até a minha antiga casa. Nunca iria esquecer o endereço, morei dezessete anos da minha vida naquele lugar. Paramos em frente e respirei fundo vendo meu antigo lar, onde fui feliz com a minha mãe. 

- Está tudo bem? – Hugh me perguntou.

- Sim, está. – respondi e desci do carro.

Ao redor haviam matos e a casa estava com aparência de velha. Ninguém morou aqui depois que minha mãe morreu e me mudei com o Hugo para Los Angeles. Hugh parou do meu lado analisando a casa também.

- Será que tem alguma coisa que possa ajudar? – perguntei o olhando.

- Só vamos saber, entrando. – ele respondeu.

Caminhamos em meio ao mato até chegar a entrada da casa. A porta de madeira, o cupim já começava a comer, então com um empurrão de Hugh a porta foi aberta. Assim que pus meus pés dentro, dei um espirro de tão empoeirada que estava a casa. Nossa casa não era tão grande, era média e dava perfeitamente bem eu, minha mãe e infelizmente o Hugo. 

- Qual o quarto da sua mãe? – Hugh me perguntou.

- Me segue. – disse e fomos caminhando com cautela pela casa.

Parei em frente à porta e tomei coragem de abri-la. Meu coração apertou quando vi que tudo estava no mesmo lugar onde ela deixou, a única diferença era que os móveis, os lençóis da cama, o chão estava tudo empoeirado. Olhei ao redor do quarto e parei meu olhar na cama, foi como se eu visse minha mãe sentada junto comigo, arrumando meu cabelo para ir à escola. Caminhei até o guarda roupa e com receio o abri, suas roupas ainda estavam ali. Passei minhas mãos sob as roupas, mesmo empoeiradas e senti meus olhos marejarem. Eu podia imaginar ela vestida em todas. 

- Mellanie? – ouvi Hugh me chamar.

- Está tudo como ela deixou. – murmurei e senti algumas lágrimas escorrer.

- Sabia que não era uma boa ideia de trazer aqui. – ele lamentou indo me abraçar. 

- Não, está tudo bem. – sussurrei mesmo chorando. – Durante esse tempo todo longe daqui, eu me fechei para a morte da minha mãe. Mas como eu estou aqui, na nossa casa, no quarto dela, a saudade veio em cheio. 

- Eu entendo. Pode chorar, isso vai te fazer bem. – ele disse e solucei.  – Ela está em um bom lugar cuidando de você e com certeza dando aquela forcinha para que a gente descubra toda a verdade.

Ele disse e assenti com a cabeça. Me recompus e fechei seu guarda roupa. 

- Você sabe onde o Hugo colocou o atestado de óbito da sua mãe? – ele me perguntou.

- Não faço ideia. Fiquei tão atordoada com a notícia da morte da minha mãe, que não quis saber dessas papeladas. No dia seguinte, nós fomos para Los Angeles. 

- Mas foram assim tão rápido? – ele me perguntou.

- Sim, Hugo disse que não queria ficar aqui lembrando da minha mãe. – respondi.

- Vamos procurar aqui, talvez encontre algo. – ele disse.

Assenti com a cabeça e começamos a procurar alguma coisa que nos ajudasse. Procuramos no quarto da minha mãe, no meu antigo quarto, na cozinha, em todos os lugares da casa e não encontramos nada. Só o que obtive foram vários espirros. 

- Nada! – Hugh disse.

- Não tem nada aqui. Hugo deve ter se livrado de tudo antes de irmos, fui burra em não 
perceber nada. – bufei.

- Ele foi esperto. – Hugh concordou. – Vou entrar em contato com o pessoal da inteligência na Rússia, não vamos parar por aqui.

Ele disse enquanto saíamos da casa.

- Tudo bem. Antes disso, faça um favor para mim.

- Diga.

- Quero que mandem tocar fogo nessa casa. Apesar de ter vivido com a minha mãe aqui, 
ela não me traz boas lembranças. 

- Tem certeza? – ele me perguntou.

- Sim. 

- Ok, hoje mesmo mandarei tocar fogo.

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Continua?

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